Trago em minha lembrança algo maravilhoso e importante para mim, o que compartilharei com os leitores desta Coluna.
Tinha 10 anos de idade, estávamos no ano de 1964, morávamos à Rua Nestor Vitor e algo interessante aconteceu comigo. Comecei apreciar a música de tal forma que começou a fazer parte da minha vida até os dias atuais. Nunca mais parei. Por vezes precisava de tempo, mas logo após continuava meus estudos.
Venho de uma família de músicos, paterna e materna. Minha Saudosa irmã, estudou na Academia de Música Felipe Barleta, ela não pode continuar, pois foi nomeada como professora do ensino primário. O Instrumento Musical que ela aprendeu foi acordeom. Eu gostava de vê-la tocar. Um dia, minha irmã levou-me para conhecer um sobrado lindo, pintado na cor creme, que pertencia à família do Senhor Evaristo Nascimento, à Rua Nestor Vitor.
Residência nobre, expressava muito requinte e admiração para quem passava. Com o passar dos anos a Rua Nestor Vitor finalmente foi calçada em toda sua extensão. Fui, então, matriculada na Academia de Música Brasílio Itiberê. Fiquei encantada com esse sobrado, a Academia funcionava no primeiro andar, com duas salas grandes para o início do aprendizado em música, tendo como professoras Alice Ferreira do Nascimento e a sua irmã, a professora Esther Ferreira do Nascimento. Os instrumentos musicais eram acordeom, piano e órgão.
Aprendi acordeom, comecei com 10 anos, em 1964, e me formei com 17 anos, no dia 30 de novembro de 1971. Quando passei para o 3° ano de música, estava com 13 anos de idade, era o ano de 1967, a professora Alice Ferreira do Nascimento, me convidou para ajudar na Academia, aceitei e comecei a ajudar alguns alunos, foi o meu primeiro emprego. A professora Alice Nascimento estudava em Curitiba, na Faculdade de Música. Foram sete anos maravilhosos da minha vida. Aprendi muito, não tem como esquecer. Quantas Gerações estudaram na Academia de Música Brasílio Itiberê, até meados da década de 1980, quando as atividades foram encerradas definitivamente.
O belíssimo sobrado foi vendido ao casal de médicos pediatras, Dr. Ângelo Hara e a Dra. Kátia Hara, funcionou ali, por várias décadas, a CLININFAN, ao lado do Hospital Paranaguá. São lembranças e recordações inesquecíveis de uma época que não volta mais.
Sonia Machado
Historiadora
Diretora Secretária do IHGP