Ciência e Saúde

Seminário debate saúde da população negra

Parnanguara destaca a importância do evento na busca pela igualdade

Aconteceu no último fim de semana, 12 a 14 de agosto, o Seminário Teresa de Benguela, no Hotel Estação Express, em Curitiba, com o objetivo de discutir assuntos relacionados à saúde da população negra no Estado. O evento foi promovido pela Secretaria de Estado da Saúde e reuniu participantes de várias regiões, dentre os quais alguns parnanguaras com o propósito de disseminar as ideias no litoral.

O evento contou com representantes da Regional de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde de Paranaguá e estudantes da Universidade Federal do Paraná, campus Litoral. De acordo com Sula Ferreira, a qual esteve presente representando a Regional de Saúde e também a Pastoral da AIDS, o seminário foi de grande proveito por esclarecer em vários pontos as questões debatidas no que se refere à população negra.

“É muito importante saber que apesar de sermos metade da população ainda não temos um política de saúde que tenha realmente saído do papel. Os nossos profissionais ainda não estão preparados para cuidar das doenças mais prevalentes no negro como a anemia falciforme. As diferenças no tratamento com o jovem negro que no Rio de Janeiro representa 70% das mortes. O preconceito ainda é muito grande”, explica Sula Ferreira.

 O evento foi realizado em parceria com a Rede de Mulheres Negras, entidade presidida por Alaerte Leandro Martins. Ela ressaltou que o principal ponto discutido foi o acesso à saúde pelo fato de grande parte da população residir em periferias de grandes cidades, ou regiões pequenas com menor acesso à saúde.

 

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Alaerte explicou que a população negra tem condições genéticas diferenciadas que não podem ser ignoradas. Os negros têm maior prevalência de doenças, como diabetes e hipertensão, além de doenças menos comuns como a anemia falciforme (doença do sangue), deficiência em Glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), uma doença hereditária, e foliculite (que causa a inflamação dos pelos).

O próximo evento que trata a referida população será em novembro, tendo como tema as religiões matriz africana, e de acordo com Sula, mais pessoas do litoral estarão participando do encontro. “Para o evento de novembro já temos algumas lideranças que participaram do nosso encontro em 2015 e acredito que irão mais uma vez representar muito bem o litoral. É importante a participação da comunidade negra para a reivindicação dos nossos direitos e garantia da continuidade dos saberes e tradições. O preconceito velado continua, pois as mães de santo ainda não conseguem sair às ruas com suas guias ou vestimentas sem serem discriminadas. As mães de jovens negros nas grandes cidades têm a saúde mental afetada por insegurança quando seus filhos saem de casa. O medo é uma constante o mesmo acontece com o povo haitiano que reside nos grandes polos. Sou católica apostólica e luto por um País livre de desigualdades”, finaliza.

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