Economia

Bancários e banqueiros não chegam a consenso e greve continua

Paralisação já dura 24 dias e supera 2015

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greve dos bancários completa, hoje, 24 dias e sem grandes perspectivas de um acordo salarial à vista, após dez rodadas de negociações. A duração da paralisação já supera a do ano passado, quando os bancários também cruzaram os braços para pressionar os patrões a pagarem o reajuste que eles defendiam. Na ocasião, a pressão deu certo.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários em Paranaguá, Samuel Ribeiro da Fonseca, a dinâmica tem sido a mesma desde 2004. Perto da data-base, os bancários param e conseguem um aumento pelo menos igual à inflação do período. “O nosso comando de greve nacional não aceita nada menos do que a reposição da inflação do período acompanhado do aumento nos valores dos benefícios”, disse.

Neste ano, porém, o cenário está mais complicado com o agravamento da crise econômica. Os bancos parecem mais duros nas negociações prevendo que a tendência no próximo ano é de que os lucros devam encolher como consequência da recessão. Contudo, o comando de greve dos bancários não arredam o pé em relação ao reajuste salarial exigido, que é de 9,62% referente às perdas salariais com a inflação dos últimos 12 meses.

Na reunião de quarta-feira, 28, entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mais uma vez não houve acordo e os bancários decidiram manter a greve.

De acordo com os bancos, a conjuntura econômica estaria mais complicada, apesar de os bancos ainda estarem registrando lucro, pois, diferentemente de setores como o da construção civil, o setor bancário não está em crise de quebra de bancos ou com prejuízos para justificar essa não renovação da inflação.“É uma queda de braço”, resumiu o líder sindical dos bancários de Paranaguá.

Na última rodada de negociação, a Fenaban (que representa os bancos) ampliou a oferta de abono para R$ 3,5 mil, com mais 7% de reajuste, extensivo aos benefícios. Também propôs que a convenção coletiva dure dois anos, com garantia, para 2017, de reajuste pela inflação acumulada e mais 0,5% de aumento real.

A categoria já havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban, que era de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil. Os sindicatos alegaram que a oferta não cobria a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário.

 

PEDIDO DOS GREVISTAS

Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário-mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.

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