O Boi de Mamão, segundo informações da Associação de Cultura Popular Mandicuera é um auto de ressurreição, ou seja, um teatro popular de improviso que traz na sua realização fragmentos da catequização dos jesuítas. Sua importância revela a consciência de um povo, histórias que marcam gerações e nos mostram a cultura do povo parnanguara e caiçara, que há anos persistem em levar a tradições para que cada vez mais pessoas conheçam e não deixam que nossa história seja apagada do coração do seu povo.
O roteiro mistura fatos reais que aconteceram na história real do boi de Paranaguá, através da encenação.
“Em todos os autos, sempre é o boi que morre. Já no caso do boi de Paranaguá, é o único caso em que quem morre é o Matheus, dono do boi”, declara o Mestre Aorelio Domingues.
De acordo com Aorelio, o boi de mamão era uma manifestação que os jesuítas usavam, para catequização, neste caso, do povo caiçara. Eram nesses autos que os próprios padres também ensinavam a montar os instrumentos, a tocar, a encenar.
“Então os jesuítas, para explicar a ressurreição, criavam estes autos. Mas este ato é inspirado na Commedia Dell’arte, que traz a improvisação, contendo personagens cômicos e fazem o improviso com o público. Como é improviso, tem a base que é a ressurreição, mas as histórias são inventadas no decorrer da apresentação”, destaca.
Em uma das histórias contadas sobre o significado do nome Boi de Mamão, diz que surgiu quando as crianças ao brincar imitando o auto do boi, faziam a cabeça do boi com mamão verde e por isso levaria esse nome. O espetáculo do boi de mamão faz parte do folclore, não tem ligação com as origens do fandango, porém, nos bailes de fandango realizados na cidade, esse auto é contado utilizando os instrumentos caiçaras.
“O Boi de Mamão é um auto, já o Fandango é baile. Mas aqui em Paranaguá, nós tocamos com o boi de mamão com os mesmos instrumentos do fandango: a viola, a rabeca, o machete e a caixa e o adufo”, enfatiza o Mestre Aorelio Domingues.
Quando e onde acompanhar os Autos do Boi de Mamão
Praça Mário Roque: Dia 12 de fevereiro (horário ainda será divulgado)
Carnailha: Dia 13 de fevereiro às 16h
Morretes: Dia 11 de fevereiro às 14h