História, Memória e Patrimônio

As Minas de Prata de Paranaguá

Logo após a chegada dos portugueses ao Brasil, o reino expandiu-se, cresceu e evoluiu graças ao esforço incansável do sertanejo e ao seu espírito desbravador. Atravessando sertões inóspitos, vadeando rios ...

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Logo após a chegada dos portugueses ao Brasil, o reino expandiu-se, cresceu e evoluiu graças ao esforço incansável do sertanejo e ao seu espírito desbravador. Atravessando sertões inóspitos, vadeando rios e descansando aos pés de montanhas, o brasileiro desbravou o território e o consolidou. Inúmeras expedições, verdadeiras povoações móveis, avançavam com o objetivo de encontrar ouro, riquezas e glórias.

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Por volta de 1670, no Brasil, duas grandes esperanças dominavam o imaginário: prata e esmeraldas. Robério Dias afirmava ter encontrado minas de prata em Sabarabuçu, enquanto Fernão Dias Paes Leme acreditava que as esmeraldas poderiam ser encontradas no território brasileiro. Assim, iniciou-se uma das mais intrépidas expedições em busca dessas pedras preciosas.

Nesse contexto, Paranaguá emergiu no “Romance da Prata” do Brasil, atraindo a atenção tanto do povo quanto do governo-geral na Bahia e, sobretudo, da Coroa Portuguesa. O historiador paulista Paulo Setúbal registra: “Deixemos Fernão Dias partir, que o destemido cabo atravesse as terríveis matas dos Cataguases com a bandeira erguida à frente da tropa, em busca das riquezas prometidas.”

Enquanto os sertanejos desbravavam o sertão, no litoral surgia a notícia de um sertanejo que, carregando pedras brancas, anunciava a descoberta de minas de prata. Esse mensageiro, ligado a Lemos Conde, provedor-mor dos Quintos Reais, conferia credibilidade à nova descoberta.

O governador-geral Afonso Furtado investigou a notícia e concluiu que as minas estariam em Paranaguá. A descoberta gerou grande expectativa, e expedições foram organizadas para explorar a região. No entanto, após árduas buscas, nenhum vestígio de prata foi encontrado.

Ainda assim, Agostinho de Figueiredo, capitão-mor da Capitania de São Paulo, decidiu explorar o sertão de Paranaguá, retornando igualmente sem resultados. Lemos Conde, por outro lado, envolvido em disputas locais e acusado de desvio de fundos, defendeu-se alegando ter encontrado prata e enviou amostras ao governo.

Desconfiado, o príncipe ordenou uma investigação, conduzida por Dom Rodrigo de Castel Blanco. Após um ano de pesquisas, constatou-se que não havia nenhuma prata. Lemos Conde foi destituído de seu cargo, preso e, em 1691, com o fracasso da empreitada, acabou por tirar a própria vida.

Assim, o Brasil cresceu impulsionado por lendas e ambições, com a prata como uma miragem que atraía desbravadores para o interior do país, contribuindo para a formação do território e para a história de seu desbravamento.

E você, leitor, já encontrou uma pedrinha verde jogada por aí ou um pedacinho de “pedra branca”? Eu confesso que só os encontrei em lojas da nossa cidade. Aliás, dizem as más línguas que a Serra da Prata é bem pertinho daqui.

TRAMUJAS, Joaquim. As Minas de Paranaguá. Coisas Nossas, Paranaguá, v. 1, n. 1, p. 40, 1 jul. 1966.

As Minas de Prata de Paranaguá

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As Minas de Prata de Paranaguá

Hamilton Ferreira Sampaio Júnior

Hamilton Ferreira Sampaio Júnior é pesquisador de história e genealogia, formado em Teologia e licenciado em História. Faz parte da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia e do Departamento Cultural do Club Litterario de Paranaguá, sendo também sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá. Atua em projetos históricos de resgate de memória, livros comemorativos e biografias, além de projetos museológicos e pesquisas documentais para segunda cidadania. Seu mais recente trabalho foi o livro comemorativo dos 100 anos da Associação Comercial Agrícola e Industrial de Paranaguá.