Já notou, caro leitor, como o Centro Histórico de Paranaguá se sobressai com suas vias de pedra irregulares e os seus casarios?
Convido você a andar pela cidade, saboreando o que a torna tão especial. Isso acontece porque a cidade antigamente era planejada para as pessoas. Não havia quase veículos, a cidade era configurada para que as pessoas pudessem caminhar nela. As placas das lojas, por exemplo, eram pequenas e feitas para atrair quem passava por ali.
Andar por um centro histórico é como entrar em um túnel do tempo. Cada rua de paralelepípedos guarda segredos, e cada casarão antigo conta histórias de outros tempos. O ritmo fica mais lento, os sentidos se aguçam, e a cidade se mostra de um jeito real, sem pressa, deixando os detalhes aparecerem sozinhos.
O som dos passos ecoa entre casas antigas e igrejas de séculos atrás, enquanto o vento traz o cheiro do café feito na hora e dos restaurantes nos trazem lembranças de receitas antigas. As sombras das varandas de ferro fazem desenhos bonitos no chão, e as luzes da rua, mesmo apagadas de dia, parecem guardar lembranças de noites iluminadas por lampiões. Nas praças, os bancos ouvem conversas de muitas gerações. No mercado de artesanato, os artistas mantêm a tradição viva com suas mãos talentosas. Os olhos se perdem entre casas grandes antigas, portões bonitos e janelas que viram o tempo passar muitas vezes.
E sempre fica aquela sensação boa de que, a qualquer momento, podemos encontrar alguém do passado: um poeta pensando, um viajante admirado ou um músico sozinho tocando uma música antiga. É importante leitor, entender que vivemos em uma cidade histórica, e sua maior riqueza é a sua própria história. Como guardiões desse tesouro para quem virá depois, precisamos protegê-lo, evitando mudanças que tragam coisas que não combinam com a nossa cultura. Conhecer um centro histórico é mais que um simples passeio: é mergulhar no que faz o lugar ser ele mesmo, onde o passado e o presente se juntam a cada esquina.
