“Não esqueçais, meus queridos filhos, que o amor aproxima de Deus a criatura e o ódio a distância dele.” (Cap. 12, Item 10)
Perante o companheiro que te parece malfeitor, silencia e ampara sempre. Assim como existem pessoas, aparentemente sadias, carregando enfermidades que apenas no futuro se fardo evidentes para a intervenção necessária, há criaturas supostamente normais, portadoras de estranhos desequilíbrios, aos quais se lhes debitam os gestos menos edificantes. Compadece-te, pois, e estende os braços; para a obra do auxílio. Muitos daqueles que tombaram na indisciplina e na violência, acabando segregados; nas casas de tratamento moral, guardam consigo os braseiros de angústia que lhes foram impostos, em dolorosos processos obsessivos, pelas mãos imponderáveis dos adversários desencarnados de outras existências… E quase todos os que esmoreceram, no caminho das próprias obrigações, rendendo-se ao assalto da crueldade e do desespero, sustentaram, por tempo enorme, na intimidade do próprio ser, a agoniada tensão da resistência às forças do mal, sucumbindo, muitas vezes, à míngua de compreensão e de amor… Para todos eles, os nossos irmãos caídos em delinquência, volvamos, assim, pensamento e ação tocados de simpatia, recordando Jesus, que não cogita de nossas imperfeições para sustentar-nos, e certos de que também nós, pela extensão das próprias fraquezas, não conseguimos, em verdade, saber em que obstáculos do caminho os nossos pés tropeçarão. Lembra-te de que podes ser, ainda hoje, o raciocínio para os que se dementaram na invigilância, o apoio dos que tropeçam na sombra, o socorro aos peregrinos da estrada que a penúria recolhe nas pedreiras do sofrimento, o amparo dos que choram em desespero e a voz que se levante para a defesa de injustiçados e desvalidos. Não te detenhas para relacionar dissabores. Segue adiante e se lágrimas te encharcam a ponto de sentires a noite dentro dos olhos, entrega as próprias mãos nas mãos de Jesus e prossegue servindo, na certeza de que a vida faz ressurgir o pão da terra lavrada e de que o sol de Deus, amanhã, nos trará novo dia. Retirado do “Livro da Esperança” – Autor Espiritual: Emmanuel – Psicografia de Francisco Cândido Xavier. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” João cap. 8 v. 32.
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