Foi condenado na última terça-feira, 25, a 44 anos de prisão em regime fechado, Thiago Leal Barros, 35 anos, que matou a tiros o empresário curitibano Maruan Uthman Majid, ex-dono da tradicional loja de roupas infantis Xiquita. O crime aconteceu no dia 13 de junho de 2021, no balneário de Perequê, em Matinhos.
Thiago era caseiro do empresário e foi condenado por latrocínio e tentativa de latrocínio contra a namorada de Maruan. A sentença foi expedida pelo juiz Ricardo José Lopes, da 2.ª Vara de Matinhos.
“Posto isso, julgo procedente o pedido ínsito na denúncia de mov. 43.1 e, em consequência, condeno o réu Thiago Leal de Barros pela prática do crime previsto no artigo 157, caput, e §3º, do Código Penal e do crime previsto no artigo 157, caput, § 3º, inciso II, cc. artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal, na forma do artigo 70, in fine, do Código Penal, sujeitando-o, ao cumprimento de pena privativa de liberdade fixada 44 anos e três de reclusão, em regime fechado, com 24 dias-multa”, diz o magistrado em sua decisão.
Ainda segundo a decisão judicial, o caseiro se aproveitou da ausência do empresário em casa para roubar. No entanto, Thiago teria sido surpreendido com a chegada de Maruan e da namorada, disparando um tiro contra ela e dois contra o empresário.
Entenda o caso
O Crime
O empresário curitibano Maruan Uthman Majid, de 52 anos, foi assassinado com três tiros, dentro de uma casa, na Avenida Atlântica, no balneário de Perequê, em Matinhos, no começo da noite de domingo, 13 de junho de 2021, por volta das 19h. A namorada da vítima, de 44 anos, que também estava na residência, foi atingida por um disparo.
Surpreendidos
De acordo com a namorada do empresário, o casal chegou de viagem e ao entrar no imóvel teriam ouvido um barulho estranho. Neste momento, eles foram surpreendidos por um indivíduo armado. O suspeito teria efetuado um disparo, que atingiu a mulher no rosto e logo em seguida, atirou pelo menos três vezes contra Maruan Majid, que morreu no local.
Baleada, a mulher conseguiu entrar em um banheiro e trancou a porta. Ela ligou para a central 190 da Polícia Militar e pediu socorro.
Armas
Durante o registro da ocorrência, policiais militares perceberam que alguns cômodos do piso superior da residência, estavam com objetos fora do lugar. Testemunhas e amigos do empresário relataram que ele era colecionador de armas e que mantinha a documentação legal do arsenal. Os policiais que estiveram no local não descartam que algumas armas da coleção podem ter sido levadas da casa.
Suspeito
Ainda de acordo com a vítima, antes de ser baleado, Maruan Majid teria gritado o nome de um homem (Thiago Leal Barros) que trabalhava como caseiro da família, em Matinhos.
Thiago, então com 34 anos, era o principal suspeito da morte do empresário curitibano, assassinado com três tiros no peito, fato presenciado pela namorada do empresário, baleada no rosto. O casal tinha acabado de chegar de viagem e descarregava algumas sacolas, na cozinha da casa, quando foram surpreendidos pelo assassino.
A mulher foi a primeira a ser atingida. Baleada, ela caiu no chão e escutou outros três disparos. Logo em seguida, Maruan caiu morto ao seu lado. O suspeito fugiu.
Preso
No dia do crime, o caseiro foi preso pela Polícia Militar ao chegar na residência onde mora. O homem contou uma versão diferente da informada pela sua esposa. Ela disse que o marido tinha saído para comprar fraldas. Ao ser abordado, o caseiro relatou que estava na casa de um amigo e que teria pedido dinheiro para comprar cigarros.
Diante da situação, ele foi encaminhado para o plantão da Polícia Civil, onde prestou depoimento e foi liberado.
Mandado de Prisão
Na manhã do dia 15 de junho, dois dias após o crime, a Justiça de Matinhos expediu um mandado de prisão preventiva contra o caseiro, que não foi encontrado pelas equipes policiais. Acompanhado por um advogado, Thiago e a esposa se apresentaram na Delegacia Cidadã de Matinhos, no começo da tarde de quarta-feira, 16. O casal prestou depoimento e Thiago foi comunicado oficialmente da prisão, por conta do documento expedido pela Justiça local. Ele ficou recolhido no setor de carceragem da unidade policial.
Investigação
Logo que a ocorrência foi registrada, equipes da Polícia Civil de Matinhos começaram um intenso trabalho de investigação, comandado pela Delegada Sâmia Coser.
Além do depoimento da namorada do empresário, que sobreviveu ao atentado a tiros, os investigadores ouviram várias testemunhas e amigos de Maruan Uthman Majid.
Diligências e coleta de material, serviram como prova no inquérito policial, que resultaram na expedição do mandado de prisão do caseiro.