A Maçonaria tem entre seus princípios “a liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos, sejam eles instituições, raças, nações”. Para o filósofo francês Renê Descartes (1596-1650), a liberdade “consiste unicamente em, ao afirmar ou negar, realizar ou enviar o que o entendimento nos prescreve, agimos de modo a sentir que, em nenhum momento, qualquer força exterior nos constrange”. O colunista e professor Claudio Piotto ensina que “em seu sentido negativo, liberdade significa a ausência de restrições ou de interferência. O sentido positivo de liberdade significa a posse de direitos, implicando o estabelecimento de um amplo âmbito de direitos civis, políticos e sociais. O crescimento da liberdade é concebido como uma conquista da cidadania.”
Entendida como a “condição daquele que é livre; capacidade de agir por si próprio; autodeterminação; independência; autonomia”, a liberdade deve ser objeto de constante zelo pelos iniciados na chamada “arte real”. Entre os diversos aspectos da liberdade, deve o Maçom manter como inegociável para si e para a sociedade, especificamente, a liberdade de pensamento, direito preconizado no artigo XVIII da Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelece em seu Artigo XVIII que “Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião (…)”.
A liberdade de pensamento “é a liberdade que os indivíduos têm de manter e defender sua posição sobre um fato, um ponto de vista ou uma ideia, independente das visões dos outros.” Esse direito “compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideais de toda natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha.” (STF)
Conforme o maçom Aildo Carolino, a liberdade “sob o ponto de vista ético, nada mais é do que o direito de escolha e de agir da pessoa humana, independentemente de qualquer limitação externa, ou seja, aqui o indivíduo há que respeitar apenas o que ditar a sua consciência. (…) Sob o ponto de vista ético, todavia, temos que deixar patente que a liberdade de pensar é um direito de escolha e de agir que todo ser humano possui, independente de qualquer ingerência externa e seu exercício significa a vitória contra o preconceito, a ignorância e a superstição.”
O pensamento livre “é o ponto de vista, filosófico ou não, que sustenta que os fenômenos e todas as coisas devem ser formados a partir da ciência, da lógica e da razão e não devem ser influenciados por nenhuma tradição, autoridade ou qualquer dogma.” A liberdade de consciência é complementar e está intimamente ligada a outras liberdades, como a liberdade de expressão e a liberdade religiosa.
Em artigo publicado em agosto de 2021, o jornalista, escritor e professor Ricardo Viveiros indica que “a Filosofia é essencial para o surgimento de um pensamento crítico, um questionamento saudável capaz de gerar uma discussão sobre diferentes verdades. A atitude filosófica faz parte da vida de todos nós ao debater sobre a existência e, também, sobre o mundo e o universo. É o pensar, livre pensar. Para quem imagina que o filósofo é um utópico: “A Filosofia ensina a agir, não a falar”, disse Sêneca há quase 2.000 anos, sábio estoico e um dos mais célebres advogados, escritores e intelectuais do Império Romano.”
A conclusão de Viveiros, que adotamos aqui: “É hora de resgatar o quão a Filosofia é importante. Sem o livre pensar, caímos na ignorância, na mediocridade, no obscurantismo, na violência e no desrespeito humano. Passamos a defender ideias preconceituosas, discriminatórias, totalitárias e sem luz. A Filosofia é que abre novas oportunidades, incentiva reflexão e desperta criatividade. Libertar-se do “mais do mesmo” e romper a tampa da “caixinha” é sair da caverna de Platão. É descobrir que não há apenas um pequeno mundo, mas um imenso universo a ser explorado. Ele é seu.”
Com base em obras de Aildo Carolino, Claudio Piotto e Ricardo Viveiros. Sites consultados: ambientelegal.com.br; gob-pr.org.br; gob-rj.org.br; jdv.com.br; pt.wikipedia.org; stf.org.brResponsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected])