Sob o Véu

O EGITO – II

Avisados do cataclismo que deveria provocar o afundamento da ATLÂNTIDA...

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Antonio Castaño Ferreira

O EGITO: AS LENDAS DA FUNDAÇÃO DO EGITO – OS MONUMENTOS – OS TEMPLOS – A ESFINGE E AS PIRÂMIDES.

Avisados do cataclismo que deveria provocar o afundamento da ATLÂNTIDA, sem esperar seu desenlace, alguns grupos de seus melhores habitantes emigraram. Os habitantes do lado Oeste dirigiram-se para a América Central e do Sul, e os do Este rumaram com suas embarcações para o Oriente, pouco conhecido, a fim de fundarem no litoral Europeu e Africano novas colônias. Dentre estes grupos, um se dirigiu para a região onde hoje se encontra o Egito. Era ele chefiado por Osíris, que aí fundou a Civilização pré-histórica daquele país. Passaram além da Esfinge e das Pirâmides, monumentos aí construídos pelos sacerdotes das primeiras levas atlantes, detendo- se à margem do Rio Nilo antes de transpô-lo, no local onde hoje se acha Ábidos. Eles encontraram o Egito Setentrional ocupado por uma população aborígine, que o acolheu pacificamente, não os importunando em virtude de sua cultura superior, o que, por outro lado, lhes permitiu impor seus costumes. Assim nasceu a primeira civilização egípcia. Como um Manu, Osíris antes de deixar o seu povo, ensinou-lhe os mistérios religiosos, dando-lhes desta forma uma herança de grande duração, através da qual perpetuou seu nome, sua obra e seus ensinamentos.

Os emigrantes Atlantes, que se refugiaram no Egito, levaram considerável gosto pela estatuária colossal, sua predileção pelos gigantes de pedra. O mesmo se observa nas ruínas do México, do Peru, e do Yucatã, onde seus descendentes ergueram ciclópicas construções empregando blocos de pedra de dimensões gigantescas, com juntas finamente ajustadas, testemunhando um estilo arquitetônico mui semelhante ao empregado pelos egípcios.

Entre os Templos e Monumentos mais importantes do Antigo Egito destacam-se: a Esfinge, as Pirâmides do planalto de Gizeth, os Templos de Osíris em Ábidos, o Templo da Deusa Hathor em Denderah, a Pirâmide em degraus de Sahkarah, os Templos de Luxor, Bubastis, Karnak, os, os obeliscos e as colunates.

Segundo a lenda, foi em Ábidos o local onde foi sepultado Osiris, o homem-deus, na necrópole real de Thinis, a cidade desaparecida que aí existia antes de Ábidos. O Rei Nefer-hotep, diz Ter descoberto esta cidade em ruínas, e haver também encontrado na biblioteca Sacerdotal de Heliópolis documentos localizando o Templo de Osíris que existia em Thinis, acrescentando ter assim, podido reconstruí-lo, bem como o ritual que aí se praticava outrora. Coube aos sucessores de Nefer-hotep, reconstruir o restante da cidade.

O TEMPLO DE OSÍRIS EM ÁBIDOS.

Construído por Seti I, faraó da XIX dinastia, era destinado ao culto de Osíris. É constituído de vastas salas e santuários abobadados, com as paredes revestidas de calcário branco, apresentando pinturas murais em azul, verde e vermelho. As cenas aí dominadas são as do faraó Set I, em várias atitudes de adoração e de oferenda de oblatas ao deus Osíris, recebendo em troca sua bênção. Este Templo, entretanto, não foi dedicado, como era hábito, a um único deus; muitos outros do Panteon egípcio receberam aí homenagens; cada uma das câmaras possuía um altar em que aparecia o retrato da divindade, gravado ou pintado. Homenageavam Isis, Horus, Phtah, Harakht e outras divindades, que, entretanto, estavam hierarquicamente sob a supremacia de Osíris. Na nave principal do Templo, dedicada a Osiris, não eram permitidos os cantores, os flautistas, ou os tocadores de cítara, no início das cerimônias celebradas em homenagem ao deus, conforme era uso corrente nos rituais religiosos. Numa câmara junto a este templo estava a famosa “Placa de Ábidos”, lista hieroglífica de todos os reis do Egito, anteriores a Sati, o que muito auxiliou aos egiptólogos, na reconstrução da histórica antiga deste país.

Ábidos, primeiro santuário do culto de Osíris, foi a primeira grande loja para os ritos secretos dos “Mistérios”, predecessores da franco-maçonaria primitiva. Partindo de uma das câmaras junto ao templo, há uma porta que permite a entrada a um corredor inclinado que conduz ao subsolo. As paredes laterais desta passagem estão cobertas de pinturas representando os principais textos do “Livro dos Mortos”. Por este caminho chega-se a algumas câmaras escavadas no subsolo. A sala central apresenta o aspecto dum imenso sarcófago. O teto de finas esculturas, apresentando “Chu”, o deus do ar, elevando da terra um faraó em transe, protegendo-o com seus braços. Um fosso cheio de água circundava a cripta, isolando-a da nave central. Estas câmaras do subsolo eram destinadas aos mistérios de Osíris, sendo em tudo, muito semelhante aos demais templos iniciáticos. A câmara subterrânea deste templo foi, das muitas existentes, a única encontrada nas escavações feitas nos Templos Egípcios, em estado de poderem ser observadas as inscrições relativas aos Mistérios. Assim era Ábidos, considerado o lugar onde foi sepultado o Deus Osíris, na realidade o primeiro santuário de “Iniciação aos Mistérios”, no antigo Egito.

TEMPLO DA DEUSA HATHOR, EM DENDERAH.

Dos antigos templos do Egito este é o que apresenta melhor conservação, pois esteve durante mais de mil anos inteiramente coberto pelas areias secas e quentes do deserto. O santuário dos mistérios estava situado em um dos cantos do edifício, na cobertura entre o forro do Templo e o terraço. A cobertura é sustentada por majestosas colunas, onde se vê a cabeça da deusa Hathor, a deusa da beleza e do amor, e é um dos mais suntuosos de todo o Egito. Sobre o terraço do templo existe

um notável zodíaco astronômico, gravado sob uma cobertura. O grande círculo está todo coberto de efígies de deuses, homens e animais dispostos num globo, cercados dos doze signos clássicos do zodíaco.

Para completar este surpreendente simbolismo, doze deuses e deusas, uns em pé, outros ajoelhados, estão dispostos em torno do globo, com os braços levantados e as palmas das mãos estendidas formando a roda. Interpretado corretamente, o zodíaco de Denderah, aparece representando o céu durante uma certa época do passado. O equinócio da primavera não ocupa aí, a posição atual, indicando a entrada sob o sol numa constelação diferente. Isto porque, com o movimento imperceptível do equinócio, o eixo da Terra visa, sucessivamente, diversas estrelas polares. Quando os sábios e os cientistas, que Napoleão levou no seu Estado Maior, em sua conquista do Egito, descobriram este Zodíaco, ficaram entusiasmados com a possibilidade de aí descobrirem a chave que os conduziria à descoberta da idade da civilização egípcia. Não chegaram, no entanto, a nenhuma conclusão, porque tendo aí encontrado alguns caracteres gregos, julgaram ter sido por eles construído, no período em que este povo dominou o Egito. Em realidade, os egípcios copiaram uma parte das representações do zodíaco grego, sobre o original que aí existia, durante uma das muitas remodelações por que passou este Templo.

A posição registrada no zodíaco de Denderah para o equinócio da primavera nos faz reportar a uma época da antiguidade avaliada em cerca de 90.000 anos, isto porque, desta posição à atual, indica já terem decorridas mais de três voltas e meia, considerando que cada revolução completa tem cerca de 25.868 anos; 90.000 anos, evidentemente, é um período exageradamente grande para a civilização de um país. Vejamos o que nos diz sobre isto o historiador grego Heródoto. Relata este historiador, que lhe disseram os Sacerdotes astrônomos do Egito, ter em seus arquivos secretos, conservados nos colégios iniciáticos e santuários, documentos de cerca de doze mil anos, na época de sua visita àquele país. Chega-se à conclusão, pelo exposto, que estando a história do Egito primitivo, intimamente ligada à da Atlântida desaparecida, os sacerdotes egípcios trouxeram seu zodíaco daquele continente. Esta é a razão de indicar o zodíaco do Templo de Denderah uma idade anterior ao estabelecimento dos primeiros emigrantes atlantes, em solo africano.

A ESFINGE.

Entre os monumentos mais antigos do Egito, encontramos a Esfinge, o colosso de pedra com corpo de Touro, garras de Leão, asas de Águia e cabeça Humana. Nem sempre a Esfinge foi conhecida pelos habitantes do Egito. Assim, durante o período histórico, foram feitas sete tentativas para livrá-la da capa de areia que a encobria, algumas vezes parcial, outras totalmente. A primeira tentativa foi levada a efeito por Kafra, faraó da IV dinastia. A sétima e última tentativa data de poucos anos. Foi

realizada pelo Governo Egípcio que trouxe à luz do dia algumas partes até então encobertas da base, assentadas no grande planalto. Os operários descobriram inteiramente a base do grande bloco de pedra, que durante tanto tempo estivera encoberta. O serviço foi complementado por uma poderosa cortina inclinada em torno do recinto para protegê-la de novos ataques de areia.

A IDADE DA ESFINGE.

A época em que foi construída a Esfinge é praticamente indeterminada. Entre as suposições dignas de nota, encontramos uma, que diz ter sido feita sua construção durante o período compreendido entre o último cataclismo em que submergiu a Atlântida e o advento da I dinastia, isto é, durante o período pré-histórico do Egito. Justifica esta hipótese o fato de estar a Esfinge assentada em uma plataforma rochosa, que possivelmente seria uma ilha antes do cataclismo, de vez que está cercada de areia, que contém peixes fossilizados, indicando serem de algum mar ali existente, cujo fundo imergiu com o afundamento da Atlântida. Confirma esta hipótese a indicação de Platão, iniciado nos mistérios, que estudou durante anos num colégio Sacerdotal de Heliópolis.

Diz Platão que os Sacerdotes, geralmente muito reservados sobre revelações, principalmente tratandose de estrangeiros, concederam o excepcional prêmio de comunicar-lhe   informações   extraídas   de    seus    arquivos   secretos    zelosamente guardados. Entre outras coisas disseram-lhe que existia uma grande pirâmide com o vértice truncado no centro da Ilha Atlântida e que sobre seu topo, em forma de plataforma, edificaram o principal templo do continente, templo este dedicado ao Sol.

Os imigrantes atlantes que se refugiaram no Egito levaram consigo sua religião e lá construíram templos e monumentos, semelhantes aos de seu país natal, entre eles a Esfinge. A colossal Esfinge do Planalto de Giseh, acha-se situada em frente à 2ª Pirâmide, numa distância de 500 metros dela. Foi como vimos, construída pelos primeiros grupos de imigrantes atlantes, numa época em que ainda o Delta não existia. Assistiu este monstruoso e simbólico animal, sentado sobre o altiplano de granito, diante da cadeia dos Montes Líbano, à formação da civilização egípcia. A Esfinge, obra do mais antigo sacerdócio humano, é a imagem da natureza, calma e terrível em seu mistério. Os antigos já sabiam e ensinavam que, na grande evolução, a natureza humana emerge da natureza animal. Em sua mescla de Touro Leão, Águia e Homem, se encerram também os quatro animais da visão de Ezequiel, que representam os quatro elementos construtivos do microcosmo e do macrocosmos, a água, a terra, o ar e o fogo, bases da ciência oculta. Por esta razão, quando em séculos posteriores, os iniciados viam o animal sagrado, estendido à porta do templo ou no fundo das criptas, sentiam reviver no seu íntimo aquele Mistério. Em suma, o mistério

da Esfinge resume-se numa palavra: o “Homem”, o microcosmo, o agente divino que reúne, em si, todos os elementos e forças da natureza.

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