Nada. Absolutamente nada. Só declarações do delator Eduardo Lopes de Souza sobre o que ouviu dizer de seus interlocutores, especialmente Maurício Fanini, diretor da Secretaria de Educação que fiscalizava as obras. O próprio Lopes de Souza admite que nunca esteve pessoalmente com Beto Richa, nunca trocou nem cumprimentos com o governador. Só sabe o que ouviu de quem ele corrompia com propinas e que diziam que parte daquilo iria para a campanha de Richa.
Ao contrário de outros delatores, Eduardo Lopes de Souza também admite que não tem provas. As que tinha, diz ele, foram queimadas ou deletadas, porque o empreiteiro temia uma investigação policial, que acabou acontecendo por ordem de Beto Richa à Polícia Civil.
Valorizou a troca
A inclusão do nome de Beto Richa valorizou a delação de Lopes de Souza perante o Ministério Público, a mídia que milita contra ele e as oposições políticas a Richa, que usam e abusam da denúncia vazia. Sem incluir Richa, Lopes de Souza não alcançaria seus objetivos na delação. E não haveria escândalo do tamanho que alguns queriam.
Dilma contrabalançou
Para contrabalançar o avanço de Lula, Dilma chamou José Eduardo Cardozo (odiado por ele) para dividir o comando da campanha.
Lula impôs Palocci
Dilma eleita, Lula impôs Palocci para chefiar a Casa Civil e Gilberto Carvalho a Secretaria-Geral, mantendo Dilma na rédea curta.
O olhar de fora
Lá fora nos tratam como o que somos. O Le Monde fala do Brasil como vaudeville de corrupção e o New York Times diz na edição de hoje que corrupção é como as coisas funcionam no Brasil e nunca foi segredo.