No final de semana passado comentamos que a autora do artigo “Paraná – Zona de Trânsito”, Cecília Maria Westphalen, ressaltou que o primeiro europeu que percorreu o Caminho do Peabiru foi Aleixo de Garcia, pelos idos de 1524. Após isso, diz a autora, a fim de verificar o que restava da expedição de Pedro de Mendonça e o destino de João Ayolas, a Coroa de Castela decide enviar à região do Prata, Dom Alvar Núnes Cabeza de Vaca.
Assim, este tomou posse da costa brasileira desde a altura de Cananéia, pois pela interpretação espanhola do tratado de Tordesilhas, essa região pertencia à Coroa de Castela. Em 1541 Cabeza de Vaca chega a Santa Catarina e de lá decide ir por terra até Assunção, seguindo o trajeto feito por Aleixo de Garcia pelos caminhos dos indígenas, ou seja, Peabiru.
No livro escrito por Cabeza de Vaca, intitulado “Comentários”, é possível viver todas as dificuldades e belezas encontradas pelo caminho do Peabiru e suas ramificações, que segundo o informaram o levariam não somente a Assunção, às margens do rio Paraguai, mas também às terras de um imperador branco e suas minas de prata. Percorreu terras que hoje pertencem ao estado do Paraná e descobriu as Cataratas do Iguaçu. Então, se alguém tiver oportunidade de ler esse livro conhecerá mais detalhes sobre a história do Paraná e compreenderá melhor a existência indígena e seus caminhos.
Um outro livro interessante é o de Olavo Soares “O Andarilho das Américas: Cabeza de Vaca”, nele também é relatado que Aleixo Garcia percorreu o Caminho do Peabiru em 1524 e Pero Lobo Pinheiro em 1531, dez anos depois Cabeza de Vaca o percorre. Cita que o imperador branco com suas minas de prata era o próprio Reino Inca, não se tratava de uma lenda.
Certamente existem muitos estudo sobre esse assunto e se houver curiosidade os leitores desta Coluna podem procurar aprofundá-lo na biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá – IHGP.
O que se pretende é despertar a curiosidade e a vontade de procurar, junto com os órgãos que tratam da história e pré-história, o que sobrou do Caminho do Peabiru e suas ramificações em nosso litoral, tanto para pesquisas como para utilizá-los como uma ferramenta para incrementar o turismo, que é mais uma fonte de renda para a população local.
Guadalupe Vivekananda
Presidente – IHGP