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Maçonaria

Ignorância e educação

A Maçonaria busca construir um mundo fraterno, mais justo e mais igualitário, e para tanto defende e promove valores que visam o desenvolvimento da sociedade através do aperfeiçoamento individual do ser humano

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A Maçonaria nos tempos primórdios

A Maçonaria busca construir um mundo fraterno, mais justo e mais igualitário, e para tanto defende e promove valores que visam o desenvolvimento da sociedade através do aperfeiçoamento individual do ser humano. Entre tais valores, destacam como princípios fundamentais da Instituição o combate à ignorância e a disseminação da educação. 

Desde a antiguidade a ignorância tem sido objeto de reflexões filosóficas, em contraposição ao conhecimento buscado pelos pensadores em todas as épocas. Na Grécia histórica, por exemplo, Sócrates (469-399 a.C.) reconhecia nela o ponto de partida para a busca do conhecimento, daí a ser-lhe atribuída a famosa frase “Só sei que nada sei.” 

Já Platão (428/427-348/347 a.C.) se referia à “opinião” como sendo um meio entre a ignorância e o conhecimento: a ignorância é a ausência de conhecimento, enquanto a opinião é um conhecimento imperfeito e instável. Seu discípulo Aristóteles (384-322 a.C.), por sua vez, valorizava o conhecimento como essencial para uma vida plena e significativa, considerando que “a diferença entre um homem sábio e um homem ignorante é a mesma entre um homem vivo e um cadáver

Na China antiga, Confúcio (551-479 a.C.) considerava a ignorância como uma escuridão que impede o desenvolvimento intelectual e moral, tendo-a como “a noite da mente.” E em Roma Sêneca (4 a.C.-65 d.C.) destacava a dificuldade de transmitir conhecimento àqueles que não estão predispostos a aprender: “dar conselhos a um homem culto é supérfluo; aconselhar um ignorante é inútil.”

Séculos depois, o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) formulou que “a ignorância é a mãe da superstição”, pois entendia que a falta de conhecimento leva as pessoas a acreditar em explicações irracionais e supersticiosas. E Friedrich Nietzsche (1844-1900) via a ignorância como uma força poderosa e difícil de combater: “contra a estupidez, os próprios deuses lutam em vão.”

Mais recentemente, o galês Bertrand Russell (1872-1970) criticou a arrogância dos ignorantes, valorizando a humildade dos que reconhecem seus limites. Postulou que “o problema com o mundo é que os tolos e fanáticos estão sempre tão certos de si mesmos, mas os sábios estão cheios de dúvidas.”

Hannah Arendt (1906-1975) argumentava que a ignorância e a falta de reflexão podem levar a atos terríveis, mesmo sem intenção maliciosa, concluindo que “o mal banal é a falta de pensamento”. E Noam Chomsky (1928-presente) critica aqueles que escolhem ignorar a verdade por conveniência ou interesse próprio, afirmando que “a ignorância deliberada é a forma mais alta de traição.”

Fundamenta-se na filosofia a visão da Maçonaria de que a ignorância é um obstáculo para o progresso humano, sendo que combatê-la em todas as suas formas é fundamental para a construção da almejada sociedade mais justa e igualitária. Isso envolve não apenas a busca pelo conhecimento acadêmico, mas também o desenvolvimento do pensamento crítico, da capacidade de questionar e de buscar a verdade, trabalho este deve ser incessante para os iniciados na Ordem.

Responsável: Loja Maçônica Perseverança n.º 159 (GOB/GOB-PR) – Paranaguá – PR

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