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Ciência e Saúde

Mãe divide experiência sobre a filha autista nas redes sociais

Diagnóstico de TEA chegou após um ano de investigações

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Foram 12 meses de investigação até o diagnóstico de autismo. Longos meses até que Karen Kleinhans e o marido Drei tivessem a confirmação do caso da filha Katharina, de dois anos e 11 meses. O casal também tem Kaael, de nove meses. A mãe relatou como foi receber o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e porque decidiu compartilhar sua história e experiência nas redes sociais. 

“Durante um ano, a gente viveu em um eterno estágio de negação, porque não é fácil aceitar que seu filho tem algum tipo de deficiência. Além de lidar com a exaustão, uma carga emocional fragilizada e os olhares de julgamento na rua, tem os comentários desnecessários, as comparações com outras crianças. Então, quando recebemos o laudo positivo para autismo, encaramos como uma solução diante da dificuldade de comunicação que temos com a Katharina. Claro que choramos, nos emocionamos muito com o laudo em mãos, mas decidimos levantar a cabeça, nos aprofundar no assunto para se preparar e preparar a Katharina para lidar com todo esse processo”, contou a mãe Karen.

Karen Kleinhans e o marido Drei são pais de Katharina e Kaael

Junto com a força, veio também a incerteza de como enfrentar o mundo a partir da notícia de TEA.

“Foi então que decidimos expor o diagnóstico da Katharina. A intenção de noticiar que ela é uma criança atípica, geraria respeito e empatia com o comportamento dela, diante das crises e também informar aos pais e cuidadores para terem um olhar sensível e pensar fora da caixinha quando o assunto é o desenvolvimento do seu filho”, afirmou Karen.

Instagram

Suas postagens pelo Instagram @kakakleinhans tomaram uma proporção maior do que esperava. “Diversas pessoas me procuraram para compartilhar que também eram pais atípicos, que os filhos eram autistas ou que estavam em processo de investigação. Eu não tinha noção que havia pessoas próximas a mim que passaram ou estavam passando pelo mesmo processo que eu e estavam sofrendo sozinhas. isso porque a maternidade em si já é solitária, a maternidade atípica é mais solitária ainda”, enfatizou Karen.

Desta forma, ela começou a compartilhar mais da sua rotina. “Comecei então a dividir com as pessoas os desafios de ser mãe de duas crianças pequenas, da rotina diária de terapias que a Katharina tem, das crises dela, dos desafios de achar lugares para lazer com uma criança atípica, de como ter um olhar atento ao desenvolvimento do Kaael e não deixá-lo desassistido, e também dos avanços que a Kath já tem feito!”, explicou Karen.

Acolhimento

Compartilhando sua história, sua experiência e sua rotina, a mãe recebeu muito acolhimento.

“Fomos muito acolhidos e quero estender esse acolhimento às famílias atípicas. Não são dias fáceis, mas poder me abrir e dividir com outras pessoas que passam pela mesma situação que a nossa, é terapêutico. A luta pela inclusão e pelos direitos dos autistas, não é só dos pais”, disse Karen.

Por isso, campanhas como o Abril Azul, voltada para a conscientização do autismo se torna tão importante. “O autismo é um espectro muito rotulado pela sociedade. As clínicas, os profissionais e as instituições que ajudam a informar as pessoas sobre as caraterísticas dos autistas, dos sinais que eles apresentam, quando eles apresentam, quando procurar um profissional para orientar, estão ajudam a espalhar informações extremamente importantes. Precisamos normalizar o autismo e entender que os autistas fazem parte da sociedade”, afirmou Karen.

“Autismo não tem cara”

Segundo ela, existem marcos no desenvolvimento infantil que ajudam a perceber se a criança está ou não se desenvolvendo dentro do esperado. “Estar atento a esses marcos ajuda a uma intervenção quando necessária. No caso da Katharina, a intervenção precoce contribuiu muito para que ela fosse a criança que ela é hoje. Tem gente que diz: ela nem parece autista. Pois bem, autismo não tem cara, não tem cor, não tem gênero e o mais importante: não é moda! Então, se você é uma mãe, um pai, uma família atípica, saibam que não estão sozinhos, tem muitas pessoas que estão do seu lado nessa causa”, lembrou Karen.

Sobre quem tem dúvidas sobre o dia a dia da criança autista, hoje, Katharina leva uma vida normal. De acordo com a mãe, ela brinca, vai para a escola, onde foi muito bem recebida e está se adaptando bem, é saudável, carinhosa e engraçada. “Leva uma vida totalmente normal. O autismo não a impede de nada”, ressaltou Karen.

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