Na tarde de segunda-feira, 6, o prefeito de Paranaguá, Adriano Ramos, juntamente com a vice-prefeita Fabiana Parro, reuniu os secretários municipais, além Diretoria da FASP – Fundação de Assistência à Saúde de Paranaguá, e empresas credenciadas, para determinar novas ações emergenciais visando melhorias no atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) João Pereira, localizada na Vila Itiberê.
“Nós temos um compromisso com a população de resolver o problema da saúde, esse é nosso compromisso. Estamos trabalhando muito desde o dia 1.º de janeiro que assumimos a gestão. No dia 2 de janeiro houve aquela movimentação na UPA, nós estivemos lá até às 2h20, não nos conformamos com o que está acontecendo na UPA. Conversamos na sexta-feira, no sábado e em reunião interna aqui junto com a Secretaria de Saúde, e nós hoje pela manhã marcamos uma reunião com todos os envolvidos, chamamos aqui os responsáveis pela FASP que estiveram presentes, toda a Secretaria de Saúde, Secretárias e Superintendentes, responsáveis por algumas ações dentro da saúde e também pelas empresas de credenciamento”, explanou o prefeito Adriano Ramos.
O prefeito quer agilidade para diminuir as filas e cobrou atenção humanitária à população. Uma das prioridades da Secretaria Municipal de Saúde deve ser a revisão do funcionamento do Programa ESF (Estratégia Saúde da Família).
“Para a população poder entender: no período diurno, sempre vai ter servidores da FASP, médicos e também médicos do município emprestados para a FASP. No período noturno, nos plantões, finais de semana e feriado, somente empresas de credenciamento que nós temos sete hoje fazendo esse trabalho. Primeiro ponto que identificamos, a falta de responsabilidade com a população do ex-prefeito Marcelo Roque, porque as empresas de credenciamento reclamaram aqui da falta de pagamento. Empresas que ficaram três meses sem receber para poder pagar os seus médicos”, disse o prefeito.
“Tem empresa que apresentou um recibo aqui para nós que não recebeu o salário de novembro e nem de dezembro. E o prefeito deixou muitas dessas empresas para nós podermos pagar agora em janeiro. Se nós não chamássemos essas empresas, nós não saberíamos o que está acontecendo. Até porque sempre deixei muito claro, em todas as entrevistas, que nós não tivemos transição. O negócio era truculento, falta de transparência e o grande problema da gestão talvez fosse a questão da FASP de a gente poder entender o que é a FASP, o que está acontecendo com a FASP, qual é a função da FASP, e nós não tivemos nenhum tipo de informação”, completou Adriano Ramos.
A UPA é gerenciada pela Fundação de Assistência à Saúde (Fasp) e, por isso, o prefeito reuniu responsáveis para que soluções práticas pudessem ser apresentadas e aplicadas no decorrer dos dias. “Hoje, conversando com alguns membros da FASP, com as empresas de credenciamento, nós conseguimos entender que o município deixou de pagar, e essa falta de pagamento não foi a FASP que deixou de fazer o repasse para as empresas de credenciamento, a própria FASP trouxe informação que foi a gestão do ex-prefeito Marcelo Roque que deixou de pagar”, frisou.
SOLUÇÕES APRESENTADAS PELO EXECUTIVO
Ao final da reunião, Adriano Ramos apresentou algumas soluções práticas e que foram discutidas com os responsáveis pelo gerenciamento da FASP e empresas credenciadas. “O nosso jurídico vai fazer uma avaliação se nós podemos diminuir, hoje tem sete empresas prestando serviço no período noturno, oferecendo médicos nos finais de semana e feriados. Nós queremos reduzir o número até porque as próprias empresas de gerenciamento trouxeram essa informação. Quando você tem muita empresa, o gerenciamento se torna complicado”, comentou o prefeito.
“A primeira medida, o nosso pessoal, a equipe de governo, já foi lá na licitação conversar com a superintendência da licitação, saber se nesses contratos nós temos uma folga, temos recurso para ampliar o número de médicos para atender no período noturno. Essa foi a primeira ação a partir dessa reunião. Segunda ação, a nossa procuradora, a dra. Flávia, já teve uma conversa antecipada hoje com procuradores do município, estão nos ajudando muito, quero agradecer aos servidores procuradores do município que estão realmente buscando soluções junto com a nossa procuradora para ver se nós conseguimos cancelar alguns contratos que foram ampliados até março pela gestão anterior para diminuir o número de empresas credenciadas, porque nós entendemos que se tinha menos empresas, a gestão vai ser melhor”, relatou.
SECRETÁRIA DE SAÚDE
A secretária municipal de Saúde, Patrícia Muzetti Vianna Scacalossi, que também participou da reunião no Gabinete do prefeito Adriano Ramos, explanou sobre o planejamento que vem sendo feito para melhorar o atendimento na UPA, assim como nas Unidades Básicas de Saúde da cidade.
“Estamos em análise dessa questão do contrato da FASP, é um contrato que ele vence agora em três meses, então a gente precisa analisar juridicamente como a gente vai lidar com essa questão da Fundação em si. Não fiquem preocupados, porque a gente sabe que tem muitos servidores preocupados achando que vão perder o emprego, que vão ser demitidos, não, a gente vai fazer da maneira que fique melhor para todos, temos consciência de que tem muitos pais de famílias que trabalham nessa fundação, então a gente vai tentar, da melhor maneira possível, estudar essa forma de contrato para que a gente não perca profissionais também, mas que a gente possa dar o devido atendimento à população de Paranaguá”, afirmou a secretária municipal de Saúde.
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A secretária Patrícia disse que há a possibilidade de ampliação do horário de atendimento nas Unidades de Saúde. “Como o próprio prefeito salientou, uma das medidas seria a ampliação do horário de atendimento nas unidades de saúde. A gente sabe que houve um desmonte das Unidades Básicas de Saúde que elas não estão funcionando como deveriam estar funcionando. Então a gente está trabalhando fortemente na questão de retomada do programa Saúde da Família para que as unidades básicas consigam desenvolver o seu papel da prevenção, do cuidado do paciente para que ele não fique doente”, finalizou.
EMPRESA CREDENCIADA
Hugo Damasceno, representante da Sociedade Paranaense de Medicina (SPM), esteve no Gabinete do prefeito e falou com a imprensa sobre dívidas acumuladas da gestão anterior. “O que a gente tem percebido foi que realmente existem alguns problemas de pagamento. Então, enquanto a maioria dos municípios tem pago em cada 30, 40 dias, aqui a gente está com 60, às vezes 90 dias para conseguir fazer um faturamento. Isso acaba gerando um descontentamento muito grande por parte dos profissionais da saúde”, contou.
“Isso torna o município de Paranaguá um pouco mal falado, o que dificulta conseguir trazer um corpo clínico coerente e coeso e que mantenha vínculo com a UPA. Então, essa iniciativa é muito importante porque a partir dela, quer dizer, regularizando os pagamentos, melhorando o fluxo da UPA e das unidades, criando novos protocolos, a gente vai conseguir fidelizar o corpo clínico. E aí a melhora que vai se ver no atendimento vai ser extraordinária. Então, esse momento aqui é muito importante para a gente”, concluiu Hugo.