Muito já foi prometido para a revitalização da entrada da cidade de Paranaguá. Os munícipes já ouviram muitos anúncios de melhorias e estão desesperançados no que se refere a este problema crônico de infraestrutura. O tráfego intenso de veículos leves e pesados, diariamente, é somado à iluminação precária, ausência de manutenção e lixo que é jogado de forma constante nas vias.
Por isso, nesta semana, a Folha do Litoral News preparou uma série de reportagens para abordar esse assunto que tanto incomoda os moradores e é motivo de indagações da população como de visitantes e trabalhadores que chegam a Paranaguá. Afinal, qual a solução para que este cenário seja efetivamente transformado?
PROJETO
A discussão para resolver os problemas da Avenida Ayrton Senna, em Paranaguá, existe há anos. Em junho de 2014, em evento realizado no Teatro Rachel Costa, foi apresentado o projeto final da entrada da cidade pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão gestor de vias federais.
Durante esta reunião pública, o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental apresentado incluía cinco intervenções, sendo quatro viadutos, no posto Locatelli, na Atílio Fontana, na rotatória da Avenida Coronel Santa Rita, uma elevatória que seguiria até a entrada do Porto e, ainda, uma trincheira na região do Aeroparque. Além de três passarelas para facilitar a mobilidade dos pedestres.
Na ocasião, ainda em 2014, a previsão do DNIT para início das obras era 2015 e levaria cerca de dois anos e meio para ser concluída. Infelizmente, próximo da data em que as obras poderiam estar sendo concluídas, a população ainda não vê o projeto na prática.
PREFEITURA COBRA MELHORIAS
O prefeito Marcelo Roque afirmou que há uma exigência da prefeitura com o DNIT a fim de que os investimentos sejam de fato realizados. Uma parte deles foi concretizada em maio deste ano, quando o órgão gestor da Avenida Ayrton Senna iniciou a manutenção da via e a remoção de resíduos. “Estamos cobrando melhorias na entrada da cidade, já podemos ver mudanças com relação à limpeza, manutenção do asfalto, o que deu um outro aspecto”, lembrou o prefeito.
“A gente entende que cobrando das autoridades estaduais e federais poderemos fazer uma grande parceria”, destacou o vice-prefeito, Arnaldo Maranhão
No entanto, segundo Marcelo Roque, ainda é preciso que outros esforços sejam realizados para que a entrada da cidade deixe de ser um obstáculo para a população. “Precisa muito mais como sinalização, trincheiras e viadutos que o Porto prometeu, para que tenhamos uma mobilidade maior dos veículos no trecho da rotatória do Parque São João, do Jardim Samambaia. Essas foram promessas do Governo do Estado e que, infelizmente, ainda não saíram do papel. Vamos cobrar por isso, porque a nossa parte estamos fazendo. Vamos cobrar também do DNIT a iluminação na entrada da cidade para dar mais segurança”, salientou o prefeito.
O prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, afirmou que está concentrando esforços na cobrança de melhorias junto ao DNIT
RESPONSABILIDADE DA VIA
O vice-prefeito e secretário municipal de Obras Públicas, Arnaldo Maranhão, enfatizou que o problema da entrada da cidade foi assumido por esta gestão, mas é necessário que outros setores estejam envolvidos. “É inadmissível morarmos em uma cidade que tem o 2.º maior Porto do País e termos uma entrada como esta, escura, sem condições, isso envergonha a todos nós. Estamos em busca de cobrar soluções do DNIT, da própria Ecovia, que cobra um preço exorbitante do pedágio e deixa muito pouco em Paranaguá”, destacou Maranhão.
De acordo com o vice-prefeito, a responsabilidade é também de outros órgãos, já que o Porto é extremamente importante para a economia do Estado. “A gente entende que cobrando das autoridades estaduais e federais poderemos fazer uma grande parceria. O que não pode é sobrar tudo para o município, enquanto se trata de uma avenida principal de acesso ao Porto de Paranaguá e que o Governo do Estado deixa a desejar”, frisou Maranhão.
SOLUÇÃO IMEDIATA
Para o presidente da Câmara Municipal de Paranaguá, Marquinhos Roque, as soluções precisam ser apresentadas de forma imediata. “Não podemos mais discursar sobre o problema, uma vez que é algo perceptível a todos nós, mas sim discursarmos sobre as soluções. Por isso, entendemos como proposta o fortalecimento de representantes de Paranaguá nas esferas do Poder Legislativo do Paraná e no Congresso Nacional”, evidenciou.
Marquinhos salientou que para as obras é necessário um recurso de mais de R$ 50 milhões, que só virá se houver representantes locais com o poder de destinar emendas parlamentares ou de bancada. “Paranaguá é uma cidade estrangulada pelo ir e vir de caminhões que se destinam ao Porto e aos seus terminais. Ressalto que os nossos vereadores estão sempre atentos a este assunto e, dentro de suas falas e requerimentos, pedem, constantemente, providências às demais autoridades com relação a nossa entrada da cidade", concluiu o presidente da Câmara.
“Paranaguá é uma cidade estrangulada pelo ir e vir de caminhões com destino ao Porto e seus terminais”, reforçou o presidente da Câmara de Paranaguá, Marquinhos Roque