Muitas pessoas ficaram impossibilitadas de exercer suas atividades durante a pandemia. Em virtude do fechamento de espaços, a situação foi ficando cada vez mais difícil e muitas pessoas passaram a exercer atividades que jamais imaginariam antes.
Dos palcos para a peixaria
Jota Lopes mora em Nova Brasília, na Ilha do Mel e sempre atuou na atividade musical, tanto como cantor solo ou guitarrista vocal. Mas com a pandemia tudo mudou.
“Eu sempre vivi da música como renda principal, com a chegada da pandemia confesso que ‘gelei’ porque parou tudo e não entrava renda, ninguém contratava, contas acumulando e aquela obrigação por ser pai. Tive que buscar alternativas e bicos para poder suprir alguma coisa”, conta.
Lopes, que também trabalhou com vendas, usou essa experiência para ingressar em um novo ramo. “Meu pai é pescador e estava com dificuldades em vender as tainhas, porque as festas regionais dos pescados foram canceladas e assim o medo foi aumentando. Minha mãe é cozinheira de mão cheia e sempre fez tainha recheada para nós. Isso me motivou e resolvi então enviar nos grupos de amigos pela Internet o produto”, ressalta.
Para seu espanto houve uma “chuva” de encomendas na primeira semana, estimulando a continuar a vender frutos do mar. “Depois fizemos um plano e aprimoramos a divulgação, toda semana entregamos o pescado em Paranaguá e graças a Deus só elogios. Trabalhamos com carinho e dedicação isso nos faz ter a certeza de que estamos no caminho certo”, ressalta.
Da cozinha para a costura
Elisângela Rosário, moradora na Ilha dos Valadares, nunca trabalhou com costura, mas em 2020 sua fonte de renda está vindo da máquina de costurar. Antes da pandemia ela atuava no setor de monitoramento, ou seja, era monitora em uma empresa de operação portuária. Mas tinha faturamento também fazendo bolos.
Ela só costurava em casa quando precisavam de alguma reforma. Mas o forte dela, até então, era na cozinha, ou seja, vendia bolos para festas por encomendas, mas durante a pandemia ocorreu algo totalmente inesperado. “Comecei a fazer máscaras logo no início da pandemia e para minha surpresa tive muitas encomendas, acabei deixando os bolos de lado. Nunca imaginei que iria ter tantas encomendas de máscaras”, conta.
No começo, ela iniciou fazendo apenas para familiares, só que o resultado agradou tanto que ela começou a expandir. “Um foi contando para o outro e agora estou com bastante trabalho. Estou fazendo de acordo com os pedidos que variam muito. Atualmente tenho com escudos de time de futebol e outros temas. Estou bem motivada, graças a Deus”, ressalta
Yakissoba da Mare
Mare Batistel trabalha como manicure há 30 anos em Paranaguá e, com a pandemia, ficou sem trabalho. Uma de suas paixões é cozinhar e justamente isso que tem garantido seus dias atualmente.
“Sempre cozinhei para a família e todos em casa elogiam, principalmente o yakissoba. Até que um dia a minha nora, Mariana Pimentel, chegou para mim e disse, enquanto comia, que se eu vendesse ia fazer sucesso. Depois disso fiquei pensando e conversei com minha amiga Gabrielle Cordeiro e ela topou e a coisa engrenou”, conta.
Assim que postou o aviso de venda nas redes sociais surgiram os primeiros pedidos e os elogios foram aumentando. Hoje, Mare começa a cozinhar às 19h já com vários pedidos feitos ao longo do dia.
As entregas são feitas pelo filho, que incentiva a mãe. O trabalho de manicure agora faz parte das lembranças. “Estou muito feliz com isso porque jamais poderia imaginar que de um momento ruim fosse surgir algo tão bom. Me encanto mais com as mensagens de incentivo do que com as vendas. Estou muito feliz”, finaliza.