Nesta semana, o Tribunal do Júri de Paranaguá condenou quatro réus denunciados pela 6.ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Paraná (MPPR) por tentativa de homicídio contra dois guardas civis municipais, ocorrido em módulo da Guarda Civil Municipal (GCM) na Ilha dos Valadares, em fevereiro de 2016.
Quatro membros da chamada “Gangue da Rapa” se aproximaram do local a pretexto de pedirem ajuda, e um deles sacou uma pistola e revólver e efetuou diversos disparos contra os agentes de segurança, que, inclusive, foram feridos no atentado, mas conseguiram fugir do local com vida.
“As penas variaram de 15 anos e um mês a 31 anos e 9 meses. Além das acusações de dois homicídios tentados duplamente qualificados (dissimulação e motivo torpe), os réus responderam também por tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de armas de fogo de uso permitido e de uso restrito e receptação. Todos estão presos desde a época do crime e não poderão recorrer da sentença em liberdade. Um quinto acusado, que teria sido usado como ‘isca’ para atrair os guardas municipais para fora do módulo, foi absolvido”, afirma a Assessoria do Ministério Público do Paraná.
“A juíza de Direito, ao ler a sentença condenatória de 90 páginas, destacou que se tratou de um julgamento histórico para a comarca, no qual apenas a votação dos mais de 100 quesitos apresentados aos jurados levou quase três horas”, complementa o comunicado oficial do Ministério Público.
PENA DOS ACUSADOS
As penas de cada acusado variam com a análise da dosimetria analisando as circunstâncias do crime, bem como antecedentes de cada um dos indivíduos. Todos os réus estavam presos desde 12 de novembro de 2017.
Joelson Pereira dos Santos foi condenado à reclusão em regime fechado de 31 anos, nove meses e 12 dias.
Claudio Mendes Pires foi condenado à prisão em regime fechado por 30 anos, um mês e 24 dias. Wellington Mendes Pires foi condenado à prisão em regime fechado por 23 anos e doze dias.
Claudio Matheus Costa Pires foi absolvido dos crimes de receptação, bem como posse ou porte de armas de fogo de uso permitido ou restrito, porém foi condenado por todos os outros crimes cometidos pelos membros da “Gangue da Rapa”, sendo condenado à prisão em regime fechado por 16 anos e um mês de reclusão. Por fim, Fagner Paixão Damasceno foi absolvido de todas as acusações das duas tentativas de homicídio.
RELEMBRE O CASO
Na madrugada do dia 1.º de fevereiro de 2016, por volta das 3h30, quatro homens foram até o posto da Guarda Civil Municipal, na Praça Ciro Abalém, próximo à entrada da passarela da Ilha dos Valadares, onde estavam dois agentes de plantão. Dois criminosos teriam ido até o módulo pedindo ajuda e quando os guardas municipais informaram que iriam chamar uma viatura para averiguar a situação, um dos suspeitos, que seria conhecido como “Kisuco”, puxou uma pistola e efetuou pelo menos cinco disparos contra o módulo.
Os disparos quebraram os vidros do módulo e atingiram móveis e tudo que havia no local, mas os guardas, que não portavam armas, não foram alvejados. Eles conseguiram escapar pulando a janela do módulo e, em seguida, o telhado de uma residência, a qual fica abaixo do nível da rua. O caso repercutiu na época e ocasionou a prisão de todos os envolvidos no mesmo ano, sendo eles condenados pelo Júri, realizado pela juíza da 1.ª Vara Criminal de Paranaguá, Cíntia Graeff.