Ciência e Saúde

Alergia provocada por mariposa intensifica atendimento na UPA

Médico orienta sobre o tratamento correto para amenizar os sintomas

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A semana começou movimentada na UPA de Paranaguá. A presença de um grande número de mariposas em diversos bairros da cidade provocou alergia de pele em muitas pessoas, em especial crianças. Na tarde de ontem, 28, a UPA estava com muitos moradores aguardando atendimento por horas, já que o movimento foi dobrado nesta semana.

A ameaça encontra-se nas cerdas da mariposa, que são liberadas quando estas se debatem nas lâmpadas e podem atingir diretamente a pele ou, ainda, ficar depositadas em roupas e móveis. Após o contato, bolinhas vermelhas aparecem na pele acompanhadas de coceira intensa.

O aumento no fluxo de pessoas na UPA em Paranaguá que se queixavam de alergia cutânea começou a ser observado já no fim de semana. Segundo a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Paranaguá, regularmente a UPA realiza 380 atendimentos ao dia, mas o número dobrou na última segunda-feira, com isso, o tempo de espera também aumentou. Somente na manhã de segunda-feira, mais de 20 crianças foram diagnosticadas com a alergia na UPA. As clínicas particulares também registraram um aumento considerável.

 

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Karollyn Araújo levou a filha Emanuele, de dois anos, à UPA, após perceber que a alergia havia se intensificado

 

A pequena Emanuele, de 2 anos, já está em tratamento para diagnosticar uma alergia de pele que vem apresentando, junto a isso, ela ainda teve contato com a mariposa. A mãe, Karollyn Araújo Magno dos Reis, moradora no Jardim Jacarandá, saiu do bairro distante do centro da cidade para a UPA a fim de buscar atendimento para a filha.

“Vimos que ela pegou o bichinho na mão, por isso resolvemos procurar o pronto atendimento, mas fiquei durante três horas esperando e só tem um médico para atender. Resolvi ir embora e passar na farmácia, tinha muita criança esperando para ser atendida”, contou Karollyn.

A moradora no bairro Sete de Setembro, na Ilha dos Valadares, Maria Aparecida Camilo da Silva, também decidiu recorrer à UPA para levar sua filha de 7 anos, Glória, que apresentou a alergia. “Começou a aparecer na noite anterior. Estávamos na igreja e, de repente, vimos que havia muitas mariposas sobrevoando, todo mundo começou a matar e as crianças ficaram com essa coceira. Levei ela para casa, dei banho e resolvi trazer na UPA”, relatou Maria Aparecida.

ORIENTAÇÕES

O médico no Hospital Paranaguá, Dr. João Felipe Zattar Aurichio, explicou que a alergia causada pelas mariposas está se tornando uma epidemia na cidade.

“Esses insetos liberam uma substância quando em contato com nossa pele chamada cantaridina, o que gera o processo alérgico subsequente”, esclareceu.

A orientação é para que ao primeiro sinal de prurido e vermelhidão, o paciente procure o médico para a prescrição correta. “Na maioria dos casos, há a indicação de uso de antialérgicos e anti-inflamatórios via oral. O problema estaria no contato dessa substância com os olhos ou com pacientes imunossuprimidos como em quimioterapia ou soropositivos sem tratamento”, enfatizou Dr. João Felipe.

 

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UPA registrou aumento no fluxo de pacientes já no fim de semana

 

Em alguns casos, antialérgicos tópicos também podem ser úteis, principalmente em áreas do corpo onde a coceira é mais intensa, como as dobras dos braços e das pernas e nuca.

A segunda exposição à mariposa exige um cuidado ainda maior. “Também devemos tomar cuidado com a segunda exposição a esse alérgeno, o que tende a ser uma reação mais forte que a primeira. Além disso, a proteção com telas em janelas e portas fechadas, principalmente à noite, faz-se necessário como medida de prevenção”, disse Dr. João Felipe.

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