Na sexta-feira, 18, é o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Para incentivar a sociedade a observar os sinais das crianças e denunciar a violência, foi criada a campanha “Não Engula o Choro” pela Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social. A temática adotada para a campanha tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre a importância de garantir os direitos deste público.
O Governo do Paraná sancionou no ano passado uma lei estadual que determina que todas as salas de cinema do Estado realizem a exibição, antes das sessões, de um informe publicitário de advertência contra pedofilia, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.
Segundo a chefe regional da Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social, Ruth Maria Figueiredo, que responde pelo litoral do Paraná, após a veiculação de campanhas como esta, o número de denúncias aumenta, já que a conscientização é maior. “A sociedade se conscientiza de que ela também é responsável, a campanha incentiva as denúncias, as pessoas param para prestar atenção e, durante o ano, a campanha continua sendo realizada mensalmente pela assistência social”, afirmou Ruth.
Hoje, a realidade no litoral, no que tange ao combate à violência contra crianças e adolescentes, não é animadora. De acordo com a chefe da Secretaria de Estado da Família, o avanço nas ações foi significativo nos últimos anos, mas ainda não é suficiente. “A violação dos direitos no litoral continua assustadora. A gente precisa de mais divulgação e oficialização das denúncias. O que temos são subnotificações, quando se sabe que uma criança foi abusada sexualmente, mas essa informação não chega ao Conselho Tutelar e ao Nucria”, reforçou Ruth, ressaltando a importância da denúncia.
Dia 18 de maio é o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (Foto: Aliocha Maurício/SEDS)
Desta forma, é preciso que a sociedade esteja mais envolvida no enfrentamento às violências contra a criança e ao adolescente, pois muitas vezes, elas acontecem dentro de casa, praticadas pelos próprios familiares. “A sociedade precisa se envolver mais, pode ser o filho do seu vizinho, mas é uma criança frágil, vulnerável, e alguém tem que ser a voz dele. A criança precisa de proteção, de educação e de apoio. Que a campanha ajude as pessoas a ter um olhar carinhoso e consciente”, destacou Ruth.
As denúncias podem ser realizadas pelo disque-denúncia 181, que encaminha o caso para a polícia, ao Conselho Tutelar ou a outros órgãos competentes. O 181 pode ser acionado por telefone ou aplicativo de celular, que permite o envio de fotos, áudios e vídeos.
Dados do disque-denúncia revelam que de 2016 para 2017, o número de denúncias de violência contra crianças e adolescentes aumentou 37,6%, saltando de 843 para 1.166.
FORMAS DE VIOLÊNCIA
Segundo o Ministério da Saúde, as quatro principais formas de violência contra crianças e adolescentes são negligência ou abandono, violência física, psicológica ou moral e sexual. A negligência corresponde ao maior número de notificações para crianças até 12 anos. Dos 12 anos aos 19, a violência física predomina.
Ruth contou que o material da campanha é disponibilizado em unidades de saúde, escolas, centros de assistência social e nos conselhos tutelares e conselhos da criança e do adolescente para alertar a população.
SINAIS DE ALERTA
O choro sem motivo aparente é um dos sinais que podem sugerir um problema desde crianças com 11 meses até adolescentes de 19 anos, assim como irritabilidade frequente e olhar indiferente e apatia. Outros indícios podem ser distúrbios do sono, tendência ao isolamento e o aumento da incidência de doenças.