Anualmente, a Associação Cultural Manicuera realiza a romaria do Divino Espírito Santo. A programação iniciou após o Domingo de Páscoa e segue até o Pentecostes, data que neste ano acontece em 20 de maio.
Neste período, o Mandicuera visita as casas das comunidades vizinhas. Os integrantes do grupo levam a bandeira do Divino e os instrumentos como a viola, rabeca e adufo pelas comunidades e improvisam versos em cânticos ao Divino Espírito Santo.
O grande momento acontece no último dia, com a Festa do Divino que neste ano será em Ponta de Leste (Ilha do Cardoso) dias 18, 19 e 20 de maio. O evento vai reunir as comunidades caiçaras do litoral.
“Começamos a romaria no dia 4 de abril e estamos passando por várias localidades marítimas e ilhas. Entre os locais constam Barra do Ararapira, Pontal de Leste SP, Enseada da Baleia SP, Vila Rápida SP, Vila Fátima, Abacateiro, Sebui, Barbado, Bertioga, Saco do Morro, Superagui, Ilha das Peças, Vila São Miguel e vamos terminar na Ilha do Cardoso quando será realizada a festa”, explica Aorelio Domingues da Associação Mandicuera.
Domingues ressalta que a recepção nas casas dos devotos é sempre marcada por muita comunhão, solidariedade e respeito. “Estaremos em romaria até o dia 20 de maio. Agradeço as comunidades pelas quais estamos passando, pois há muita demonstração de carinho e amor. São momentos de emoção porque vemos famílias inteiras unidas, em comunhão. E os versos são feitos na hora”, complementa.
Em breve será lançada a programação da Festa do Divino, a qual marca a finalização da romaria. As pessoas interessadas em participar da festividade devem ir ao trapiche na Rua da Praia no dia 18 de maio. Até o dia 1.º as passagens estarão custando R$80 (ida e volta). Serão três dias de festividade em contato com as tradições culturais seculares que marcaram a religiosidade regional.
COMEMORAÇÃO
A origem da Festa do Divino se encontra em Portugal do século 14, com uma celebração estabelecida pela rainha Isabel (1271-1336) por ocasião da construção da igreja do Espírito Santo, na cidade de Alenquer. A devoção se difundiu rapidamente e tornou-se uma das mais intensas e populares em Portugal. Por isso, chegou ao Brasil com os primeiros povoadores. Há documentos que atestam a realização da festa do Divino em diversas localidades brasileiras desde os séculos 17 e 18.