A Secretaria de Estado da Saúde (SESA) confirmou, através do boletim epidemiológico divulgado na noite de quinta-feira, 4, o primeiro caso autóctone de febre amarela em Paranaguá.
O boletim estadual apresenta um aumento para 14 casos confirmados, sendo que seguem em investigação 85 ocorrências e 202 já foram descartadas.
Os municípios com casos confirmados são: Antonina, Morretes, Adrianópolis, Campina Grande do Sul, Curitiba, Piraquara, São José dos Pinhais e Paranaguá.
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, destacou mais uma vez a importância da vacina contra a febre amarela. “Ela é a forma mais eficaz de estar protegido e está disponível em todas as Unidades de Saúde do Paraná. Todos com idade entre 9 meses e 59 anos devem ser vacinados”, disse o secretário Beto Preto.
CASO DE PARANAGUÁ
Trata-se de uma criança, do sexo feminino, com 11 anos, que fez o exame em 29 de janeiro. A confirmação só foi feita agora, dois meses depois, já que faltavam alguns elementos para fechar o diagnóstico. A paciente já foi tratada e passa bem. Ela reside no Jardim Figueira, uma região de mata.
A equipe de agentes de endemias da Secretaria Municipal de Saúde assim que foi notificada da suspeita do caso fez o bloqueio da região com aplicação de inseticida em bomba costal, para eliminar o mosquito Aedes Aegypti (que transmite, além da febre amarela, também a dengue, zika e chikungunya).
AUTÓCTONE
No levantamento das informações a respeito da paciente descobriu-se que ela não havia realizado nenhuma viagem, o que caracteriza que ela foi picada na região onde mora.
ALERTA
A situação acende um alerta ainda maior para as autoridades sanitárias de Paranaguá. “Confirma-se agora que estamos com o vírus da febre amarela circulando em nossa cidade e a preocupação aumenta ainda mais. Por isso peço para que a população se vacine, pois a vacina é a única forma de prevenir a doença”, alertou o prefeito Marcelo Roque.
COBERTURA VACINAL
Do início do ano até agora, foram vacinadas 17.996 pessoas em Paranaguá, dados efetivos em relação à cobertura vacinal da cidade. Até 2015 não havia a comunicação da aplicação da dose, por meio de sistema próprio, ao Ministério da Saúde. “Assim que fomos informados pela Secretaria de Estado da Saúde sobre o risco do vírus circulando na cidade, já que em Antonina foi registrado o primeiro caso, determinamos que a vacinação da febre amarela fosse intensificada, passando a ser disponibilizada em todas as unidades em horário comercial e até no período da noite para aquelas que funcionam com turno estendido. Ou seja, estamos fazendo a nossa parte”, declarou o prefeito.
AGENTES EM CAMPO
A secretária municipal de Saúde, Lígia Regina de Campos Cordeiro, afirmou que atualmente os 60 agentes de endemias estão distribuídos em 8 diferentes regiões da cidade para combater o avanço da infestação do Aedes Aegypti, mas alertou que a população tem que fazer sua parte. “O levantamento feito por nossas equipes aponta alto grau de infestação em toda a cidade. Ou seja, nossa população não está contribuindo. Isso tem que mudar imediatamente, pois caso contrário veremos um avanço não só da febre amarela, mas também da dengue e outras arboviroses em nossa cidade”, alertou a secretária. Nesta semana, foi realizado pedágio na Rua Júlia da Costa, para conscientizar a população sobre os perigos do Aedes Aegypti.
AÇÕES
O prefeito Marcelo Roque destacou que o combate ao mosquito Aedes Aegypti vem ocorrendo de maneira mais contundente desde o início da administração. “Já fizemos mutirões de limpeza e conscientização. Batemos de porta em porta, endurecemos a fiscalização e mesmo assim nossa população continua não se dando conta do perigo que nos ronda. Espero que esse caso sirva de alerta mais uma vez, porque não queremos que Paranaguá seja acometida por uma epidemia como a que foi registrada em 2016, quando tivemos 30 mortes por dengue. Não queremos isso para nossas famílias”, desabafou o prefeito.
Com informações das Secretarias de Saúde do Estado e de Paranaguá.