Na semana passada, representantes do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (IHGPR) e integrantes do Club Litterario de Paranaguá apresentaram para a Capitania dos Portos do Paraná, em Paranaguá, um projeto para uma expedição arqueológica para a Ilha da Trindade, uma ilha brasileira no Oceano Atlântico, em busca do tesouro escondido pelo bando do pirata Zulmiro. A reunião tinha como objetivo solicitar a autorização da Marinha do Brasil para que o projeto avançasse. Atualmente a Ilha da Trindade é administrada pela Marinha do Brasil e tem acesso restrito.
“Eu imagino que agora foi um passo muito importante, pois o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná teve esse primeiro contato oficial com a Marinha do Brasil e pela abertura que tivemos com o comandante da Capitania dos Portos do Paraná, ele disse que a Marinha vai abarcar esse projeto, vai aceitar, pois também é um projeto que não envolve dinheiro público. Foi muito positivo nosso contato, nós estivemos na Marinha e acredito que grandes portas serão abertas nos próximos meses. Nós vamos apresentar agora o projeto em Brasília, na Marinha, na Capitania, na Secretaria da Comissão Interministerial para Recursos do Mar. À medida que vamos mostrando e o projeto ganhando corpo as portas vão se abrirem”, destacou Marcos Juliano Ofenbock, diretor Cultural do IHGPR e autor do livro sobre o pirata Zulmiro.
O pirata Zulmiro foi considerado a maior lenda urbana da cidade de Curitiba, um pirata inglês com o nome de Zulmiro que morou na cidade no século XIX. A história é contada pelo pesquisador Marcos Juliano Ofenbock, que passou 18 anos estudando a vida do pirata, reunindo uma extensa quantidade de documentos que comprovariam a existência do personagem. Ofenbock é, também, diretor Cultural do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
LANÇAMENTO DO LIVRO
O escritor Marcos Juliano Ofenbock realizou uma palestra, no dia 27 de julho, no auditório do Club Litterario de Paranaguá, sobre a história documentada do maior tesouro de pirata do mundo. Na ocasião, ele realizou o lançamento do seu novo livro intitulado “O Tesouro Pirata da Ilha da Trindade”. Baseado nos documentos desse livro é que a expedição arqueológica está sendo organizada. O livro traz ainda um apanhado de notícias, documentos, desenhos, fotografias e mapas sobre a vida de Zulmiro e expedições para a Ilha da Trindade ao longo dos séculos.
CLUB LITTERARIO
Os diretores do Club Litterario de Paranaguá participaram da reunião na Capitania dos Portos para a apresentação do projeto e ao mesmo tempo agradeceu a vinda dos representantes do IHGPR à cidade. “O Club Litterario fica muito honrado de ter sempre próximo a presença do Dr. Paulo Roberto e o Nelson, ambos do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. O Litterario está fazendo o seu papel, que é o objetivo da sua existência, que é divulgar cultura e conhecimento para os jovens da cidade. É um presente para Paranaguá e um presente para o Litterario poder estar fazendo 151 anos em agosto e rememorando e trazendo sempre aqueles personagens de destaques no mundo cultural do Paraná e até mesmo do Brasil”, frisou Ivan Lapolli Filho, diretor Cultural do Club Litterario de Paranaguá.
ILHA DA TRINDADE
De acordo com as pesquisas, o tesouro escondido por um grupo liderado pelo pirata Zulmiro está na Ilha da Trindade, a 1,2 quilômetros da costa litorânea brasileira. “Com relação ao projeto Ilha da Trindade, o nosso diretor Cultural, Marcos Juliano, tem apoio do Instituto. História e Geografia andam juntas e esse tem início, meio e fim, tem método. Então, o projeto que está sendo apresentado é um projeto que possui para o historiador uma profundidade muito grande. O Marcos Juliano foi buscar em todas as fontes históricas onde apareceu o pirata em Curitiba. Por quê esse pirata esteve em Curitiba? Quais os motivos que o pirata aportou lá? E de que forma esse tesouro teria sido escondido na Ilha da Trindade? Que pode ser uma probabilidade como pode não ser. Mas para o Instituto é importante quer isso é uma história, não importa se a história é verídica (que poderá ser) ou inverídica, o que interessa para nós é que se trata de um projeto que tem constituições históricas em toda a sua formação”, destacou Paulo Roberto Hapner, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de do Paraná.
O Instituto Histórico e Geográfico do Paraná está apoiando o pesquisador Marcos Juliano para uma nova expedição à Ilha da Trindade, a fim de mapear e tentar identificar a localização do tesouro perdido. “Traz para o nosso conhecimento e para todos os brasileiros a colocação da Ilha da Trindade, que até uma época foi uma ilha inglesa e o Brasil recuperou essa ilha. Os argentinos não recuperaram as malvinas, mas os brasileiros recuperaram a Ilha da Trindade e lá existe um ponto de apoio da Marinha Brasileira há 1.200 quilômetros da costa”, contou o presidente do IHGPR.
COORDENADOR DA EXPEDIÇÃO
A escavação arqueológica na Ilha da Trindade ocorrerá nos próximos anos pelo Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (IHGPR), junto à Marinha do Brasil e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). “Desde a infância, todas as pessoas ficam fascinadas com histórias de piratas, como o Robinson Crusoé, por exemplo. Quando apareceu essa história do pirata, um trabalho que o Marcos Juliano começou, a primeira sensação que dá é que isso é lenda. A lenda do pirata Zulmiro já é muito antiga em Curitiba. E de repente o Marcos Juliano vem com uma pesquisa de 18 anos para descobrir se é verdade ou não essa história do pirata. Ele começou a juntar documentos, jornais de épocas e buscou na Inglaterra o berço onde nasceu o pirata”, contou Nelson Luiz Penteado Alves, diretor de Patrimônio do IHGPR e coordenador da Expedição Ilha da Trindade.
PIRATA ZULMIRO
O pirata Zulmiro foi considerado a maior lenda urbana da cidade de Curitiba, um pirata inglês com o nome de Zulmiro que morou na cidade no século XIX. A história foi contada pelo pesquisador Marcos Juliano Ofenbock, que passou 15 anos estudando a vida do pirata, reunindo uma extensa quantidade de documentos que comprovariam a existência do personagem.
Zulmiro foi sepultado no Cemitério Municipal de Curitiba com o nome de João Francisco Inglez, aos 90 anos de idade. Enquanto morava em Curitiba, onde hoje é o bairro do Pilarzinho, Zulmiro teria sido visitado por um inglês chamado Edward Young, a quem contou toda a sua história. Anos mais tarde, depois da morte do ex-pirata, Young passou a publicar a história de Zulmiro em uma série de cartas ao Jornal do Brasil. Segundo as pesquisas, o pirata Zulmiro passou por Paranaguá durante uma de suas andanças pela região.