A profissional de Radiologia no Hospital Regional do Litoral (HRL), Franciane Luísa Hagers, conhecida como tia Fran, é uma das idealizadoras do Projeto Gratidão. Ela atua como profissional de Radiologia há 15 anos e viu uma oportunidade de ajudar o próximo, neste caso, bebês e crianças atendidas no hospital, por meio da confecção de polvos de crochê e “bichos bolas”. A doação leva conforto e carinho para o público infantil e reforça o objetivo do projeto.
Os polvos de crochê ou “amigurumi” são utilizados para tranquilizar bebês prematuros, simulando o cordão umbilical e proporcionando conforto. A ideia surgiu de uma iniciativa da Casa da Amizade de Paranaguá, na qual as artesãs que fazem parte começaram a produzir polvos de crochê.

“Minha família sempre esteve ligada a trabalhos voluntários, a linguagem do amor da minha família é o ato de servir. Minha mãe fazia parte da Casa da Amizade, ajudando a produzir kits de maternidade, e viu os polvos de crochê”, contou tia Fran.
Com a pandemia de Covid-19, os projetos no Hospital Regional do Litoral foram paralisados. Neste momento, ela trabalhava na área de gestão de Radiologia do Hospital e começou a perceber as necessidades do bloco materno-infantil.
“Assim nasceu, naturalmente, o Projeto Gratidão. Continuamos fazendo os polvinhos de crochê, com ajuda das ‘tias’, como chamamos, e o projeto foi ganhando força. Até que chegou um momento que sentimos a necessidade de nomear toda a ação e batizamos de Projeto Gratidão”, disse tia Fran.
Atendimento humanizado
Hoje, o grupo também faz o atendimento humanizado com doação de material de higiene a todo o bloco materno-infantil, além de uma ação de cunho pedagógico e educacional e auxílio na higiene bucal, com doações de pastas e escovas de dente infantil. “Queremos deixar esse momento, tão delicado para as famílias, em algo com mais afeto”, acrescentou tia Fran.
Neste ano, o projeto completa cinco anos. “Mantemos a brinquedoteca do Hospital e fazemos um trabalho junto a Assistência Social, com recrutamento de roupas de 0 a 12 anos. Ao longo dos anos, o projeto foi ganhando outras características e assim chegamos como está hoje”, relatou tia Fran.
Para a fabricação dos polvos, o grupo precisa de fios de crochê 100% algodão. “Desenvolvemos um material para poder ser esterilizado. Temos uma receita própria para fazer o polvinho, temos dois tamanhos, um maior e outro menor. Não conseguimos fazer para todas as crianças e bebês, mas com o fluxo de atendimento que criamos conseguimos atender”, disse tia Fran.

“Quando eu vou atender um paciente tanto para o raio-x, quanto na tomografia, eu utilizo os amigurumis para fazer um atendimento humanizado. Enquanto eu estiver no Hospital Regional do Litoral, haverá uma criança e um bebê sendo ajudado. A gente vive um dia de cada vez, faz ação de pouquinho em pouquinho, e enquanto estiver lá, a Tia Fran vai existir e vai representar o projeto Gratidão”, diz.
Doações para o Projeto Gratidão
A população que se sensibilizar com o projeto pode doar roupas infantis para crianças a partir de dois anos. Neste caso, a entrega pode ser realizada diretamente para a Assistência Social do HRL. Já para os bebês, podem ser doadas mantas, roupinhas, touca, luva, meia e itens de higiene, como shampoos e sabonetes para o projeto.
“Aceitamos também lápis de cor, doação de livrinhos de colorir, porque a gente incentiva a educação enquanto a criança está internada. Nós aceitamos doação de escovinha de dente e pastinha de dente infantil também. Lavamos tudo com água quente antes de entregar ao paciente”, contou tia Fran. Os interessados podem entrar em contato pelo Instagram @projgratidao. “Se as pessoas quiserem doar um valor em Pix, podem enviar para [email protected], uma conta poupança do Projeto Gratidão.
Fotos: Imagens cedidas/Projeto Gratidão