O governador Carlos Massa Ratinho Júnior se reuniu na quarta-feira, 17, por videoconferência, com os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) e apresentou algumas deliberações sanitárias que o Governo do Estado deve adotar, via decreto, a partir de sexta-feira, 19, para reduzir a propagação do novo Coronavírus.
As medidas propostas devem diminuir a circulação de pessoas e evitar o colapso nos leitos disponíveis para atendimento a pacientes infectados pela Covid-19 nas redes pública e privada.
Entre as medidas em estudo estão escalonamento das atividades comerciais para evitar aglomerações em horários específicos; escalonamento dos funcionários terceirizados das administrações municipais; fechamento dos shopping centers aos fins de semana; proibição do ingresso de crianças menores de 12 anos em supermercados; reforço na orientação de isolamento social para idosos com mais de 60 anos; proibição de consumo de bebidas alcoólicas nas ruas depois das 22 horas; e proibição de aglomerações em pátios de postos de combustível, praças e parques.
Paraná e distanciamento social
O governador destacou que o Paraná chegou perto dos 100 dias de pandemia com uma situação razoavelmente controlada, controle na transmissão, no número de leitos disponíveis e manutenção das atividades essenciais. “Mesmo assim não é possível atender todo mundo sem controle e distanciamento social, que é o único método disponível”, afirmou. “Esse é um problema comum e temos que pensa-lo de forma coletiva e estratégica. É um trabalho pontual para a Região Metropolitana de Curitiba neste momento, mas ele pode ser ampliado para outras regiões do Estado”, destacou Ratinho.
A 2.ª Regional de Saúde, que engloba 29 municípios da Região Metropolitana de Curitiba, é a que apresenta maior índice de casos.
Macrorregião que abrange Paranaguá
A macrorregião Leste (a qual abrange Curitiba, Irati, Guarapuava, Paranaguá, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e União da Vitória) também tem 74% de taxa de ocupação nos 230 leitos de UTI disponíveis para a Covid-19 na rede pública.
“Temos que cadenciar as decisões para chegar ao final dessa maratona. Curitiba sozinha não vai suportar toda a demanda por conta da relação comercial dos municípios vizinhos com a capital. Temos um grande problema no transporte público, queremos diminuir a circulação nessa região. Os municípios têm que nos ajudar a tomar uma decisão conjunta. Não podemos perder o ritmo que estamos adotando”, complementou Ratinho Júnior. “Não adianta Curitiba fechar e os outros municípios não. Nossa missão é salvar o máximo de vidas”.
Precaução
Segundo o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, a decisão conjunta para a Região Metropolitana de Curitiba será fundamental para manutenção da qualidade no atendimento dos hospitais para a população. Ele disse que o Paraná vive o momento mais delicado da pandemia desde que os primeiros casos foram detectados, em 12 de março, e que a evolução da pandemia é dividida em dois momentos no Paraná: uma realidade de 75 dias e uma nos últimos 15 dias.
“A tendência é de espiral ascendente. Se não tivermos as medidas necessárias de isolamento domiciliar e distanciamento social vamos continuar todos os dias dando maiores possibilidade ao contágio”, disse Beto Preto.
“Estancamos o movimento nas universidades e escolas, uma queda de cerca de 20% na mobilidade das pessoas, mas só isso não basta. Estamos estudando no Comitê de Operações e Emergência em Saúde, e é importante que esse decreto seja um guarda-chuva para a Região Metropolitana”, acrescentou Beto Preto.
Fonte: AENPR