Ciência e Saúde

Saúde mental deverá fazer parte dos relatórios de gestão de risco das empresas

Advogado comenta decisão e afirma que esta é urgente e necessária

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O Brasil é o segundo País com mais casos de Síndrome de Burnout, atrás apenas do Japão, que lidera com um índice de 70%. Conhecida também como síndrome do esgotamento profissional, a doença é resultado de situações de trabalho desgastantes que impactam diretamente na qualidade de vida do trabalhador.

O cuidado com a saúde mental e casos de assédio no ambiente de trabalho passarão a fazer parte da Norma Regulamentadora Nº 1 (NR-1), principal norma que trata do gerenciamento de riscos das organizações. No fim do mês de julho, a decisão foi tomada durante reunião da Comissão Tripartite Paritária Permanente, composta por integrantes do governo, sindicatos de trabalhadores e confederações de empregadores, que discute temas de segurança e saúde no trabalho.

Diante de casos cada vez mais frequentes de estresse, ansiedade, burnout e depressão no ambiente organizacional, o advogado pós-graduado em Direito Administrativo, João Guilherme Walski de Almeida, explicou como as empresas podem evitar o adoecimento por saúde mental dos trabalhadores.

“As empresas podem adotar diversas políticas para cuidar da saúde mental de seus trabalhadores. Criar um ambiente de trabalho acolhedor e empático é essencial. Investir em programas de apoio psicológico, prevenir o assédio no ambiente de trabalho e tornar a empresa um espaço plural são passos importantes para tanto. O incentivo à atividade física e à alimentação saudável também pode ajudar os colaboradores”, afirmou João Guilherme.

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“Essa obrigatoriedade é um passo importante para garantir um ambiente de trabalho mais seguro e saudável, reconhecendo que a saúde mental é tão crucial quanto a física”, disse o advogado João Guilherme de Almeida

Além disso, segundo ele, também é essencial flexibilizar horários de trabalho e incentivar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, permitindo que o empregado se desconecte das atividades laborais enquanto está descansando.

O advogado salienta que todas as empresas terão que se adaptar e elaborar relatórios de gerenciamento de riscos, incluindo os riscos psicossociais.

“A atualização da Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01) exige que as empresas considerem não apenas os riscos físicos, químicos e biológicos, mas também os fatores que afetam a saúde mental dos trabalhadores. Essa obrigatoriedade é um passo importante para garantir um ambiente de trabalho mais seguro e saudável, reconhecendo que a saúde mental é tão crucial quanto a física”, disse João Guilherme.

A medida passa a valer nove meses após a publicação do novo texto da NR-01 pelo Ministério do Trabalho. Neste tempo, as empresas podem se adaptar às exigências. “Quanto mais cedo as empresas se adaptarem, melhor será para todos”, enfatizou o advogado.

Tema é urgente

Para o advogado, a medida é mais do que necessária atualmente. “O crescente número de afastamentos do trabalho por questões de saúde mental é alarmante e reflete a urgência de abordarmos os riscos psicossociais. Estresse, ansiedade, burnout e depressão são problemas sérios que afetam não só os trabalhadores, mas também a produtividade e o ambiente das empresas”, explicou João.

Desta forma, a inclusão desses riscos na NR-01 é um reconhecimento vital da importância de proteger a saúde mental no trabalho. “Além de melhorar a qualidade de vida dos funcionários, essa medida pode reduzir significativamente o absenteísmo e aumentar a produtividade, criando um círculo virtuoso de bem-estar e eficiência nas empresas”, finalizou o advogado.

Saúde mental deverá fazer parte dos relatórios de gestão de risco das empresas

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Saúde mental deverá fazer parte dos relatórios de gestão de risco das empresas

Gabriela Perecin

Jornalista graduada pela Fema (Fundação Educacional do Município de Assis/SP), desde 2010. Possui especialização em Comunicação Organizacional pela PUC-PR. Atuou com Assessoria de Comunicação no terceiro setor e em jornal impresso e on-line. Interessada em desenvolver reportagens nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, inclusão, turismo e outros. Tem como foco o jornalismo humanizado.