Apesar do desenvolvimento do câncer de mama ser mais propenso para mulheres acima de 50 anos, há um aumento significativo dos casos em pessoas mais jovens nos últimos anos. Neiva Mara Diniz, hoje com 38 anos, descobriu a doença através do autoexame aos 36, e relatou sua trajetória de superação desde que recebeu o diagnóstico.
Durante este mês, a campanha Outubro Rosa objetiva abrir os olhos da população quanto ao câncer de mama, enfatizar a importância da prevenção com exercícios físicos, alimentação adequada e qualidade de vida, além de evidenciar a necessidade de realização dos exames também em outros períodos do ano.
Neiva está em fase de recuperação, faz fisioterapia no Instituto Peito Aberto e tem se dedicado à prática de atividades físicas. Ela conta que descobriu a doença fazendo o autoexame. “Em 2019, no banho, fiz o toque e senti um carocinho na mama direita. Fiz a mamografia, levei ao médico e ele disse que não constava nada e, caso aumentasse, era para eu procurar ele novamente. Alguns meses depois, o caroço aumentou, tive ínguas nas axila e secreção no mamilo. Em 2020, procurei outro profissional, que me pediu outra mamografia e ecografia, assim que saiu o resultado este profissional me indicou um mastologista”, relatou a paciente.
A partir daí, iniciou as sessões de quimioterapia. “Fiz quatro vermelhas e quatro brancas, depois a cirurgia quadrante da mama e esvaziamento total da axila. Fiz 19 sessões de radioterapia, agora faço fisioterapia no Instituto Peito Aberto”, ressaltou Neiva.
Segundo ela, só passou a conhecer mais sobre o câncer de mama e como ele atinge a mulher e as formas de tratamento depois do diagnóstico. “Sinceramente, só sabia que era necessário fazer o autoexame a partir de uma certa idade, na época eu estava com 36 anos. Quando recebi o diagnóstico fiquei muito triste, não sabia o que estava por vir. Sou o primeiro caso na minha família, somos em seis irmãos”, frisou Neiva.
Autoestima
A lição que ela tirou de toda essa experiência, que ainda é superada no dia a dia, é a importância da união de forças com outras mulheres que passam ou passaram pelo mesmo problema e nunca perder a fé.
“Essa doença é muito pesada, mexe muito com nossa autoestima até conhecermos outras pessoas que passam pelo mesmo. Hoje olho para o céu e agradeço a Deus por ter vencido essa luta, ter fé é essencial, não podemos desistir, temos que ser mais fortes do que essa doença”, destacou Neiva.
Além disso, o câncer de mama a ensinou a ter mais atenção e valorizar o autocuidado. “O câncer me ensinou a me amar mais, olhar com mais cuidado para mim mesma. Deixamos de olhar nosso interior por diversas razões e esquecemos que nós somos a principal razão da vida, ter mais fé em Deus, se rodear de pessoas boas que são muitas, amar o próximo. Tenho gratidão pela família, amigos, pelo meu companheiro e pelo Instituto Peito Aberto, onde fui recebida com todo amor e carinho. Essa luta é de todos, não tem como vencer sozinha”, concluiu Neiva.