Na sexta-feira, 12, às 15h, acontecerá em Paranaguá, na Praça Fernando Amaro, um ato que faz parte da mobilização nacional em memória de Julieta Hernandéz, conhecida como “Palhaça Miss Jujuba”, que viajava o Brasil de bicicleta levando seu trabalho e alegria para diversos municípios e comunidades, e teve sua jornada interrompida quando foi vítima de feminicídio em Presidente Figueiredo, no Amazonas. Segundo a organização, a mobilização também exige respeito às mulheres de Paranaguá e do litoral do Paraná, cobrando do Poder Público uma maior infraestrutura de proteção quanto aos crimes de violência contra a mulher e feminicídio.
Segundo Muriel Syriani Veluza, professora, vice-presidenta do Instituto Ecoe de Paranaguá e do Observatório Social de Paranaguá, sendo conselheira da Cicloiguaçu e da Região Sul da União de Ciclistas do Brasil (UCB), ela participa do ato não só como organizadora, mas também como cidadã, ciclista, mulher, mãe, esposa e migrante. “A mobilização se formou e continua só crescendo de uma forma enorme, quase do tamanho da Julieta. É algo muito importante, não somente por este caso terrível do assassinato da Julieta Hernandez, mas serve como faísca para acender algo muito maior que a luta contra a violência contra mulher sofrida em todo Brasil”, completa.
Com relação ao número alto de casos de violência contra a mulher em todo o Brasil, Muriel ressalta que em Paranaguá não é diferente. “Pelo site da prefeitura vi que em Paranaguá a cada dois dias uma mulher é agredida física ou verbalmente na nossa cidade. Isso é terrível e precisa mudar já. Não podemos deixar que aconteçam crimes desta natureza e nem nenhum crime. Mulheres: somos fortes, guerreiras, autossuficientes e juntas somos muito mais fortes. Julieta e o terrível assassinato dela vem para somar para a causa e fazer ela imparável”, ressalta a professora.
Sobre o feminicídio de Julieta e mobilização em Paranaguá
“Este movimento nacional que ocorrerá na sexta-feira, 12, acontece uma semana depois de se encontrar Julieta sem vida junto com a sua bicicleta em Presidente Figueiredo. Bom lembrar que Julieta estava hospedada em uma pousada familiar, um casal e cinco filhos. Ela foi assassinada pelo casal, pai e mãe das crianças”, afirma Muriel. “Vamos estar dia 12 unidos na Praça Fernando Amaro às 15h. Iremos na sequência para a Praça Mário Roque, voltaremos até a Praça Fernando Amaro e finalizaremos no Terminal Urbano Rodoviário às 18h”, explica.
“Toda a população de Paranaguá está convidada a participar e a se manifestar por um basta. Julieta presente, Julieta vive. Lembrando que esta manifestação ocorrerá em muitas cidades brasileiras de diversos estados e em cidades de países do continente americano e europeu, tamanho o alcance da vida e da alegria que a Julieta levava e o amor que ela distribuía. França, Argentina, México, Uruguai, Venezuela, Portugal, Chile, entre outros países, terão cidades com manifestações”, finaliza.
