Na tarde de quinta-feira, 6, autoridades paraguaias estiveram fazendo uma visita ao terminal da Administração Nacional de Navegação e Portos (ANNP) para dar início às atividades. Recentemente, o terminal foi alfandegado e está sendo administrado pelo Centro Integrado de Mercadorias, Bens e Serviços do Mercosul (Cimbessul).
O diretor presidente do Cimbessul, Mario Alberto T. de Camargo, falou da importância da retomada das atividades. “Este é um terminal antigo, mas o Paraguai havia deixado de operar por aqui em função da soja transgênica, quando o governador Requião proibiu a exportação de transgênicos, e o Paraguai produz transgênico, e eles optaram em exportar pela Argentina. Agora estamos retomando as exportações paraguaias. Ganhamos uma concessão em 2009, tomamos posse em 2014, promovemos todas as reformas e hoje estamos iniciando as operações”, destaca Camargo, enfatizando que os produtores paraguaios estão ansiosos pela retomada das operações. “Estamos com os números muitos próximos dos números das exportações por barcaças, que depende de profundidade de rio, depende de uma série de coisas, e aqui não, é muito mais ágil. Temos bastantes ofertas de produtores, de cooperativa e exportadores, que querem exportar seus produtos pelo nosso terminal”, completa.
Foto: Presidente da ANNP, Héctor Duarte Chavéz.
O presidente da ANNP, Héctor Duarte Chavéz, destacou ser um momento importante para o Paraguai. “Neste momento, quando se iniciam os primeiros embarques, é algo muito significativo para o nosso País. Estou ao lado de uma aliança público-privada, estamos chegando após haver buscado, durante aproximadamente de três a quatro anos, todas as permissões e licenças para que iniciemos as operações de embarques, e hoje estamos protocolizando com toda anuência do diretor geral de empresas públicas do Paraguai e dos membros do diretoria da ANNP do Paraguai”, destacou Chavéz.
O sócio do empreendimento e advogado do Consórcio Mercosul, Pedro Ovelar, enfatiza ser um momento histórico de tomada da soberania do Paraguai sobre o terminal. “Hoje estamos assinando o documento que dá início ao prazo do contrato do Consórcio Mercosul e a ANNP, que é a dona do terminal. Estamos iniciando um processo histórico que é a recuperação da soberania paraguaia sobre o seu terminal, e dando a abertura de todos os grãos do Paraguai para que possam sair para o mundo através de Paranaguá. Para nós é um momento muito importante dar início às operações”, destacou Ovelar.
O novo cônsul do Paraguai em Paranaguá, Edgar Patiño Guerrero, esteve acompanhando a visita. “Estou apenas há 10 dias em Paranaguá, e para mim é um prazer estar aqui e poder coadjuvar as questões da ANNP. Queremos todos impulsionar tudo o que se refere às áreas econômica, comercial e potencial vínculo cultural, pois sabemos que tem uma colônia importante de paraguaios aqui radicados. Vamos fazer uma visita ao prefeito e buscar estreitar o relacionamento. Quero manifestar o contentamento de estar aqui, e agradecer de poder trabalhar de forma conjunta e impulsionar tudo o que possa melhorar o relacionamento entre os nossos povos”, destacou o cônsul.
A partir da assinatura da ata de início das atividades, passa a contar o prazo de 15 anos da concessão.
O terminal tem uma capacidade estática de 90 mil toneladas, podendo receber até 150 caminhões/dia, podendo hoje chegar até um milhão de tonelada/ano, e com uma expectativa, após implementação de algumas melhorias e projetos, como a correia de duas mil toneladas, e chegar de um milhão e meio até dois milhões de toneladas/ano.
foto: Cláudio Neves