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Ciência e Saúde

“Se precisar, peça ajuda!”: campanha Setembro Amarelo visa a prevenção ao suicídio

Mês é utilizado para conscientizar a sociedade sobre a importância de combater o problema

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Foto: Ilustrativa/Freepik

A campanha Setembro Amarelo visa a prevenção ao suicídio, com o objetivo de conscientizar a sociedade e estimular o diálogo responsável sobre o assunto, reforçando a importância da atenção à saúde mental em todas as fases da vida.

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgam a campanha. Em 2024, o lema é “Se precisar, peça ajuda!”. 

Segundo a ABP, o suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de um milhão de casos. “No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia”, ressaltou a ABP.

Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS.

“Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade”, destacou a ABP.

Rede de Atenção Psicossocial

O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com serviços gratuitos de apoio psicossocial disponíveis à população, com diretrizes de atendimento pautadas no respeito aos direitos humanos, combate aos estigmas, atenção humanizada e foco no cuidado em liberdade. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a Rede de Atenção Psicossocial é constituída por um conjunto integrado de diferentes pontos de atenção para atender pessoas com sofrimento psíquico e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

Na região Sul do País, a rede é composta por 491 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), 56 Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), 14 Unidades de Acolhimento (UA) e 775 leitos de saúde mental em hospitais. No Paraná, a rede dispõe de 156 CAPS, 17 SRT, 6 UAs e 65 leitos distribuídos por todo o Estado.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), uma das principais medidas de prevenção ao suicídio com base em evidências é a implementação de políticas de saúde mental e de redução do álcool. 

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“No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia”, ressaltou a ABP. Foto: Ilustrativa/Freepik

Valorização da vida

“Todos nós devemos atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha”, divulgou a ABP.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, os seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos. “Ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Essas pessoas pensam rigidamente pela distorção que o sofrimento emocional impõe”, afirmou a ABP.

Desta forma, o caminho é se informar para aprender e ajudar o próximo. “É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está pensando em se matar e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente”, salientou a ABP.

Dados

O suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. A OMS aponta que todos os anos mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios. 

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Afeta indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. 

Como acessar os serviços

Para qualquer pessoa que esteja necessitando de cuidados relacionados à saúde mental, é essencial procurar acompanhamento profissional e o SUS disponibiliza esse serviço. O atendimento nos Caps está disponível para qualquer pessoa que precise de suporte, podendo ser acessado de forma espontânea ou por encaminhamento de outros serviços da rede de saúde. No caso das Unidades de Acolhimento, do Serviço Residencial Terapêutico e dos hospitais gerais, o encaminhamento é obrigatório.

Com informações da ABP

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