Vimos que, para Gandhi (1869–1948), “se pudéssemos mudar a nós mesmos, as tendências do mundo também mudariam.” Mais do que uma possibilidade, para o Maçom essa mudança individual para melhor constitui um dever, que se resume em “respeito a Deus, amor ao próximo e dedicação à família”, a maior síntese da fraternidade universal.
Através de seus integrantes, a Maçonaria trabalha para o melhoramento intelectual, moral e social da humanidade, proporcionando a cada homem a possibilidade de aperfeiçoar-se, de instruir-se, de disciplinar-se, de conviver com pessoas que, por suas palavras, por suas obras, podem constituir-se em exemplos. Desta forma, sendo o autoconhecimento a “regra mínima de todo o homem que deseje distinguir-se”, ao Maçom incumbe precipuamente buscar conhecer-se e reformar-se intimamente.
Não é algo fácil. “Há três coisas extremamente duras, o aço, o diamante e conhecer a si mesmo”, afirmou Benjamin Franklin (1706 – 1790). Em contrapartida, o “autoconhecimento é a libertação do ser”, conforme afirma a missionária zen budista contemporânea Cláudia Dias Baptista de Souza, conhecida como Monja Cohen. O caminho para tanto é a superação do ego, por si só uma imensa demonstração de amor ao próximo. Afirma Cohen: “já dizia Sócrates, na Grécia: conhece-te a ti mesmo. O budismo vai dizer a mesma coisa. Tem uma frase do fundador da minha ordem que é assim: estudar o caminho de Buda é estudar o Eu (com letra maiúscula). E estudar o Eu é esquecer o eu (com letra minúscula). É ir além do euzinho, que Freud chama de ego.”
Evidentemente, em geral a superação do ego demanda uma grande e constante reforma íntima, definida no site “Conteúdo Espírita” como “um processo que consiste em olhar para si mesmo e mudar de dentro para fora. É se autocuidar, transformar pensamentos e ações e praticar bons hábitos, a fim de melhorar cada vez mais. Não é construir algo novo, mas, sim, reformar o que já existe, buscando sempre o aprimoramento. É a transformação moral na prática.”
Entre seus muitos legados, o médium espírita Chico Xavier (1910-2002) deixou uma espécie de guia prático com vinte atitudes, ou exercícios, a serem praticados para alcançar essa transformação moral. São condutas extremamente simples de se entender, mas ainda extremamente difíceis de praticar, o que se percebe mesmo com a mais singela análise da atual realidade moral humana. Embora amplamente disponíveis na internet, vale a pena repetir sumariamente aqui quais são esses exercícios, por expressarem “respeito a Deus, amor ao próximo e dedicação à família” e nos ajudarem a ser “a mudança que queremos para o mundo”:
Executar alegremente as próprias obrigações. Silenciar diante da ofensa. Esquecer o favor prestado. Exonerar os amigos de qualquer gentileza para conosco. Emudecer a nossa agressividade. Não condenar as opiniões que divergem da nossa. Abolir qualquer pergunta maliciosa ou desnecessária. Repetir informações e ensinamentos sem qualquer azedume. Treinar a paciência constante. Ouvir fraternalmente as mágoas dos companheiros sem biografar nossas dores. Buscar sem afetação o meio de ser mais útil. Desculpar sem desculpar-se. Não dizer mal de ninguém. Buscar a melhor parte das pessoas que nos comungam a experiência. Alegrar-se com a alegria dos outros. Não aborrecer quem trabalha. Ajudar espontaneamente. Respeitar o serviço alheio. Reduzir os problemas particulares. Servir de boa mente quando a enfermidade nos fira.
Com base em verbetes de pt.wikipedia.org e publicações em conteudoespirita.com, casabranc.org.br, hojeemdia.com.br.Responsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected])