Direito & Justiça

Caso Isabelly completa seis anos e família aguarda júri popular

Expectativa é que o júri seja marcado ainda para o primeiro semestre de 2024

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Há seis anos, um crime chocou a região do litoral paranaense e repercutiu em todo o País. A jovem youtuber parnanguara, Isabelly Cristine dos Santos, de 14 anos, que estava em um carro na PR-412, em Pontal do Paraná, foi atingida por um tiro. Na madrugada de 14 de fevereiro de 2018, o acusado Everton Vargas realizou disparos de arma de fogo contra o carro em que ela estava. 

Isabelly voltava de uma entrevista realizada em uma casa noturna junto com a mãe, o motorista e um colega que ajudava nas gravações para o seu canal chamado “Isa Top Show”. Um dos tiros atingiu a cabeça da vítima, ela chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital Regional do Litoral (HRL), mas faleceu. Os irmãos Vargas, que estavam no carro de onde partiram os disparos, foram indiciados pelo crime alguns dias depois do ocorrido, sendo que Everton efetuou o disparo e Cleverson dirigia o carro. No entanto, somente Everton será julgado no Tribunal do Júri. 

O júri havia sido marcado para o dia 24 de outubro de 2022 em Pontal do Paraná, mas não ocorreu devido ao número insuficiente de jurados. Dos sete escolhidos para participar do júri, alguns afirmaram que poderiam ter um pré-julgamento do caso com tendência à condenação do réu e, por isso, não estavam aptos a participar. Sem o número mínimo de jurados, o julgamento foi cancelado. Desde então, se aguarda uma nova data.

A advogada assistente de acusação, Dra. Thaise Mattar Assad, que representa a família de Isabelly, fez uma atualização sobre o caso. “O processo ficou suspenso por um período para que o Tribunal de Justiça julgasse um recurso da defesa. Tribunal julgou, defesa não teve sucesso no recurso e o recurso transitou em julgado no final de janeiro. Agora o processo deve voltar para a juíza de Pontal para que ela marque o júri”, disse Dra. Thaise.

Segundo ela, a expectativa é que o júri seja marcado ainda para o primeiro semestre de 2024. “Mas, depende da pauta do Fórum local”, acrescentou Dra. Thaise.

Família aguarda pelo julgamento

A mãe de Isabelly, Rosania Domingos Santos, espera pelo desfecho do caso e punição dos responsáveis pelo crime que vitimou sua filha. “Eu não irei me calar. Faz seis anos e eu sem a resposta da justiça. A lei foi um dom que Deus deixou aos homens e precisamos dessa justiça para podermos acreditar em algo”, indaga a mãe.

Ela afirma que também é vítima do caso por ter presenciado o crime. “Hoje afirmo, bem consciente, de que foi algo muito cruel e torpe.  Minha filha foi embora inocente.  Sei que ela não volta, mas eu sou a voz dela. Eu quero o júri popular, eu preciso disso para cumprir o que prometi a ela, a justiça justa para um anjo cheio de sonhos que ele me arrancou cruelmente.  Não peço mais nada”, frisou a mãe.

Defesa

O advogado de defesa de Everton Vargas, Dr. Claudio Dalledone, afirmou que o processo que apura a responsabilidade pela morte de Isabelly está suspenso. “O Tribunal de Justiça, quando determinar que o processo baixe para a comarca de Pontal do Paraná, será iniciado e, por conta disso, será marcada a sessão de julgamento. Não creio que o julgamento ocorra no primeiro semestre, vamos ter uma data para o segundo semestre e a responsabilidade dele definida nos exatos limites da sua ação, nem mais e nem menos”, disse o advogado.

Dalledone reforçou que o júri pode não ser realizado em Pontal do Paraná. “Existem algumas questões que podem fazer com que esse julgamento não seja em Pontal do Paraná, tudo pode acontecer  diante de situações jurídicas que estão aparecendo. A expectativa é de que esse julgamento que se arrasta por seis anos, principalmente em razão da assistência de acusação que busca algo mais grave do que aquilo que realmente aconteceu. Estamos aptos a fazer a defesa em qualquer momento em qualquer fórum ou tribunal”, frisou o advogado de defesa.

Caso Isabelly completa seis anos e família aguarda júri popular

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Caso Isabelly completa seis anos e família aguarda júri popular

Gabriela Perecin

Jornalista graduada pela Fema (Fundação Educacional do Município de Assis/SP), desde 2010. Possui especialização em Comunicação Organizacional pela PUC-PR. Atuou com Assessoria de Comunicação no terceiro setor e em jornal impresso e on-line. Interessada em desenvolver reportagens nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, inclusão, turismo e outros. Tem como foco o jornalismo humanizado.