Um estudo global divulgado pela agência de comunicação Edelman mostra que em meio à pandemia de coronavírus os veículos da grande imprensa aparecem como a fonte de informações mais confiável para 64% das pessoas. Antes da crise de saúde que atinge todos os continentes, havia uma tendência de baixa credibilidade do jornalismo e das fontes de conhecimento, como a ciência.
O levantamento foi feito de 6 a 10 de março, antes das principais ações relacionadas à pandemia, como fechamentos de fronteiras e orientações de isolamento. Foram entrevistadas 10 mil pessoas da África do Sul, Alemanha, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido (mil por país) pela internet. Os brasileiros estão fora da tendência global: 64% dos entrevistados preferiam as informações nas redes sociais e 59% citaram os jornais e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“O comportamento dos brasileiros seguia uma tendência anterior à pandemia. Agora, do ponto de vista global, as principais organizações noticiosas têm quase duas vezes mais credibilidade do que a OMS ou autoridades sanitárias nacionais”, informa a Associação Nacional de Jornais (ANJ).
Sete a cada dez entrevistados disseram estar acompanhando notícias sobre o coronavírus na mídia pelo menos uma vez por dia e 33% dizem que estão checando várias vezes ao dia.
Entre os brasileiros, pouco menos de sete entre dez entrevistados disseram acompanhar o noticiário, com 26% checando várias vezes durante o dia.
O estudo também mostra uma preocupação mundial sobre fake news a respeito do coronavírus. Porcentual de 74% dos entrevistados têm essa preocupação em relação às redes sociais – no Brasil, o medo chega a 85%. Jovens, diz o estudo, confiam igualmente nas mídias sociais (54%) e na mídia tradicional (56%), enquanto as pessoas com mais de 55 anos classificam a mídia tradicional como quase três vezes mais confiável do que as mídias sociais.
Os porta-vozes sobre o coronavírus, cientistas e médicos, contam entre os mais confiáveis, juntamente com funcionários da OMS. Entre os entrevistados, 85% afirmaram que querem ouvir mais os cientistas e menos os políticos.
Fonte: Estado de São Paulo