O Governo do Paraná intensificou, neste início do ano, as ações de combate e controle ao mosquito Aedes Aegypti em Paranaguá, litoral do Estado. O objetivo é evitar que uma nova epidemia de dengue atinja a cidade, tendo em vista a grave situação registrada no último ano. Ao todo, foram quase 16 mil casos e 29 mortes entre agosto de 2015 a julho de 2016.
Na última semana, o Estado reforçou o trabalho de inspeções em estabelecimentos comerciais, marinas, clubes e prédios públicos. Os ambientes são considerados pontos estratégicos para a proliferação do mosquito, que transmite dengue, zika e chikungunya. A intenção é eliminar criadouros em locais de risco, com grande potencial de infestação.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, uma força-tarefa com 12 profissionais foi destacada para trabalhar nas fiscalizações. Seis deles são do interior do Estado. “Estamos dando uma atenção especial a Paranaguá. O momento é de alerta e precisamos que a população tenha consciência disso. Uma simples tampinha de garrafa pode se tornar uma ameaça”, ressaltou.
Somente na primeira semana de trabalho, a equipe de inspeção fez 11 visitas e encontrou irregularidades em pelo menos quatro estabelecimentos. Os proprietários foram notificados e tiveram um prazo de 48 horas para solucionar os problemas.
MOBILIZAÇÃO
Caputo Neto salienta que o cuidado com a dengue deve se tornar uma rotina, tanto em casa, quanto no trabalho. “Cada um deve fazer a sua parte. Entramos em um período crítico, em que o clima favorece a reprodução do mosquito e, por isso, é essencial que a sociedade saiba de seu papel”, enfatizou.
Nesta semana, a força-tarefa inicia as inspeções no centro histórico da cidade. O foco é avaliar as condições de prédios e lojas do comércio local. “Em conjunto com a Associação Comercial de Paranaguá, vamos iniciar uma grande campanha de mobilização para conscientizar os lojistas sobre a importância de manter seus estabelecimentos livres de criadouros”, explicou a chefe da 1.ª Regional de Saúde, Ilda Nagafuti.
PESQUISA
Junto ao trabalho de inspeção, a Secretaria de Estado da Saúde também está desenvolvendo um grande estudo sobre o comportamento do Aedes Aegypti na cidade. Os pesquisadores querem identificar quais são os tipos de vírus mais frequentes nos mosquitos que circulam no município litorâneo. O registro será importante para verificar como está também a circulação dos vírus da zika e chikungunya em Paranaguá.
“O trabalho consiste na captura do mosquito adulto e depois na detecção do vírus presente no vetor. Isso permite que possamos acompanhar de perto o que está circulando na cidade, mesmo sem a ocorrência de muitos casos”, explicou o coordenador da pesquisa, professor Mario Antônio Navarro da Silva, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná.
– Evitar o acúmulo de lixo e entulhos;
– Deixar sacolas e recipientes com lixo fechados;
– Manter as caixas d’água, galões, tonéis ou tambores sempre vedados;
– Remover a sujeira das calhas e ralos;
– Não deixar pneus com água e em lugares descobertos;
– Deixar garrafas ou baldes com a boca para baixo;
– Verificar bandejas de ar-condicionado e geladeiras mantendo-as limpas e sem água;
– Colocar areia até a borda nos pratos de vasos de flores e plantas;
– Manter vasos sanitários sem uso fechados;
– Tratar a água de piscinas e fontes uma vez por semana;
– Esticar lonas para não formar poças;
– Lavar os recipientes de água dos animais.
AEN