Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

WALTEL BRANCO – O GRANDE MÚSICO DE OBRAS DE VÁRIOS TONS

Acompanhe a coluna desta semana!

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Profª Lúcia Helena Freitas da Rocha

Waltel Branco, o maestro, compositor, regente, arranjador, diretor musical, violonista, guitarrista, contrabaixista, produtor musical e professor, especialista em trilhas para novelas e cinema, é considerado um dos principais músicos do Paraná.

Nascido em Paranaguá, no dia 22 de novembro de 1929, dia da Música, vem de uma família em que a música era parte integrante. Iniciou-se nesta arte já muito cedo, por meio da bateria, do violão e, posteriormente, do cavaquinho e violoncelo, vindo ainda a estudar harpa e órgão. Sua infância e adolescência foram marcadas pelo estudo da música e religião, alternando entre as cidades de Curitiba e Rio de Janeiro

Batizado Waltel, e não Wálter, por erro do escrivão do cartório que o registrou em 1929, em Paranaguá, ele deixou a cidade do litoral paranaense para colocar a sua marca na música brasileira

Seus estudos musicais se consolidaram no período em que esteve no seminário com o chileno Joaquín Zamacois. Entre seus mestres da época, nomes como Bento Mossurunga, Padre José Penalva, Jorge Koshag, Stanley Wilson e Alceo Bocchino contribuíram para sua formação. Em Curitiba, formou uma jazz-band junto com seu irmão Ismael Branco, na bateria e com a então revelação Gebran Sabag, no piano. Em 1949 rumou para o Rio de Janeiro e, em seguida, para Cuba ainda na juventude, juntamente com a cantora Lia Ray para ser o arranjador, diretor musical e violonista do conjunto que formaram.

É natural que todos os obituários de Waltel Branco tenham posto em primeiro plano o fato de o maestro, compositor, arranjador, regente e músico paranaense ter criado o célebre arranjo do tema-título do filme A pantera cor-de-rosa (Estados Unidos, 1963) composto por Henry Mancini (1924 –1994)  

Esse feito deu projeção mundial a Branco, mas o artista deixou uma obra de tons variados como arranjador.

Foi Branco quem criou os arranjos para o primeiro álbum do cantor Odair José na gravadora Philips, Assim sou eu…, lançado em 1972. Esse é somente um, dentre muitos possíveis exemplos, do alcance da obra do arranjador.

O mesmo Waltel Branco, fundador de uma banda de jazz em Curitiba (PR), na adolescência vivida na década de 1940, foi um dos músicos envolvidos na criação da Bossa Nova, tendo feito arranjos para o histórico álbum Chega de saudade (1959), de João Gilberto

Na obra de Waltel merece um lugar especial as orquestrações para trilhas sonoras de novelas da Rede Globo, como Irmãos Coragem (1970/1971) e Selva de Pedra (1972/1973), além do arranjo de Retirantes (Dorival Caymmi, 1976), símbolo musical da novela Escrava Isaura (1976 / 1977).

Nos últimos anos, Waltel passou boa parte do tempo em Curitiba lutando para receber direitos de inúmeras composições de sua grande obra. Em entrevistas, contava ter participado na elaboração de ao menos quatro mil músicas. Apesar dessa grandiosidade, vivia com a verba que recebia pelos direitos autorais de cerca de 400 composições. Ele reivindicava participação nos direitos autorais do tema de “A Pantera Cor-de-Rosa” (com a famosa “tarãm, tarãm, tarãm, tarãm, tarãm…”), o que nunca foi reconhecido legalmente.

Waltel Branco saiu de cena na cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 28 de novembro de 2018, em morte provocada por diabetes e deixou uma obra grandiosa como arranjador, mal dimensionada e nunca valorizada na medida da importância que tem.

Paranaguá homenageia seu ilustre filho dando o seu nome ao Conservatório de Música WALTER BRANCO, sediado na Casa Elfrida Lobo.

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