Temos buscado neste espaço demonstrar ao público leitor que o grande objetivo da Maçonaria, e portanto do Maçom, é a elevação moral do homem e, com a consequente melhoria ética do conjunto da humanidade, a construção de uma sociedade melhor para todos. É com essa finalidade de esclarecimento e desmistificação que, além de aspectos históricos, simbólicos e objetivos sobre o funcionamento da Ordem, intercalamos semanalmente algumas considerações sobre o estudo filosófico a que deve se dedicar o Maçom, a partir da defesa incondicional da liberdade de pensamento, como vimos na semana anterior.
Neste sentido, cabe observar que, entre outras informações disponíveis a respeito da Maçonaria no website do Grande Oriente do Brasil – PR (gob-pr.org.br), está a de que ela “procura conseguir a felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranquilidade da consciência”, assim como “investiga as leis da natureza e relaciona as primeiras bases da moral e da ética pura.”
É interessante, desta forma, buscarmos entender o que possa ser “a felicidade dos homens”, uma questão aliás que tem sido objeto de especulação filosófica desde antiguidade mais longínqua. O que é preciso para o ser humano ser feliz? O que é a felicidade? Como consegui-la? A busca desse entendimento “faz parte das primeiras reflexões filosóficas sobre ética, que foram elaboradas na Grécia antiga”, com conclusões que vêm evoluindo ao longo dos séculos.
Tales (624 a.C.-546 a.C.), por exemplo, acreditava ser feliz “quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada”. “Em grego, felicidade se diz “eudaimonia”, palavra que é composta do prefixo “eu”, que significa “bom”, e de “daimon”, “demônio”, que, para os gregos, é uma espécie de semideus ou de gênio, que acompanhava os seres humanos. Ser feliz era dispor de um “bom demônio”, o que estava relacionado à sorte de cada um. Quem tivesse um “mau demônio” era fatalmente infeliz.”
Demócrito (460 a.C.-370 a.C.) “julgava que a felicidade era “a medida do prazer e a proporção da vida. Para atingi-la, o homem precisava deixar de lado as ilusões e os desejos e alcançar a serenidade. A filosofia era o instrumento que possibilitava esse processo.”
Sócrates (470 a.C.-399 a.C.) postulou que ela, a felicidade, “não se relacionava apenas à satisfação dos desejos e necessidades do corpo, pois, para ele, o homem não era só o corpo, mas, principalmente, a alma. Assim, a felicidade era o bem da alma que só podia ser atingido por meio de uma conduta virtuosa e justa. (…) Sofrer uma injustiça era melhor do que praticá-la.” Discípulo de Sócrates, Antístenes (445 a.C.-365 a.C.) acrescentou que “o homem feliz é o homem autossuficiente. A ideia de autossuficiência (que, em grego, se diz “autarquia”) continuará diretamente vinculada à de felicidade nos setecentos anos seguintes.”
Platão (427 a.C.-347 a.C.) considerava que tudo tem uma função. “Assim, como a função do olho é ver e a do ouvido, ouvir, a função da alma é ser virtuosa e justa, de modo que, exercendo a virtude e a justiça, ela obtém a felicidade.” Note-se que “noções como virtude e justiça integram uma vertente do pensamento filosófico chamada Ética, que se dedica à investigação dos costumes, visando a identificar os bons e os maus.”
Para Platão, “a ética não estava limitada aos negócios privados, devendo ser posta em prática também nos negócios públicos. O filósofo entendia que “a função do Estado era tornar os homens bons e felizes”.
Nas próximas semanas continuaremos esta viagem histórica e filosófica em busca da felicidade.
Com base em informações de gob-pr.org.br, educação.uol.com.br e wikipedia.org.
Responsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected])