Cultura

Artista ocupa tempo contando histórias na Internet

Carla Lopes contribui para a inclusão literária em tempos de pandemia

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A artista de Paranaguá Carla Lopes está realizando, desde abril, um trabalho de conotações de histórias. As atividades iniciaram a partir de postagens em sua própria página no Facebook e, aos poucos, ganharam proporções inesperadas.

Carla Lopes conta que em 2019 viveu um ano muito agradável marcado pela contação de histórias, mediação de leitura. “Iniciei 2020 com uma sensação de leveza, de prazer por ter trabalhado com tantos livros de diferentes autores. Mas, por causa da pandemia, acabei me isolando totalmente. Não posso mais atuar, não posso dirigir espetáculos, eu não posso contar histórias e, potencialmente, não tenho mais contato com o público, isso me deixou muito frustrada”, lamenta a artista.

Após o choque inicial por causa das paralisações surgiu a ideia de continuar lendo livros e compartilhar, através de narrativas das histórias, com os seus amigos no WhatsApp. E assim surgiu a “Quarentena Literária”, projeto criado pela artista e hoje faz sucesso no mundo virtual.

Carla ressalta que já tinha um canal no YouTube, mas era voltado para os espetáculos da companhia Reticências, não especificamente para o público infantil. “Vinha desejando ter um canal infantil, até que fui estimulada a fazer o canal no YouTube”, conta.

Com esse pensamento, ela montou um cenário com materiais da Cia. Reticências Produções, iniciando, assim, o projeto “Uma História Que Eu Conto” com canal no YouTube @carlalopeshistorias.

As histórias são postadas todas terças e sextas-feiras, sendo que às terças-feiras acontece ‘Uma História Que Eu Conto’, em que as histórias têm início, meio e fim. Na sexta-feira, acontece a ‘Roda Literária’, em que ela conta histórias mais longas e por capítulos.

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“Na Roda Literária estamos nos aventurando no livro de Ana Maria Machado, uma autora consagrada que ocupa uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, desde 2003, o texto é ‘Bisa Bia, Bisa Bel’, tem uma leitura agradável e prazerosa. No canal, eu conto histórias de autores consagrados e também histórias de minha autoria. Sei que tenho muito para aprender ainda, afinal só estou no começo, mas é fascinante, poder aprender coisas novas”, define.

Enquanto a Cia. Reticências Produções não pode se apresentar nos palcos, por causa da pandemia, Carla Lopes segue contando histórias para quem quiser ver e ouvir. A artista define essa modalidade de arte como algo que alegra o coração e acalma a alma. “Contar histórias faz bem para quem conta e para quem ouve”, destaca.

“A parte maravilhosa de tudo isso é que com o canal infantil no YouTube consigo levar literatura para um número muito maior de crianças, e um bom exemplo disso é que tenho ouvintes de todos os lugares. No Rio de Janeiro, tem o João de 8 anos, o Lucas de 11, a Yasmim de 4, o Arthur de  8 anos,  e o Heitor de 8 meses. Tem ainda a Ághata de 7 anos ou o Kauê, que moram em Paranaguá, e tantas outras crianças que podem ter acesso às histórias de autores conceituados e consagrados. É um privilégio poder estar fazendo isso por elas, desta forma contribuo com a inclusão literária, visto que os livros são caros e nem toda criança tem acesso. Adultos também curtem, como a Dona Marlene, do Rio de Janeiro, que me disse que as minhas histórias fazem voltar a ser criança e isso a deixa feliz”, finaliza.

Artista ocupa tempo contando histórias na Internet

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