Aumento de casos de ansiedade e depressão, falta de interação social, obesidade e sedentarismo, dificuldade de concentração e comprometimento do desempenho escolar, ciberbullying, baixa autoestima, insatisfação. Esses e outros problemas vêm crescendo, especialmente entre crianças e adolescentes, a ponto de alguns deles já se configurarem uma questão de saúde pública pelo uso excessivo das redes sociais, de acordo com uma série de estudos e dados recentes.
Com objetivo de analisar, debater e propor soluções para a questão, a deputada estadual Márcia Huçulak (PSD) promove nesta quinta-feira, 22, às 9h, a audiência pública “Tecnologia e redes sociais: danos e soluções frente ao uso excessivo entre crianças e adolescentes”.
O grupo de participantes da audiência é composto por especialistas e gestores de diferentes áreas relacionadas ao tema, como saúde, educação, comportamento e direito. (Veja a lista completa abaixo.)
“Ao mesmo tempo em que o desenvolvimento tecnológico traz uma série de benefícios, há efeitos colaterais que precisam de atenção. Crianças e adolescentes estão numa fase crucial de desenvolvimento não só físico, mas também emocional, social e cognitivo”, diz a deputada. “Danos nesta fase podem se refletir ao longo de toda a vida.”
O encontro foi planejado para proporcionar uma abordagem múltipla, o que é fundamental para ações na área. De acordo com Márcia, quanto mais cooperação e interação entre famílias, escolas e o poder público melhores serão as condições de se criar um ambiente digital seguro, saudável e equilibrado.
Veja alguns impactos do uso excessivo das redes sociais:
- · O Brasil é o terceiro país que mais consome redes sociais no mundo. São mais de 131 milhões de contas ativas, das quais 127 milhões (97%) são usuários únicos das redes sociais. A média de uso é de 10 horas por dia na internet e 3h41min nas redes sociais. (Comscore)
- · Ansiedade entre crianças e jovens superou, em número de registros, a de adultos pela primeira vez em 2023, segundo a Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde.
- · 64% das escolas do ensino fundamental e médio do país já têm limitações e regras para uso do celular na escola, de acordo com pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI).
- · De acordo com recomendação recente da Organização Mundial da Saúde (OMS, crianças de até cinco anos não passar mais de 60 minutos por dias em atividades passivas diante de uma tela (smartphone, computador ou televisão). Até completar o primeiro ano de vida, o veto é completo (nada de telas).
- · A Associação Psicológica Americana recomendou no ano passado que o uso das redes sociais por crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos tenha monitoramento próximo de pais ou responsáveis, com progressiva autonomia.
Participantes da audiência
• Luci Yara Pfeiffer, médica, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Paranaense de Pediatria; idealizadora e coordenadora do Programa DEDICA (Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente). Doutora em saúde da criança e do adolescente pela UFPR, pós-graduada em adolescência pela PUC-PR; pós-graduada em psicologia pela PUC-PR; membro do grupo de trabalho sobre saúde na era digital da Sociedade Brasileira de Pediatria, da Rede ESSE MUNDO DIGITAL, do Projeto PROTECA-UFPR, entre outros
• Silmara Campese Cezário, gerente de Inovação Pedagógica, no Departamento de Desenvolvimento Profissional da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba. Coordena as ações de tecnologia, inovação e criatividade, com a adoção sistêmica da Aprendizagem Criativa na rede municipal, Faróis do Saber e Inovação, do Portal da Educação, dos Projetos de Mídias, Cidadania e Cultura Digital. Atua como formadora em cursos de formação continuada para integração das tecnologias digitais à prática pedagógica na rede municipal de ensino de Curitiba.
• Cristiane Maria Leal Vardana Marangon, médica, coordenadora da Linha de Cuidados da Saúde da Criança da Secretaria Municipal de Saúde.
• Renata Kobus, advogada, representante da Ordem dos Advogados do Brasil – Comissão de Direito Digital.
• Everton Drohomeretski, diretor-administrativo do Sindicato das Escolas particulares do Paraná (Sinepe/PR), doutor em Engenharia de Produção e Sistemas, mestre em Engenharia de Produção e Sistemas, especialista em Estratégia e em Logística, graduado em Administração. Formações Internacionais na Harvard University, Stanford University, Tampere University of Applied Sciences (Tamk, Finlândia), pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAE-Centro Universitário, professor, gestor de educação há 20 anos. Autor de mais de 60 artigos científicos publicados.
Serviço – evento sobre o uso excessivo das redes sociais
AUDIÊNCIA PÚBLICA: Tecnologia e redes sociais: danos e soluções frente ao uso excessivo entre crianças e adolescentes
22 de agosto de 2024 (quinta-feira).
9 horas.
Sala da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná.
Proponente e mediadora: Márcia Huçulak.
Fonte: Alep