Sob o Véu

O EGITO – III

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Antonio Castaño Ferreira

AS PIRÂMIDES

Entre os monumentos ainda existentes do antigo Egito, as Pirâmides, ao lado da Esfinge, ocupam o lugar de maior destaque. Nos tempos do esplendor Alexandrino, os sábios daquela época classificaram as Pirâmides, como a primeira das sete maravilhas do Mundo. Das sete, somente as três Pirâmides restam em pé nos nossos dias. Estão situadas no Planalto de Gizé, atrás da Esfinge.

A construção da 1ª Pirâmide, chamada também de a Grande Pirâmide, é atribuída por alguns a Khu-fu, ou Kheóps, faraó da IV dinastia. A da Segunda Pirâmide é atribuída a Ka-f-Rá, ou Khéphren, e a terceira a Men-Khau-Rá ou Micerinos. As pirâmides se acham relacionadas com a ideia de constelação do Grande Dragão, os “Dragões de Sabedoria”, ou com os Grandes Iniciados da terceira e Quarta raças, e com as inundações do Nilo, consideradas como uma recordação do grande Dilúvio Atlante.

Na construção da Grande Pirâmide, baseada no sistema decimal, (o número 10, ou seja a combinação dos princípios masculino e feminino), se observa um sistema de ciência exata, de geometria, aritmética e astronomia, fundadas na razão integral do diâmetro à circunferência do círculo.

A construção das pirâmides constitui a perdurável recordação e o indestrutível símbolo do curso dos astros, assim como dos Mistérios e Iniciações. Com efeito, as medidas da Grande Pirâmide, coincidem com as do alegórico Templo de Salomão, emblema do ciclo da iniciação, como coincidem também com as da Arca de Noé e a Arca da Aliança. E, realmente, o dito monumento era um santuário majestoso em cujos sombrios recintos se colecionavam os Mistérios e cujas paredes haviam sido mudas testemunhas de cenas de iniciação de membros da Família Real. O sarcófago de pórfiro, tomado por Piazzi Smyth como simples medida de graus, era a “fonte batismal”, da qual o neófito, ao sair, renascia e se transformava em Adepto. A pirâmide era, igualmente, símbolo do princípio criador da natureza, assim como da excelsa hierarquia dos Espíritos (Devas, Pitris, etc.). Simbolizava, ainda, o universo fenomenal, sumindo-se no triângulo numenal do pensamento, no vértice dos quatro triângulos e, por último, simbolizava o mundo ideal e visível, posto que, em sua figura se vêem combinados o triângulo dos lados, o quadrado da base e o vértice, ou seja a Tríade e o Quaternário, o 3 e o 4.

Os engenheiros que acompanharam Napoleão ao Egito, em seu estado-maior, tomando como ponto de partida de seu sistema de coordenadas a Grande Pirâmide, tiveram a surpresa de constatar que a linha do Meridiano, assim escolhida para a origem, dividia o Delta exatamente em duas partes iguais e que a posição da Grande Pirâmide a qualifica como meridiano central, não somente para o Egito mas para todo o globo terrestre, pois divide em partes iguais as superfícies habitadas. Este meridiano é, pois, em longitude, a origem natural para a esfera terrestre. Ralston Skinner, em sua obra “A Origem das Medidas”, diz que o número “PI” era conhecido e usado pelos Egípcios. Descobriu o mesmo autor, que um sistema de ciência exata, geometria, aritmética e astronomia, fundada nas relações, que foi empregado na construção da Grande Pirâmide, era em parte, o conteúdo que se acha oculto no texto hebraico da Bíblia.

O EGITO – AS PIRÂMIDES – A ESFINGE E OS TEMPLOS

Quanto à época em que realmente foram construídas as Pirâmides, nada mais podemos fazer, que meras conjecturas. Para os historiadores, isto se passou durante a IV dinastia, sob o reinado dos Faraós Kheops, Khephren e Micerinos, há cerca de 6.600 anos, segundo uns, ou há 4.800 anos, segundo outros. Interpretando antigos textos sagrados, que atribuem divindades que aparecem em cada grande ciclo, teríamos para as pirâmides uma data de construção muito mais antiga. Vejamos o que nos diz um destes textos: “Os poderosos, cada vez que penetram em nosso véu maiávico (atmosfera) no início de um ciclo, executam suas grandes obras e deixam de si monumentos imperecíveis para comemorar sua visita”. Isto nos diz que as pirâmides foram executadas sob a inspeção direta de um destes seres. “Quando Alpha Polaris, a estrela polar de então, se achava em sua culminação inferior e as Krittikas ou Plêiades, as contemplava do alto, (isto é, se encontravam no mesmo meridiano, mas em cima); para contemplar a obra dos Gigantes”. Do que vimos, as Pirâmides, foram construídas no princípio de uno sideral (25.868 anos solares), de Alpha Polaris, ou seja, há cerca de 31.150 anos.

Segundo as narrativas dos sacerdotes egípcios, quanto à contagem da idade da civilização naquele país, chegamos a uma outra época. As inscrições encontradas em escavações efetuadas em Sakkarah, mencionam naquela época, já terem passados dois ciclos sotíacos. Ora, cada ciclo sotíaco corresponde a 1.461 anos e como as inscrições lá encontradas já datam de cerca de 6.800, teríamos para a civilização egípcia cerca de 9.620 anos.

Na época em que Heródoto esteve no Egito, os sacerdotes disseram-lhe que eles contavam o tempo já duma época remota, e que desde então o Sol havia nascido duas vezes no lugar onde então se punha, e que se havia posto duas vezes onde então nascia, ou seja, um período de 51.736 anos.

Em verdade, a construção das Pirâmides data da época em que Alpha Polaris era a estrela polar, isto é, há 31.150 anos aproximadamente. Portanto, é de uma época anterior à do último cataclismo atlante, tendo sido sua construção dirigida por sacerdotes daquele país, que emigraram para o Egito, sendo mais tarde reconstruídas pelos faraós da IV dinastia, com o auxílio dos hierofantes egípcios, que conservaram em seus arquivos secretos, a herança da Tradição Iniciática Atlante e sua contagem de tempo relativa a estas construções.

Considerando, as dificuldades em torno da construção da Grande Pirâmide, chegamos à conclusão de que a afirmativa de alguns historiadores de que foi construída para servir de túmulos a um faraó, é errônea. Basta considerarmos que o material de sua construção foi recolhido à grande distância; os blocos de granito vieram de “Syena” e os blocos calcários de “Turah”. Além disso, o transporte e a colocação de cerca de três milhões, quinhentos e vinte mil metros cúbicos de pedra, em três milhões e trezentos mil blocos, pesando cada uma cerca de duas toneladas e meia, sob o sol causticante da África, tornam, a hipótese de um simples capricho real bem pouco aceitável. Por outro lado, jamais se ouviu dizer que algum egiptólogo prudente tenha achado na Grande Pirâmide, algum sarcófago, corpo mumificado, aparelhamento funerário ou qualquer inscrição hieroglífica, baixo-relevo esculpido e pinturas representando cenas da vida do extinto, tão comuns nos monumentos funerários egípcios.

Também os condutos de aeração com mais de 65 metros de comprimento, ligando a “Câmara do Rei” e a “Câmara da rainha” ao exterior, são fortes argumentos contra aquela hipótese, pois evidentemente, múmias não necessitavam de ar para respirar. Além disso, a “Câmara do Rei”, está situada há cerca de 50 metros acima do nível do solo, quando em todos os outros túmulos, se encontra abaixo deste.

O aspecto exterior da Grande Pirâmide, hoje, difere do antigo, pois naquela época possuía um revestimento em suas faces, de fino calcário branco, polido, que refletia o Sol de forma deslumbrante. Por esta razão, os antigos egípcios denominavam a Grande Pirâmide: “Luz”. Hoje, as faces outrora lisas, apresentam degraus pela falta de revestimento, que caiu dois anos depois da passagem de Abdul Latif pelo Egito, devido a um terremoto que abalou todo o país. Os árabes, que então dominavam, utilizaram-se dos blocos para reconstruir a cidade de Cairo. Ainda hoje podem ser aí observados estes blocos de calcário branco, com hieróglifos ornamentando alguns edifícios antigos. A atual entrada da Pirâmide não é a mesma utilizada na época dos Mistérios. Esta foi fechada e selada pelos Grandes Sacerdotes antes de abandoná-la e durante muitos séculos permaneceu em segredo. Somente no ano 820 de nossa era, que o Califa Al Manoun, filho do Califa Haroun AL Rachid, baseado em textos dos sábios gregos que mandara traduzir para o árabe, empreendeu a abertura da grande Pirâmide. Deslocou com este fim, para o planalto de Gizeh, um grande número de trabalhadores, artífices, arquitetos, etc., que utilizando-se somente de ponteiros, brocas, marretas e fogo, os instrumentos conhecidos na época, para estes trabalhos, chegaram ao fim de alguns meses e ajudados por um capricho da sorte, a localizar a antiga entrada. A grande Pirâmide foi reaberta. Entretanto, logo a seguir, estava o caminho barrado por uma porta, formada por enorme bloco de pedra, idêntica à utilizada nos demais santuários secretos do Egito. Adaptava-se à abertura, vedando hermeticamente a passagem, funcionando por forte pressão sobre uma das bordas, que a fazia girar em torno de seu eixo. Além desta primeira porta, seguia-lhe outra, de madeira muito pesada. Esta segunda porta dava acesso a um corredor em declive, que era interceptado por outras nove portas de madeira, mais leves. Bloqueava o fim deste corredor, uma porta semelhante à exterior, formada de um único bloco de pedra, que se movia em torno de um eixo sob pressão.

Com o terremoto havido no fim do século XII, de nossa era, todas essas portas, com a exceção da última, desapareceram durante a pilhagem, em busca de materiais para a reconstrução da cidade do Cairo. Na impossibilidade de removerem o enorme bloco de pedra que constituía a última porta, procederam a uma abertura ao lado dela, atingindo um corredor em declive. Termina esta rampa em um ponto de encontro de três corredores. Um, segue horizontalmente para o centro da pirâmide, terminando em um compartimento denominado a “Câmara da Rainha”. Outro desce para aparte inferior da pirâmide em forma de poço. O terceiro é uma galeria e aclive, que termina em um vestíbulo. Este dá acesso a um compartimento também no centro da pirâmide, que é conhecido como a “Câmara do Rei”. Esta câmara não possui mobiliário nem inscrições sobre as paredes ou sobre o teto. Somente um ataúde de granito rosa, aberto, está pousado sobre o solo da câmara. As pirâmides foram utilizadas pelos antigos egípcios, para a realização dos Mistérios. Aí eram iniciados os Faraós e os membros da família real nos ritos de Ísis e Osíris.

O TEMPLO DA ESFINGE EM GIZEH.

Este templo está situado a cerca de 40 metros ao sul da Esfinge, sob a areia. Consta essencialmente de uma grande sala, cujo teto repousa sobre 16 pilares quadrados de granito, com 5 metros de altura. Todo o templo é iluminado e arejado por frestas próximas à cobertura. Como a Grande Pirâmide, este Templo não apresenta pinturas, inscrições hieroglíficas e esculturas em baixo relevo, quer nas paredes, quer nos tetos de suas salas. Sua situação, enterrado sob as areias, num plano mais baixo que a Esfinge, nos leva a crer que tenha sido construído na mesma época da Esfinge e, possivelmente da Grande Pirâmide, sob a orientação dos mesmos sacerdotes atlantes que emigraram para o Egito. Segundo Jâmblico, o início das experiências a que era submetido o candidato à iniciação, tinha lugar com a sua entrada pela porta entre as patas da Esfinge. Enquanto os arqueólogos não descobrirem em suas pesquisas, estas ligações, nosso conhecimento sobre o caso não poderá ir muito além.

TEMPLO DE KHONSU EM KARNAK.

Construído por Tcheser, Faraó da 3ª Dinastia, é um dos monumentos mais antigos do período histórico. Além destes templos e monumentos, temos no Egito o Templo de Bubastis, o Templo de Deir-el-Bahari, cuja construção é atribuída a Hatchepsu, rainha da 18ª Dinastia; várias pequenas pirâmides no Planalto de Gizeh e em Sakkarah; obeliscos e colunatas em que os faraós perpetuavam seus feitos e seus nomes, nas inscrições hieroglíficas aí esculpidas.

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