Na quinta-feira, 15, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou o novo Boletim Infogripe Fiocruz, que apontou o prosseguimento de queda no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas) no Brasil, algo que inclui o Paraná. Outro apontamento técnico foi que o crescimento observado desde o fim de julho nos casos de SRAG entre crianças e adolescentes conta com interrupção ou reversão para queda.
“A curva nacional segue apontando para patamar inferior ao observado no mês de abril de 2022, até então o mais baixo desde o início da epidemia de Covid-19 no Brasil. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 36, período de 4 a 10 de setembro, o Boletim tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 12 de setembro”, detalha a Fiocruz.
Segundo a assessoria, se demonstrou interrupção ou reversão do crescimento de SRAG entre crianças e adolescentes. “Dados laboratoriais não indicam associação com a Covid-19, sugerindo efeito de outros vírus respiratórios comuns ao ambiente escolar, possivelmente por conta da retomada das aulas após o período de férias”, explica a Fundação.
Alerta para fim de ano
Segundo a Fiocruz, o cenário é positivo, mas é necessário prosseguir atento à proximidade do final de 2022. “É preciso ter atenção ao número de casos no final do ano – já que as viradas de 2020 para 2021 e de 2021 pra 2022 resultaram em um aumento de incidência de SRAG”, ressalta a assessoria.
“Não podemos afirmar categoricamente se vamos ter um final de ano tranquilo dessa vez, porque ainda estamos aprendendo com a Covid. Ela ainda não mostrou um padrão claro de sazonalidade. Por isso, é importante estarmos atentos, para podermos agir o mais rápido possível caso tenha novamente um aumento importante”, afirma o coordenador do InfoGripe e pesquisador da Fiocruz, Marcelo Gomes.
Entre os casos de SRAG predomínio é do vírus Sars-CoV-2
Segundo a Fiocruz, com relação aos dados referentes nos resultados laboratoriais por faixa etária, segue a manutenção de amplo predomínio do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, principalmente entre adultos. “Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 5,9% para influenza A; 0,4% para influenza B; 6,7% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 63,0% Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,1% para influenza A; 0,0% para influenza B; 0,0% para VSR; e 93,2% Sars-CoV-2 (Covid-19)”, completa.
Paraná
Entre 27 estados, 24 apresentam queda ou estabilidade nos casos de SRAG, algo que inclui o Paraná. “Apenas Amapá, Ceará, Espírito Santo e Roraima apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 36”, detalha a assessoria. Curitiba está entre as 21 capitais de Estado com queda ou estabilidade na tendência de longo prazo de SRAG, bem como de estabilidade no curto prazo, ou seja, nas semanas recentes. “Apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 36: Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Teresina (PI), embora na maioria compatível com cenário de oscilação”, finaliza a Fiocruz.
Com informações da Fiocruz