Asseveramos, anteriormente, que “ritualística”, “ritual” e “rito” representam para a Maçonaria apenas parte das ferramentas que compõem o método educativo da Maçonaria, sendo a forma utilizada para a transmissão, de geração a geração, de uma sabedoria muito antiga, através de diversos “Ritos”, cada um com suas peculiaridades, mais ou menos esotéricos, e com conteúdo histórico próprio, mas todos com o mesmo objetivo comum, o aperfeiçoamento do homem para a melhor construção do edifício social.
O “Rito Maçônico” nada mais é, portanto, que o conjunto de regras de uma cerimônia em que são comunicados os graus de aperfeiçoamento na Ordem, conforme avance o aprendizado do Maçom; ou, em outros dizeres, é o conjunto das cerimônias de cada sistema maçônico. Estas cerimônias caracterizam-se como uma “série de procedimentos invariáveis na realização de determinada coisa; costume, hábito”, ou “conjunto de formalidades que devem ser observadas para que um ato possa ser considerado válido ou para a execução de determinada diligência”, sendo estas definições de “rito” nos dicionários.
Ritual, por sua vez, é apenas e tão somente o “livro que contém os ritos estabelecidos”, “a forma de executar as cerimônias”, ou o “conjunto de atos e práticas próprias de uma cerimônia ritualística”, ou o “conjunto das regras socialmente estabelecidas que devem ser observadas em qualquer ato solene; cerimonial.”
“Tradição”, então, nada mais é que a “comunicação oral de fatos, lendas, ritos, usos, costumes etc., de geração para geração”. Desta forma, a Maçonaria se vale de cerimônias ritualísticas, com procedimentos invariáveis, para ao longo do tempo fazer a tradição, ou seja, transmitir, entregar, transferir, seus ensinamentos simbólicos e filosóficos aos seus integrantes.
A Tradição Maçônica não foi desenvolvida por um único homem; é fruto das reflexões e experiências de inúmeros pensadores que, ao longo da história, existiram em várias civilizações. Não há nenhum mistério, portanto, na afirmação de que os ensinamentos contidos nos rituais maçônicos têm origem muito antiga.
Em determinado momento histórico, o saber memorável aquilatado pela humanidade foi reunido, esboçado sob a forma de graus e colocado sob a guarda de homens dignos para fins de preservação e transmissão à posteridade. Esse conhecimento ancestral envolve diversos aspectos, como sociológicos, políticos, cosmológicos, históricos, antropológicos e herméticos. Para assegurar sua eficiente assimilação ao longo do tempo, essa coletânea de sabedoria é transmitida, aos iniciados na Ordem, sob a forma de um drama ritualístico ou psicodrama.
Também esta não é uma invenção da Maçonaria. Essa técnica avançada de educação está relacionada à teoria do “’mundo das ideias gerais”, desenvolvido pelo filósofo ateniense Platão 428 – 347 a.C.). Para ele, a aprendizagem não é uma questão de adquirir novos conhecimentos, mas sim de recuperar nosso próprio conhecimento, já adquirido anteriormente no mundo das ideias gerais: existe um conhecimento supremo inato ao homem e que está registrado em sua mente. Esse conhecimento intuitivo aflora quando o ser passa por determinadas experiências e vivências emocionais.
O ritual ou drama alegórico é um dos meios eficientes para o despertar desse conhecimento interior e auxiliar no desenvolvimento da personalidade. Esse conhecimento interior teria surgido quando o homem das cavernas começou a questionar os acontecimentos à sua volta, e esse questionamento levou à descoberta das imperfeições daquele sistema de vida e a consequente necessidade de melhorá-lo.
Como resultante desse contexto tiveram início o desenvolvimento da civilização, a qualidade de vida e o aperfeiçoamento do sistema social, temas altamente prezados pelos Maçons.
Com base em informações de “O que é Maçonaria” – GOB-PR; gob-pr.org.br; maconariadoparana.org.br; Dicionário Online Oxford Languages.
Responsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected])
