A Catedral de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário de Paranaguá é uma das edificações mais antigas do Paraná. Sua construção remonta ao ano de 1578, como afirma o memorialista Antônio Vieira dos Santos em sua obra. Essa informação foi contestada por diversos pesquisadores e historiadores que com base em um mapa da cidade de 1663, afirmam ter havido capela sob a mesma invocação, erguida em lugar distinto do atual. Outras dúvidas giram em torno da sua estrutura, sabe-se que no século XIX, a igreja foi reformada e outras obras foram realizadas em seu templo, tal como, o aumento do corpo da igreja e a edificação de um novo arco. De acordo com o livro “Espirais do Tempo”, torna-se difícil precisar tanto a data ou época da construção, como as características originais da igreja.
Por outro lado, convém assinalar que somente em 1725 foi fundada a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, 77 anos após haver sido o povoado elevado à condição de vila, ano em que, segundo documentação, a “velha Capela estava prestes a ruir”, o que motivou pedido da Câmara Municipal ao rei de Portugal, no sentido de que as obras necessárias para a reforma do templo fossem feitas “com ajuda dos cofres reais”.
Atualmente, a estrutura da igreja é dividida em quatro corpos, a nave, capela mor, sacristia lateral e a torre construída à direita de seu frontão. O alongamento da torre lhe atribui características neogóticas que conflitam com as linhas coloniais da sua fachada. Uma igreja imponente e que foi tombada pelo Patrimônio Histórico no ano de 1967, tanto pela sua importância como uma das edificações mais antigas do Estado do Paraná, bem como, pelo valor que representa, como símbolo de poder e da colonização portuguesa no território. Contudo, além da extrema importância da sua edificação, se faz ainda mais importante as relações humanas que são realizadas no edifício. Por séculos, a Igreja Matriz é um espaço de devoção à Virgem Maria, um espaço sagrado. No passado e no presente, seja no que fora a sua antiga capela, a sua bela edificação que está preservada no contexto atual, um continuum de práticas, de relações humanas, de devoção e de encontro com a fé permanecem.
Priscila Onório Figueira