Ciência e Saúde

Especialista da Unimed Paranaguá faz alerta sobre importância da vacinação

Dra. Camila Ahrens é Infectologista da Medicina Preventiva da Unimed e ressalta o papel que a vacinação teve para erradicar várias doenças no mundo

Especialista da Unimed Paranaguá faz alerta sobre importância da vacinação

Especialista da Unimed Paranaguá faz alerta sobre importância da vacinação

A criação das vacinas revolucionou a Medicina. A vacinação é apontada como o segundo maior avanço da humanidade em termos de saúde pública, atrás apenas da ampliação da oferta de água potável, destaca a infectologista da Medicina Preventiva da Unimed, Dra. Camila Ahrens, enfatizando que hoje em dia não há idade em que não exista vacinas recomendadas para qualquer população. “Nascemos com o sistema imunológico indefeso e depois de uma certa idade esse sistema vai envelhecendo e perdendo a sua eficácia, o que chamamos de imunossenescência. Precisamos prestar atenção à prevenção de doenças infecciosas. Muitas doenças gravíssimas são preveníveis e podem deixar sequelas para o resto da vida”, explica a médica.

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A doutora também comenta sobre o papel preponderante que a vacinação teve para erradicar várias doenças no mundo ou até mesmo para reduzi-las. “Muita gente hoje passa a vida sem conhecer alguém que já teve difteria, poliomielite, tétano, porém, no passado essas doenças dizimavam milhares de pessoas. Nos últimos 12 meses, foram registrados 600 casos de poliomielite no mundo, doença erradicada no Brasil, e se não conseguirmos cobertura vacinal de 95%, ela pode voltar, assim como voltou o sarampo.  Apesar de o Brasil não registrar casos há quase 30 anos, alguns países – como Paquistão, Nigéria e Afeganistão – ainda sofrem com a doença. Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo da Organização Pan-Americana de Saúde. No entanto, dois anos depois, o país registrou um surto da doença com mais de 10 mil casos confirmados e 12 mortes”, relata Dra. Camila, informando que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2018, o sarampo – doença imunoprevenível e altamente contagiosa – infectou quase 10 milhões de pessoas e matou mais de 140 mil em todo o mundo, a maioria crianças menores de 5 anos.

Vacinas rotineiras

Dra. Camila também ressaltou a importância das vacinas rotineiras. “Não podemos descontinuar as vacinas rotineiras. Temos vacina contra pneumonia, coqueluche, meningite, varicela, difteria e conseguimos a eliminação da febre amarela urbana no Brasil, controle da difteria, febre tifoide e meningite tuberculosa. Houve queda expressiva das meningites bacterianas, especialmente as causadas por haemophilus influenzae B e meningococo C, ou seja, quanto mais gente vacinada, menos risco das doenças se alastrarem”, destacou.

Movimentos antivacinas

Questionada de como vê o crescimento de movimentos antivacinas, principalmente neste momento de pandemia, Dra. Camila vê como hesitação. “A disseminação do novo Coronavírus e a rápida expansão da Covid-19 em todo o mundo impõem a necessidade de distanciamento social e de confinamento. Portanto, estas e outras medidas com o objetivo de limitar a transmissão do vírus devem ser consideradas ao se definir estratégias seguras que possibilitem manter a vacinação de rotina. Interromper a vacinação rotineira, em especial de crianças menores de cinco anos, gestantes e outros grupos de risco, bem como as estratégias de seguimento e contenção de surtos (sarampo e febre amarela, por exemplo), pode levar ao aumento de casos de doenças imunopreveníveis e ao retrocesso nas conquistas”, avalia a infectologista, analisando que no curto, médio e longo prazo, as consequências dessa perda para as crianças podem ser mais graves do que as causadas pela pandemia de Covid-19. “É hesitação e não ‘antivacinismo’ a palavra que cabe na questão da redução da cobertura das vacinas. A hesitação vacinal, definida como demora na aceitação ou recusa da vacinação, apesar da disponibilidade, é influenciada por três fatores principais: (1) confiança, acreditar no profissional de saúde, nas autoridades públicas e, por consequência, nas vacinas; (2) ideia de que não há necessidade de imunizar, tem baixa percepção do risco, o que leva ao atraso e à baixa cobertura; e (3) questões econômicas, que incluem a disponibilidade e o acesso”, enfatiza a médica, aproveitando o espaço para deixar algumas recomendações à população e aos usuários, quando se trata de vacinação. “Distanciamento social, uso de máscaras e lavagem das mãos não são impeditivos de se vacinar. Não deixe de se vacinar! A pandemia de Covid-19 fez com que a cobertura vacinal diminuísse por receio de transmissão do novo Coronavírus. Os serviços foram reconfigurados para garantir a segurança na vacinação. Estima-se que haja ainda mais hesitação em relação a futuras vacinas contra o SARS-CoV-2, que ainda estão em fase de pesquisa, em função da politização da ciência e das teorias da conspiração propagadas por notícias falsas”, finaliza.

Especialistas em Pediatria da Unimed comentam sobre a importância das vacinas:

Dr. Acemar Silva – CRM 5698 Vacina BCG

“A vacina BCG é aplicada de rotina em todos os pacientes, principalmente nos recém-nascidos na prevenção da tuberculose e que é um dos mais graves problemas de saúde pública no Brasil.”

Dr. Ângelo Hara – CRM 6739 Poliomielite ou Paralisia Infantil

“É uma doença contagiosa aguda causada por poliovírus, a qual pode infectar as crianças por meio de contato direto com fezes ou secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia dos músculos, principalmente dos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite. Desde 2016, o esquema de vacinação passou a ser de três doses de vacina injetável aos 2, 4 e 6 meses e duas doses de reforço, a primeira entre 15 e 18 meses e a segunda entre 4 e 5 anos e deverão tomar as demais doses de reforço das campanhas de vacinação até completar os 5 anos. A Poliomielite no Brasil é considerada erradicada desde 1990, mas devemos manter a vacinação, conforme recomendação do Ministério da Saúde”.

Dra. Cyntia Guérios Digiovanni – CRM 12.982 Vacina Pentavalente

“A Vacina Pentavalente protege as crianças contra cinco patologias graves e que já foram muito comuns em décadas passadas. São elas: difteria, tétano, coqueluche (tosse comprida), haemophilus influenza tipo b (bactéria causadora de meningite e infecções de vias aéreas). Porém existe diferença entre a vacina pentavalente aplicada nas redes particulares, que contém também proteção contra a poliomielite (vip) e a pentavalente que vem sendo aplicada nos postos de saúde que protege contra hepatite b, sendo a proteção contra a poliomielite aplicada separadamente. Outra diferença entre as duas vacinas é que na rede pública o componente contra a coqueluche possui células inteiras, por isso desenvolve mais reações adversas (febre)”. 

Vacina contra HPV (papiloma vírus humano)

“Os HPVs são vírus capazes de infectar pele e mucosas, principalmente de região genital, causando verrugas e alguns tipos de câncer (colo de útero, vulva e pênis) e que podem ser prevenidos com 2 doses da vacina, disponível gratuitamente pelo SUS. As doses devem ser aplicadas em meninas e meninos, com idade entre 9 e 14 anos, e com intervalo mínimo de 6 meses entre elas. A partir de 15 anos, o esquema deve conter três doses.”

Dra. Elizeth de Menezes Truppel – CRM 7474 Hepatite B

“Doença viral, que na sua fase crônica traz sérios danos ao fígado, podendo levar à cirrose, câncer e até à morte. A vacina na criança é realizada em uma dose ao nascer e os reforços em 3 etapas, fazendo parte da vacina pentavalente no segundo, quarto e sexto mês de vida”.

Dr. Hernani Cardozo – CRM 4583 vacina Tetra Viral

A vacina Tetra Viral que é igual à tríplice Viral mais a Varicela, representa um marco na Medicina Preventiva e protege contra o Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela, afastando milhões de pessoas de flagelos que ceifaram vidas por séculos em todo o mundo”.

Dr. Joelvio Marcos Guimarães Pontes – CRM 14.151 Hepatite

“Trata-se de uma doença endêmica no Brasil sendo a contaminação principalmente através de água e alimentos contaminados pelo vírus A, com advento da vacina no calendário vacinal brasileiro aos 15 meses de vida, à expectativa que esse vírus seja totalmente erradicado de nosso meio, evitando sua propagação e significativa morbidade desta doença em nosso meio.”

Dr. José Antônio Carreira Gimenez – CRM 7715 Vacina Pentavalente

“A Pentavalente é uma vacina que, além de imunizar contra difteria, tétano e coqueluche (a tosse comprida), também imuniza contra hepatite B e Haemophilus Influenzae tipo B, uma das principais causadoras de meningite em crianças abaixo de 5 anos, doença que mesmo com tratamento exitoso pode deixar gravíssimas sequelas, aplicada em três doses no primeiro ano com 1.° reforço aos 15 meses de vida.”

Dr. José Cumaru Neto – CRM 28.470 Vacina Meningocócica C conjugada

“O que previne: Doenças causadas pelo meningococo C (incluindo meningite e meningococcemia). Trata-se de vacina inativada, portanto, não tem como causar a doença. Indicação: Crianças e Adultos. Contraindicação: Pessoas que tiveram reação alérgica de algum componente da vacina ou a dose anterior. Doses: Aos 3 e 5 meses e um reforço aos 12 meses de vida. Para adolescentes, uma dose é oferecida entre os 11 e 12 anos. Reações são leves, podendo causar febre baixa e dor no local da aplicação. Pode ser encontrada nas Unidades Básicas de Saúde, para crianças de 3 meses a menores de 5 anos de idade e para adolescentes de 11 e 12 anos. Nos serviços privados de vacinação, para crianças a partir de 2 meses, adolescentes e adultos.”

Dra. Kátia Cristina Kobayashi Hara – CRM 6888 – Vacina Pneumocócica conjugada

“Essa vacina foi incluída no ano de 2010 no Calendário Básico de Vacinação da Criança do Ministério da Saúde, para a prevenção de doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, meningite, otite, pneumonia, sinusite e bacteremia. A vacina usada pelo Ministério da Saúde é a 10-valente, com 10 sorotipos da bactéria. Obrigatória em todo território brasileiro. Realizada em duas doses, aos 2 e 4 meses de idade da criança, com um reforço que pode ser dado com 12 meses, mas que poderá ser tomado até os 4 anos. Para crianças mais velhas, que nunca tenham tomado essa vacina, indica-se tomar duas doses com intervalo de ao menos um mês entre elas. Após os 12 meses de idade, se a criança nunca tomou é dada uma única dose da vacina, a qual é aplicada por injeção intramuscular. As reações adversas mais comuns foram rubor (vermelhidão) no local da aplicação e irritabilidade. Compressas com água em temperatura ambiente no local da aplicação e eventualmente analgésico podem ser administrados.”

Dr. Marlon kleber Wutzow Bozo – CRM 19.836 Vacina Febre Amarela

“A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda para imunizar contra Febre Amarela habitualmente duas doses de vacina, sendo a primeira aos 9 meses e a segunda aos 4 anos; porém quando em área de surto de Febre Amarela, pode se fazer dose após 6 meses de vida.”

Dra. Melissa Renata Pinto Luciani Figueira – CRM 19.329 Vacina contra rotavírus monovalente

“Vacina de administração via oral composta de vírus vivo atenuado (enfraquecido) que previne contra infecções gastrointestinais causadas pelo rotavírus, que é a principal causa das diarreias agudas e desidratação na infância, administradas em 2 doses com intervalo de 2 meses entre as doses (2 e 4 meses).”

Leia também: Evento discute trabalho do SUS no contexto da Covid-19

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