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Coronavírus

Fiocruz alerta para incidência extremamente alta de SRAG no Paraná

Ocupação de leitos UTI Covid-19 no Estado está em 59%

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Na sexta-feira, 3, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou a nova edição do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, onde apontou que o Brasil registrou queda no número de óbitos pela décima semana seguida, algo que representa uma redução média diária de 1,6% durante a Semana Epidemiológica 34, de 15 a 28 de agosto, com queda também na incidência de casos confirmados nesse mesmo período em 2,4% ao dia. Apesar dos índices de controle do Coronavírus, segundo a Fiocruz, o Paraná está com incidência extremamente alta de Síndromes Respiratórias Agudas Graves  (SRAG), que está correlacionada com a pandemia. 

Segundo a Fiocruz, houve queda também no Brasil com relação ao número de testes positivos para a Covid-19.  “Os cientistas do Observatório Covid-19 ressaltam que os valores médios registrados nesta última SE — 24,6 mil casos novos e 670 óbitos diários —  implicam na necessidade de atenção frente à hipótese de agravamento da pandemia, sobretudo pela difusão da variante Delta no momento em que grande parte da população ainda não completou o esquema vacinal. Atualmente, a taxa de letalidade está em torno de 2,8%, que é considerada alta frente a outros países que adotam medidas de proteção coletiva, testagem e cuidados intensivos para doentes graves”, detalha.

“Apesar de ainda ser necessário avançar na ampliação e aceleração da vacinação, esse processo contribui para a importante tendência de redução da incidência e mortalidade, sendo notável o declínio no número absoluto de internações e óbitos em todas as faixas etárias”, dizem os pesquisadores do Observatório feito pela Fiocruz. Segundo oestudo técnico, feito com dados do MonitoraCovid-19, 193 milhões de doses de vacinas foram aplicadas no Brasil. “O plano de imunização atingiu 82% da população com a primeira dose e 39% com o esquema de vacinação completo, considerando as pessoas com mais de 18 anos”, informa.

Para a Fiocruz, os níveis de incidência de SRAG, de um modo geral, estão em redução no Brasil. “Mas cinco unidades da Federação ainda apresentam grau de incidência extremamente alto. São eles: Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e o Distrito Federal. Além disso, muitas capitais das regiões Sul, Sudeste e Nordeste registraram tendência de aumento de casos: Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, Salvador, Aracaju, Maceió, João Pessoa, Natal e Fortaleza”, detalha.

Outro ponto que causou preocupação aos estudiosos foi que o Boletim Infogripe por faixa etária apresentou uma estabilidade na faixa etária dos adultos, ao invés de uma redução mais acentuada. Houve estabilidade para crianças e adolescentes em patamares altos em relação a outros momentos da pandemia. “Continua a ser importante ter ações de vigilância para evitar novos aumentos, promover a vacinação e evitar uma maior disseminação do vírus Sars-CoV-2 para o interior dos estados”, diz o relatório.

Ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS

Segundo o informe, o Rio de Janeiro precisa ter atenção, devido ao crescimento na ocupação de leitos de UTI Covid-19 registrado no Sistema Único de Saúde (SUS). “Roraima é o único estado com taxa de ocupação superior a 80%, mas atualmente conta com apenas 50 leitos disponíveis em um hospital de Boa Vista, dos quais 41 (82%) estavam ocupados no dia da obtenção do dado. Além do Rio de Janeiro (72%), somente Goiás está na zona de alerta intermediário (≥60% e <80%)”, destaca.

“Curitiba apresentou aumento (72% para 75%) e Porto Alegre, que nas três semanas anteriores manteve taxas abaixo de 60%, registrou crescimento preocupante (59% para 66%). Belo Horizonte mantém tendência de queda, atingindo taxa de 61% no SUS e Fortaleza apresentou um crescimento expressivo do indicador na última semana”, relata a Fiocruz, destacando a situação de Curitiba.

Ao todo, 24 estados estão fora da zona de alerta da ocupação de leitos. São eles: Rondônia (43%), Acre (9%), Amazonas (41%), Pará (42%), Amapá (15%), Tocantins (43%), Maranhão (45%), Piauí (41%), Ceará (37%), Rio Grande do Norte (31%), Paraíba (18%), Pernambuco (38%), Alagoas (16%), Sergipe (25%), Bahia (33%), Minas Gerais (31%), Espírito Santo (42%), São Paulo (36%), Paraná (59%), Santa Catarina (47%), Rio Grande do Sul (55%), Mato Grosso do Sul (37%), Mato Grosso (45%) e Distrito Federal (58%). Os índices demonstram o Paraná com 59% de ocupação de leitos de UTI Covid-19 no momento.

De acordo com a fundação, duas capitais estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 superiores a 80%: Boa Vista (82%) e Rio de Janeiro (96%). “Cinco capitais estão na zona de alerta intermediário: Fortaleza (60%), Belo Horizonte (61%), Curitiba (75%), Porto Alegre (66%) e Goiânia (69%). Vinte capitais estão fora da zona de alerta: Porto Velho (40%), Rio Branco (10%), Manaus (41%), Belém (35%), Macapá (17%), Palmas (37%), São Luís (47%), Teresina (40%), Natal (30%), João Pessoa (13%), Recife (34%), Maceió (17%), Aracaju (32%), Salvador (27%), Vitória (40%), São Paulo (36%), Florianópolis (21%), Campo Grande (43%), Cuiabá (31%) e Brasília (58%)”, destaca, demonstrando a situação da capital paranaense, que está em zona de alerta intermediária.

Mais vacinas

Segundo a Fiocruz, é essencial que seja ampliado o número de vacinas contra a Covid-19 para todos os grupos de forma imediata. “Idosos necessitam da terceira dose e adolescentes a partir dos 12 anos, com campanhas de estímulo das pessoas que devem receber ambas as doses, a busca ativa de faltantes e a organização da rede de atenção básica do SUS mais próxima da população e com condições de atendimento e aplicação de vacinas”, completa o relatório. Para os cientistas da fundação, enquanto a pandemia prosseguir, é necessário seguir também com a prevenção, com uso de máscaras de qualidade e distanciamento social. 

Pandemia atinge mais jovens

De acordo com a Fiocruz, houve uma queda de internações e mortes por Covid-19 em todas as faixas etárias, entretanto, esta redução não é tão grande na faixa de pessoas acima de 80 anos. “Quanto ao registro de óbitos, os dados indicam que o pico está se deslocando para as idades mais avançadas e reconstruindo o cenário observado no período anterior ao início da vacinação. A proporção de casos internados entre idosos, que já esteve em 27% (SE 23, 6 a 12 de junho), hoje se encontra em 48,4%. Já a fração dos óbitos, que encontrou na mesma semana 23 a menor contribuição (44,6%), hoje está em 71,1%. Em outras palavras, a reversão demográfica é mais dramática no que se refere ao número de mortes, porque a concentração está substancialmente maior nas faixas etárias mais longevas”, relata a Fiocruz.

“A análise demográfica desta última quinzena apresenta comparações entre a primeira Semana Epidemiológica (SE 1, de 3 a 9 de janeiro) e a de número 33 (SE 33, de 15 a 21 de agosto). Desde a SE 24 (13 a 19 de junho), para as internações hospitalares e de UTI, e desde a SE 23 (6 a 12 de junho), para os óbitos, houve uma reversão da idade média para os três indicadores. A mediana de internações hospitalares, ou seja, a idade que delimita a concentração de 50% dos casos, foi de 66 anos na SE 1 para 59 anos na SE 33. No caso das internações em UTI, os valores de mediana foram, respectivamente, 68 e 63 anos; para óbitos, 73 e 72 anos”, finaliza a assessoria.

Com informações da Fiocruz

Foto: Erasmo Salomão/MS – EBC

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