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Ciência e Saúde

Fiocruz explica o que é o vírus sincicial respiratório e como ele atinge as crianças

Incidência da VSR aumenta em períodos frios e causa doenças como a bronquiolite

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Foto: VioletaStoimenova/Getty Images/iStockphoto

O vírus sincicial respiratório (VSR), agente que causa doenças como a bronquiolite, cresceu nos últimos meses principalmente entre crianças, sendo que sua incidência aumenta ainda mais em períodos de frio. No domingo, 29, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu um comunicado explicando o que é o VSR, como ele atinge o público infantil principalmente até dois anos de idade, o motivo dela ser uma doença sazonal, principalmente ocorrendo no inverno e outono, bem como as formas de prevenção, enfrentamento e evitar que a doença se torne algo grave.

“Coriza, tosse, febre, mal-estar. Esses são sintomas que podem indicar apenas um resfriado, mas o quadro também é provocado pelo VSR”, informa a assessoria, destacando que o vírus causa a bronquiolite, uma inflamação que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões. “Provocada por vírus, a doença ocorre sazonalmente, sendo sua incidência mais frequente nos meses de outono e inverno no Brasil, principalmente em crianças até 2 anos de idade.

De acordo com a fundação, quando os sintomas da VSR evoluem para um chiado no peito (sibilância), bem como para um esforço respiratório, a criança deverá ser levada a um pronto-atendimento de forma rápida para atendimento pediátrico e avaliação médica. “O quadro pode ou não evoluir para uma insuficiência respiratória, podendo ser necessário internação hospitalar e uso de oxigênio por meio de ventilação não invasiva ou invasiva”, explica Flavia A. Anisio de Carvalho, alergista e imunologista no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).

“O VSR é responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Ainda não existe vacina contra a doença, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, desde 2013, o medicamento palivizumabe – indicado especialmente para bebês prematuros extremos, aqueles com cardiopatia congênita ou doença pulmonar crônica, casos em que a infecção costuma ser mais grave”, informa a Fiocruz.

Prevenção e tratamento 

Segundo a entidade científica, o VSR é muito contagioso, com transmissão pelo ar, toque e objetos contaminados. “A prevenção é similar às outras infecções de causa viral, incluindo a Covid-19”, detalha. Segundo a médica, a prevenção pode também ser feita evitando ambientes fechados e aglomeração de pessoas, sobretudo nos três primeiros meses de vida das crianças. “Manter os ambientes com ventilação adequada, lavar as mãos com sabão ou usar álcool em gel, além de máscaras são outras medidas que favorecem a redução da transmissão viral”, completa.

Segundo Carvalho, o aumento da VSR ocorre em um momento de redução de circulação do Coronavírus, mas que exige da população atenção a outras infecções respiratórias, que inclusive podem levar a situações graves e internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Com a pandemia e o período de isolamento social, o VSR e outros vírus tiveram sua circulação quase interrompida, devido ao uso de máscara e de medidas de higiene mais constantes”, explica a profissional da saúde.”Além disso, diminuir o contato com crianças e adultos infectados é mais uma forma de prevenção”, acrescenta.

Mães que amamentam e calendário vacinal

A Fiocruz explica que com relação às mães que amamentam, a orientação é o uso de máscara e higienização constante das mãos, principalmente no caso de apresentar sintomas como tosse, coriza e obstrução nasal. “Ela pode e deve amamentar”, salienta a médica “Além disso, não há indicação de interromper a amamentação, estando indicada até pelo menos dois anos de idade, sendo o único alimento necessário para o bebê até os seis meses de vida”, completa.

Outro ponto é que pais e responsáveis mantenham o calendário vacinal das crianças em dia, mesmo não havendo um imunizante específico contra o VSR. “É preciso vacinar contra a gripe, os bebês a partir dos 6 meses, já que o vírus Influenza é outra causa de infecção pulmonar potencialmente grave”, acrescenta. A profissional da saúde afirma que manter as vacinas em dia também evita a transmissão de doenças imunopreveníveis ao público infantil.

Tratamento a casos leves

“Na maioria dos casos, a doença apresenta sintomas leves, que variam entre sete e 12 dias. O tratamento é feito em casa por meio de medidas gerais de suporte, como antitérmicos em caso de febre, e medidas para desobstrução nasal, como inalações com soro e a lavagem nasal. Em alguns casos, podem estar indicados broncodilatadores e nebulização com salina hipertônica”, detalha a Fiocruz.

Segundo Flavia de Carvalho, a nebulização realizada com o soro mais salgado “faz com que o muco seja expectorado com mais facilidade, desobstruindo as vias aéreas”, detalha. “Em casos mais graves, nos quais a criança apresenta dificuldade respiratória, o tratamento é hospitalar, podendo ser empregada a oxigenioterapia”, finaliza.

Com informações da Fiocruz

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