Para avaliar a presença do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, em Paranaguá, a Secretaria Municipal de Saúde realizou um levantamento que foi encerrado em Alexandra, na terça-feira, 19. O resultado das análises deve sair em uma semana e contribui para a identificação dos locais e planejamento das ações de combate.
O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Liraa) é um método utilizado para alcance rápido de indicadores entomológicos e permite conhecer a distribuição do mosquito na região onde é aplicado.
Os casos da doença têm aumentado na região e o diretor da 1.ª Regional de Saúde (1.ª RS) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Leovaldo Bonfim, afirmou que, na segunda-feira, 18, não havia nenhum paciente com diagnóstico de dengue internado no Hospital Regional do Litoral (HRL).
No entanto, um óbito registrado recentemente está em investigação.
“Temos um óbito em processo final de investigação, aguardando descarte de suspeitas, mas ao que tudo indica será confirmado dengue”, disse Leovaldo. O caso se refere a um morador no município de Matinhos.
Ainda segundo o diretor, o risco de a doença afetar mais pessoas na região está no aumento da infestação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. “Temos sim observado um aumento visual significativo na população de mosquitos transmissores da dengue”, ressaltou Leovaldo.
Com a queda nas temperaturas, se espera a diminuição dessa infestação e, consequentemente, o número de casos da doença. “Historicamente, há uma diminuição de casos com a chegada de temperaturas mais baixas, relacionados principalmente à diminuição da atividade dos mosquitos que normalmente se recolhem do frio e diminuem sua busca por alimentação, mas o ciclo evolutivo continua normalmente”, afirmou Leovaldo.
Foto: Arquivo Sesa
Combate à dengue
A diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Ângela Marques, informou que o trabalho dos agentes de endemias é diário. São visitadas residências e empresas para orientação aos cidadãos e, quando necessário, é realizada a remoção de possíveis criadouros.
“A bomba costal é utilizada sempre que há notificação de casos positivos confirmados por meio de exames e avaliação clínica ocorridos na UPA e laboratórios privados, além de hospitais. Com as notificações, a bomba costal ocorre em um raio de 350 metros da residência com caso positivo e também na região onde o paciente trabalha”, informou a Secretaria de Saúde de Paranaguá.
De acordo com a Secretaria, a conscientização da população é fundamental no combate à dengue com a retirada de recipientes que possam acumular água, limpeza de calhas e na verificação minuciosa dos seus quintais e espaços até mesmo dentro das residências como ralos, vasos, entre outros locais que podem se tornar criadouros para o vetor.
Encontro
Em encontro realizado na semana passada pelo Comitê Intersetorial de Controle da Dengue no Paraná, o secretário de Estado da Saúde, César Neves, destacou a importância do alinhamento das ações neste período do ano em que os casos deveriam estar em queda. “Estamos notando um grande aumento nos casos em um período não sazonal, já se aproximando do inverno. Diante desse diagnóstico é importante manter o alinhamento entre as secretarias e os órgãos do Estado para que possamos combater essa doença da maneira mais efetiva possível”, analisou Neves.
O encontro envolveu diversas secretarias e órgãos do Estado, além de representantes do Serviço Social do Comércio (Sesc/PR) e teve como finalidade propor um balanço e ampla análise das medidas já realizadas para o combate do mosquito, considerando também a atual situação da doença e possíveis novas ações.
A coordenadora de Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Belmonte, apresentou o quadro epidemiológico do Estado e enfatizou a necessidade de reforçar as campanhas. “O Paraná tem registrado uma expansão alarmante dos casos de dengue. Estamos monitorando todos os municípios, principalmente as áreas com maior incidência. É imprescindível fortalecer as campanhas de enfrentamento neste momento, para que tenhamos maior adesão nesse combate”, avaliou.
Na semana entre o dia 5 e 12 de abril, a Sesa registrou um aumento de 41,81% dos casos de dengue em 278 cidades, além de 12.465 novas notificações, totalizando 65.040 registros em 360 municípios. Além de outros 19.051 casos que estavam em investigação.
Com informações da Sesa
