Paraná, 18 de janeiro de 2021, quase meio milhão de casos de Covid-19 confirmados, nove mil mortes e 1,5 mil pacientes internados. Cirurgias eletivas suspensas, toque de recolher das 23h às 5h e funcionamento do comércio somente para atividades essenciais. A pandemia da Covid-19 já durava 312 dias quando o Estado recebeu a tão esperada vacina, única esperança para conter o inimigo invisível.
A primeira remessa enviada pelo Ministério da Saúde continha 256,6 mil doses do imunizante CoronaVac (aprovado para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, um dia antes), e desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba por volta das 19h.
Às 21h30 do mesmo dia, a enfermeira do Complexo Hospitalar do Trabalhador (CHT), Lucimar Josiane de Oliveira, de 44 anos, foi a primeira paranaense a ser vacinada contra o coronavírus. O governador Carlos Massa Ratinho Júnior declarou aberta a campanha de vacinação contra a doença em todo o Estado. “A partir de hoje, escreveremos um novo futuro”, disse ele.
Desde então mais de 19 milhões de vacinas contra a Covid-19 foram distribuídas aos 399 municípios do Paraná de maneira isonômica, dos quatro laboratórios aprovados pela Anvisa (CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen).
A força-tarefa realizada pelo Governo do Estado com o apoio de aeronaves da Casa Militar, viabilizou a entrega e distribuição dos imunizantes em tempo recorde, possibilitando que as vacinas chegassem até as equipes municipais e estivessem disponíveis para a população em até 24h.
Mesmo após o início da vacinação, o Estado registrou a chamada “segunda onda” da doença, registrada entre março e maio, com aumento no número de casos, mortes e internamentos. Agora, quase um ano desde a chegada das primeiras doses, a efetividade e segurança dos imunizantes são indiscutíveis e evidentes na análise do atual cenário epidemiológico.
A população adulta, estimada pelo Ministério da Saúde em 8.720.953 pessoas, foi integralmente atingida com as duas doses ou a dose única. No dia 21 de setembro, outra espera chegou ao fim: o anúncio da vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos. Dentre os 936.296 jovens nesta faixa etária, pelo menos 75% haviam tomado a primeira dose até 17 de dezembro.
Em novembro, o Ministério da Saúde sinalizou a necessidade de dose reforço para toda a população adulta. Até então, a dose extra se destinava apenas a idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde. Mais de 800 mil doses de reforço já foram aplicadas no Paraná. Além disso, a vacinação de crianças de 5 a 11 anos foi aprovada pela Anvisa na última semana. O Estado aguarda a oficialização do Ministério da Saúde sobre a administração destas doses neste público, bem como o envio das doses específicas.
REDUÇÃO
Com mais da metade da população imunizada, a taxa de infecção da doença e o agravamento do quadro clínico dos pacientes internados diminuiu consideravelmente. Nos primeiros 19 dias de dezembro, o Paraná registrou pouco mais de três mil casos confirmados da doença.
Este número não baixava de cinco mil casos mensais desde maio de 2020. Já com relação aos óbitos a diferença é ainda mais visível, menos de 80 mortes no período. Este dado não era menor que cem desde abril de 2020, um mês depois da confirmação dos primeiros casos no Estado.
Em 31 de março deste ano, mais de quatro mil pacientes estavam internados em leitos exclusivos para atendimento a Covid-19, sendo 1,7 mil em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 2,3 mil em enfermarias. Os dados da Regulação de Leitos Estadual somam atualmente, 322 internamentos em leitos exclusivos, sendo 185 em UTI e 137 em enfermarias.
“Não há dúvidas de que a vacinação foi e continuará sendo nossa principal ferramenta contra esse vírus. Os dados atuais nos mostram um cenário mais esperançoso e próximo de chegar ao fim desta guerra que já dura quase dois anos. Precisamos continuar vacinando e acreditando que logo sairemos vitoriosos”, diz o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
Até 20 de dezembro o Paraná registrava 9.029.039 primeiras doses, 7.559.880 segundas doses, 324.873 doses únicas, 883.744 doses reforço e 60.225 doses adicionais. 77,85% da população do Estado receberam a primeira dose e 67,99% duas doses ou dose única.
LEITOS
Desde 26 de março de 2020, o Governo do Estado decidiu implantar o atendimento e leitos exclusivos para os infectados pela doença, possibilitando que estes pacientes não disseminem o vírus para outros internados. Em 23 de junho de 2021, o Paraná chegou a registrar 4.987 leitos exclusivos para atendimento à Covid-19, sendo mais de duas mil UTIs.
A ocupação destas unidades passava de 90% na época e muitas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais de pequeno porte, adaptaram suas instalações para dar suporte aos pacientes até que fossem transferidos para as unidades exclusivas.
Somente com os chamados “kit de intubação”, que são os medicamentos para sedação do paciente em UTI, o Paraná distribuiu neste ano mais de 4,6 milhões de unidades, no valor total de R$ 51,2 milhões entre contrapartida da Sesa (R$ 34,7 milhões), Ministério da Saúde (R$ 12 milhões) e doações e iniciativas do Consórcio Paraná Saúde (R$ 4,3 milhões).
O pagamento das diárias de disponibilidade e ocupação das enfermarias foi custeado integralmente com recursos do Governo do Estado e as UTIs com participação do governo federal e estadual. Até agora, mais de R$ 492,4 milhões já foram empenhados para estes pagamentos.
A habilitação dos leitos pelo Ministério da Saúde termina em dezembro, sendo assim e também considerando a necessidade da retomada de procedimentos cirúrgicos eletivos e a baixa ocupação do leitos, o Estado optou por desativar a rede exclusiva e manter um quantitativo de leitos chamados “preferenciais”, que poderão atender Covid mas em casos de disponibilidade e necessidade de uso por outra doença, deverá ser utilizado.
O Paraná manterá ainda, os três hospitais próprios abertos para atendimento exclusivo à Covid-19 (Regional de Ivaiporã, Guarapuava e Telêmaco Borba), de maneira preventiva até 30 de abril, podendo ser alterado de acordo com a necessidade epidemiológica no Estado.
Fonte: AEN