Ciência e Saúde

“A gente se torna mais forte depois do câncer”, conta paciente

Auxiliar de consultório odontológico, Graciele Paiffer, relatou experiência com o câncer de mama

Neste mês, a Folha do Litoral News ouviu histórias inspiradoras de mulheres que foram diagnosticadas com câncer de mama, em Paranaguá. Todas são pacientes que procuraram pelo Instituto Peito Aberto, que oferece acolhimento para mulheres no município. Nessa semana, é a vez da Graciele Aparecida da Silva Thomaz Paiffer, de 45 anos, contar sobre a descoberta, o tratamento e os ensinamentos que a doença trouxe para sua vida.

Há um ano, a auxiliar de consultório odontológico recebeu o diagnóstico de câncer de mama. “Achei um caroço e comentei no posto de saúde onde trabalho e já passei pelo médico, mas foi difícil aceitar. Há 13 anos tive um tumor benigno e, dessa vez, achei que fosse a mesma coisa. Precisava pegar o exame, mas fui protelando, peguei só um mês depois e a médica me falou: você deu positivado para o câncer. Eu tive a sensação de estar caindo em um buraco e perguntei para a médica se eu ia viver. Ela disse que ia viver porque achei no começo”, disse Graciele, enaltecendo a importância do diagnóstico precoce.

Em fevereiro deste ano, ela fez a cirurgia para retirada do tumor. “Não tinha muita paciência, queria passar logo pelos processos para acabar tudo logo. Eu me desesperava com tudo. Um dia, olhei para o meu marido e meu filho e decidi que ia passar por todas as etapas porque tinha eles ao meu lado”, contou Graciele.

Ela também precisou passar por sessões de quimioterapia e, como todas as mulheres, surgiu o medo de perder o cabelo e, com ele, sua autoestima. “Não estava preparada para isso, porque até então eu não ia precisar fazer quimioterapia. Pensei que fosse cair de pouquinho, mas caiu muito de uma vez. Liguei para uma amiga e ela me levou para cortar o cabelo, no outro dia terminou de cair”, disse Graciele. Depois de passar também por sessões de radioterapia, Graciele hoje faz o acompanhamento com hormonioterapia, que busca inibir o crescim​ento do câncer pela retirada do hormônio da circulação. 

A chegada ao Instituto Peito Aberto

“Eu queria me esconder, chorava muito e minha amiga dentista Mariana me recomendou que eu procurasse o Instituto. Fiz o acompanhamento com a psicóloga e fez toda a diferença. Passei a ver a doença de uma outra forma. Me deu mais esperança, encarei as coisas com mais naturalidade. Só essa semana que eu consegui andar sem peruca, porque não conseguia me olhar no espelho”, contou Graciele, sobre como chegou ao Instituto Peito Aberto.

Conhecer a história de mulheres que vivenciaram as mesmas dificuldades foi fundamental para ter esperança e lutar contra a doença. “No Instituto a gente vê mulheres que passaram pela mesma coisa que a gente. Se elas nos dão essa força, por que a gente não consegue? A gente acha que não é, mas somos capazes”, frisou Graciele.

Com as mudanças no último ano, ela afirmou que nada mais será como antes. “O câncer me trouxe a mudança de vida, de ver as coisas de uma outra forma. Tudo faz sentido, tudo tem um propósito, vejo hoje como as coisas valem a pena. Nós temos que ser prioridade, antes de tudo, se a gente não está bem, não cuida de ninguém. Se cuide, se ame, a gente é linda e maravilhosa com cabelo ou sem, estamos vivas”, finalizou Graciele.

“A gente se torna mais forte depois do câncer”, conta paciente

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“A gente se torna mais forte depois do câncer”, conta paciente

Gabriela Perecin

Jornalista graduada pela Fema (Fundação Educacional do Município de Assis/SP), desde 2010. Possui especialização em Comunicação Organizacional pela PUC-PR. Atuou com Assessoria de Comunicação no terceiro setor e em jornal impresso e on-line. Interessada em desenvolver reportagens nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, inclusão, turismo e outros. Tem como foco o jornalismo humanizado.