A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou na quinta-feira, 18, uma série de recomendações com relação ao cuidado e prevenção junto a recém-nascidos (RN) e mães que contraíram a Monkeypox (MPX). Em entrevista, a infectologista da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Natalie Del Vecchio, trouxe orientações para mulheres, com confirmação ou suspeita de MPX que sejam mães de bebês ainda em fase amamentação, ressaltando a necessidade de evitar o contato em caso de infecção, bem como que aleitamento deverá passar por análise clínica caso a caso.
Uma Nota Técnica foi divulgada no início de agosto pela Coordenação-Geral de Saúde Perinatal e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde (MS), onde constam indicações com base de que o vírus “pode ser transmitido ao recém-nascido por contato próximo durante ou após o parto e de que a doença pode ter evolução severa em neonatos”, detalha a assessoria.
“A melhor estratégia para impedir o contágio do RN é evitar o contato direto com a mãe infectada e o aleitamento deve ser analisado de acordo com o quadro clínico”, afirma a Fiocruz.
Vírus presente no leite materno?
Natalie Del Vecchio explica que, com relação ao vírus estar presente no leite materno e ser transmitido de mãe para filho, ainda existem poucas evidências no que tange às recomendações no cuidado do recém-nascido com mães infectadas. “O vírus pode ser transmitido ao RN durante a gestação por via transplacentária, por contato próximo durante e após o parto. Até o presente momento, não se sabe se o vírus está presente no leite materno e se pode haver transmissão por essa via. O leite materno ordenhado pela paciente que está sintomática ou em isolamento, deve ser descartado enquanto o aleitamento estiver suspenso”, explica.
Em caso de interrupção da amamentação como forma de prevenção ao bebê, a cientista ressalta que a solução para alimentação deste recém-nascido é o recebimento de “fórmula infantil apropriada para cada situação ou leite humano pasteurizado”, detalha.
Separação de mãe e bebê
“Não existe um tratamento específico para a pele das mamas na prevenção da transmissão. A recomendação atual é manter a separação da mãe e bebê até que a mãe esteja fora do período de transmissibilidade do vírus, ou seja, até que as crostas tenham desaparecido, com cicatrização e formação de uma nova camada de pele. Essa recomendação de separação mãe-bebê, baseia-se no conhecimento de que o vírus pode ser transmitido no contato próximo com a mãe e a doença pode ter evolução grave no RN”, ressalta a infectologista da Fiocruz.
Em casos onde a genitora não pode ficar separada do seu filho recém-nascido, a orientação é que se desaconselha o contato pele a pele com a mãe e o bebê. “O recém-nascido deve estar totalmente vestido ou envolto por um cobertor. Após o contato, a roupa ou cobertor devem ser substituídos. A mãe deve usar luvas e avental, deixando coberta toda área da pele abaixo do pescoço e a mãe também deve usar uma máscara cirúrgica”, finaliza.
Com informações da Fiocruz