Ciência e Saúde

Vacina contra a dengue desenvolvida pelo Butantan está em fase final de estudos

Será necessária uma dose para que esquema vacinal seja completo

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Na  última semana, o Instituto Butantan, uma das principais instituições científicas do Brasil e do mundo, anunciou que uma vacina contra a dengue desenvolvida por pesquisadores do instituto está em fase final de estudos. O imunizante, que utiliza a técnica do vírus atenuado contra a doença, ainda não tem previsão de data para distribuição à população, mas, já se sabe desde agora, que será necessária apenas uma dose para que o esquema vacinal seja completo contra a dengue pela vacina que será desenvolvida nacionalmente.

Segundo o Butantan, é importante reforçar a prevenção e enfrentamento a outras doenças graves no Brasil além da Covid-19. “Uma delas é a dengue, que só em 2019 infectou 1.489.457 brasileiros, causando 689 mortes. Desde 2009 pesquisadores do Butantan estudam a produção de uma vacina contra o vírus da dengue. Ela ainda não tem previsão de distribuição à população, mas os ensaios clínicos estão bem avançados”, informa.

Segundo a assessoria, a vacina em desenvolvimento utiliza a técnica de vírus atenuado contra a dengue, ou seja, utiliza vírus enfraquecidos que induzem o corpo a produzir anticorpos sem causar a doença, inclusive com poucas reações adversas. De acordo com o Butantan, o imunizante será tetravalente, protegendo dos quatro tipos de dengue (tipo 1, 2, 3 e 4). “Sempre que se planeja fazer uma nova vacina o ideal, quando possível, é utilizar um vírus atenuado, pois geralmente gera uma resposta mais eficiente e duradoura”, afirma a gerente de projetos do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas Virais do Butantan, Neuza Maria Frazatti Gallina. 

“A atenuação do vírus foi feita pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), um dos parceiros do Butantan na iniciativa. Os vírus atenuados foram cultivados em células Vero do macaco verde africano, uma técnica já estabelecida e usada em diversas vacinas; depois, a matéria-prima foi purificada e seguiu para a formulação. A última etapa é a liofilização, processo que transforma o líquido em pó, e a criação do diluente para diluir o pó no momento da aplicação da vacina”, informa o Instituto Butantan.

Fase atual

Segundo o instituto, os ensaios clínicos da vacina estão na fase três, com acompanhamento dos últimos voluntários incluídos nos testes, algo “que significa que o processo de desenvolvimento do imunizante está em fase final”, complementa. “A previsão é que a pesquisa seja finalizada até 2024. Em paralelo aos estudos clínicos, o Butantan estuda o escalonamento da vacina, ou seja, como a produção de laboratório será elevada para nível industrial. Uma confirmação já obtida é que será necessário apenas uma dose da vacina devido à tecnologia de vírus atenuado”, reforça a assessoria.

“A vacina vai ser um dos principais componentes de combate à doença, mas é importante ressaltar que não é só a vacina que vai combater a dengue. Nós temos que continuar realizando todas as outras formas de ajudar a combater o mosquito e, portanto, a transmissão da dengue”, explica o diretor do Centro de Segurança Clínica e Gestão de Risco: Farmacovigilância e Farmacoepidemiologia, Alexander Precioso. 

Controle da dengue no Brasil

“As pessoas vacinadas vão evitar hospitalizações e mortes e isso vai tornar a dengue controlada no país”, afirma Neuza Gallina. “Em qualquer situação é importante agir na prevenção. Na saúde pública a prevenção de doenças é feita principalmente com as vacinas”, complementa.

Segundo o Butantan, outros imunizantes contra a dengue já foram estudados em países do mundo, entre eles os Estados Unidos, entretanto, nesses locais a doença não é endêmica como no Brasil. “Em uma fase mais avançada da pesquisa clínica, eles terão que procurar outro país com um número razoável de voluntários que tenham contato com o vírus para a comprovação da eficácia da vacina”, finaliza a pesquisadora.

Dengue no litoral

Segundo o Informe Epidemiológico n.º 13/2021-2022 sobre a situação da dengue em todo o Paraná, que analisa a situação da doença desde agosto de 2021, confirma até o dia 16 de novembro um total de cinco casos confirmados de dengue na região em Guaratuba (2), Pontal do Paraná (2) e Paranaguá (1). Nenhuma morte decorrente da enfermidade ocorreu neste período nos sete municípios litorâneos. Além disso, atualmente a região tem 26 casos em investigação da doença em Paranaguá (13); Pontal do Paraná (8); Guaratuba (4) e Antonina (1).

Com informações do Instituto Butantan

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